Carlos Eduardo de Lima Santos
A poesia de “Lamentações de Jeremias” é um relato do olhar do profeta para a cidade de Jerusalém, assolada, destruída e com cheiro de morte. Tanto os que permaneceram em Judá como os que partiram para o exílio experimentaram um abalo existencial por verem aquilo que amavam tanto ser queimado e destruído à sua frente. Penso que eles se sentiram como se estivessem no centro de um nevoeiro, com impossibilidade de ver qualquer esperança.
E acho que é justamente assim que nos sentimos, quando passamos por uma experiência de perda de algo ou de alguém que significa muito para nós. Soluções nem sempre são encontradas instantaneamente e é aí que temos que demonstrar uma postura crítica e racional, para podermos enxergar melhor a realidade em que estamos inseridos. Saramago disse uma vez que “...para conhecermos uma coisa, devemos circular ela toda”. Ele se referia ao teatro de Lisboa que por fora era muito bonito, mas por dentro era feio. Assim sendo, é preciso olhar atentamente para não sermos enganados pelos nossos sentidos. Porque nem sempre aquilo que nos chega através dos sentidos é a realidade em si. Por isso muitos filósofos consideram a coruja como símbolo da filosofia, pela sua alta capacidade de ver no escuro, como se ela conseguisse ver o que outros não veem.
É salutar nos distanciarmos (no sentido reflexivo) para vermos melhor em meio às trevas das incertezas. E nesse processo de reflexão podemos levantar a seguinte questão: o que este poema (Lm 3.21) pode nos ensinar acerca de Deus?
Primeiramente, que Deus está bem próximo de nós. O povo judeu, em sua teologia, pensava que a presença de Deus se resumia ao espaço geográfico do templo, mas a experiência do cativeiro Babilônico contribuiu para uma nova compreensão de Deus, como aquele que se manifesta em situações humanas. Há um ano, um fato me chamou atenção. Houve um tremor de terra no Haiti e 70% dos prédios da capital desmoronaram. Um repórter conseguiu mostrar que, em meio à quase completa ruína de uma igreja católica, restou intacta, a imagem do Cristo Crucificado. Tudo quebrado no chão e ela lá, em pé, fulgurante, como a mostrar que Ele está presente junto ao povo sofrido. Esta cena é muito significativa. Pode-se compreender muita mensagem de Deus para nós.
E acho que é justamente assim que nos sentimos, quando passamos por uma experiência de perda de algo ou de alguém que significa muito para nós. Soluções nem sempre são encontradas instantaneamente e é aí que temos que demonstrar uma postura crítica e racional, para podermos enxergar melhor a realidade em que estamos inseridos. Saramago disse uma vez que “...para conhecermos uma coisa, devemos circular ela toda”. Ele se referia ao teatro de Lisboa que por fora era muito bonito, mas por dentro era feio. Assim sendo, é preciso olhar atentamente para não sermos enganados pelos nossos sentidos. Porque nem sempre aquilo que nos chega através dos sentidos é a realidade em si. Por isso muitos filósofos consideram a coruja como símbolo da filosofia, pela sua alta capacidade de ver no escuro, como se ela conseguisse ver o que outros não veem.
É salutar nos distanciarmos (no sentido reflexivo) para vermos melhor em meio às trevas das incertezas. E nesse processo de reflexão podemos levantar a seguinte questão: o que este poema (Lm 3.21) pode nos ensinar acerca de Deus?
Primeiramente, que Deus está bem próximo de nós. O povo judeu, em sua teologia, pensava que a presença de Deus se resumia ao espaço geográfico do templo, mas a experiência do cativeiro Babilônico contribuiu para uma nova compreensão de Deus, como aquele que se manifesta em situações humanas. Há um ano, um fato me chamou atenção. Houve um tremor de terra no Haiti e 70% dos prédios da capital desmoronaram. Um repórter conseguiu mostrar que, em meio à quase completa ruína de uma igreja católica, restou intacta, a imagem do Cristo Crucificado. Tudo quebrado no chão e ela lá, em pé, fulgurante, como a mostrar que Ele está presente junto ao povo sofrido. Esta cena é muito significativa. Pode-se compreender muita mensagem de Deus para nós.
Em segundo lugar, este poema nos ensina que podemos recomeçar de novo sendo nós mesmos. O exílio babilônico teve um papel muito importante na religiosidade e espiritualidade do povo judeu, pois, Deus não deixou de falar com o Seu povo e isso contribuiu para que a identidade israelita fosse reafirmada de forma diferente. Desse modo, houve um novo recomeço na espiritualidade de Israel. Isso nos provoca a mergulharmos no silêncio, para ouvirmos a voz de Deus, pois, Deus fala através do silêncio. Santo Agostinho diz “in interiore homini habitat veritas”, ou seja, “ no interior do homem habita verdade” (De vera Religione). Para Agostinho, a transcendência está instalada na interioridade do homem, basta o homem se recolher ao silêncio para ouvir a voz de Deus.
E, finalmente, esse poema nos ensina que não devemos ser precipitados em nossas conclusões. O povo judeu pensava que o cativeiro babilônico seria seu fim, mas o tempo, que é o senhor da razão, mostrou que ele estava errado.
E quantas vezes nós somos precipitados em nossos juízos de valor acerca de outras pessoas e de situações que achamos intransponíveis? Mas, com o passar do tempo, percebemos que estávamos errados. Portanto, entre o desespero e a esperança vem à memória a fé de um Deus benigno.
Carlos Eduardo de Lima Santos – Graduado em Teologia e estudante de filosofia na faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia- FAJE. Atualmente é membro da Segunda Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte.
fonte: http://www.segundaigreja.org.br/noticias_view.asp?id=419
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