domingo, 30 de outubro de 2011

Exigência de um novo olhar para com os animais

"Este texto me mobilizou a consciencia para uma nova questão, controversa, é clara, mas que não pode deixar de ser  analisada por cristãos e todos preocupados com uma ética plena - que inclue o cuidado como planeta e com toda a criação. Penso no são Francisco de Assis, precursor profético da dignidade da vida em todas as suas formas. Penso nas razões de pessoas optarem pelo vegetarianismo - e superaram a todos em seu tempo, em sabedoriam, coragem e santidade. E na ordem disposta no Genesis de que até os animais se alimentariam de vegetais, ervas, verde. Após gn 3 vemos o que temos ainda hoje..."  Ageu H Lisboa

Por que evitar leite e ovos?
Julho 4, 2008
(texto traduzido do antispe-site de Paris) 

Porque devemos recusar o leite

A imagem de vacas pastando tranquilamente em pastos e se deixando alegremente ordenhar é veiculada pela indústria leiteira visando incitar as pessoas a consumirem leite. 

Entretanto, esta imagem fabricada esconde uma sórdida realidade. É evidente que, para obtermos leite, não matamos as vacas. Por isso, se nos mantivermos em uma abordagem superficial do assunto, chegamos rapidamente á conclusão que, consumir produtos lácteos não implicaria sofrimentos para os animais. Infelizmente essa análise não leva em conta que, para produzir leite, é necessário que uma vaca dê a luz, como todo e qualquer mamífero e, isto, uma vez ao ano. É aí que as coisas começam a se complicar: se os produtores deixarem os bezerros mamar, a vaca controlará e freiará a descida do leite; prejudicando a produtividade. Então, o bezerro é retirado da mãe logo alguns dias depois de seu nascimento. Você já pensou no traumatismo que é infligido à vaca, cuja ligação ao filhote não podemos negar? 

Se for um bezerro fêmea, esta irá se juntar as outras vacas leiteiras. Sua primeira gravidez acontecerá quando ela tiver cerca de 2 anos; ela será novamente fecundada 3 meses após cada parto (através de inseminação artificial em cerca de 65 a 75% dos casos), a vaca será mantida em ordenha durante pelo menos 7 meses ao ano e o produtor continuará a ordenhá-la mesmo enquanto ela estiver grávida. Você pode imaginar a que ponto isto pode extenuar seu corpo cujas necessidades vitais não são de forma alguma repeitadas? Além do que, este produtivismo intensivo reduz seu potencial de vida (que normalmente é de 20 anos) a cerca de 5 anos, idade na qual ela será abatida por ter se tornado estéril ou por render pouco… Você sabia que 70% da carne bovina é proveniente das vacas leiteiras? 

Por outro lado, se o bezerro for macho, seu destino dependerá da qualidade de sua carne. Se seu potencial em carnes for pobre, ele terminará virando patê para cachorros e uma parte de seu estômago será usada para fabricar o coalho destinado á fabricação de queijos. A quase totalidade dos queijos que encontramos no mercado contém carne animal (queijo = carne branca). 

Se o produtor desejar produzir carne vermelha, o bezerro será enviado a unidades de engorda intensiva onde será super alimentado com cereais e mantido em um local estreito para evitar que ocorra a mínima perda de peso. Outros animais (cerca de 2 milhões de bezerros) serão enviados para criações industriais, confinados em boxes individuais que os privam de todo contato com seus congêneres e os impedem até mesmo de deitarem-se corretamente. Saiba que 90% deste tipo de confinamento é feito em locais fechados contra 10% de criadouros ao ar livre. 

De toda forma, qual tenha sido o tipo de criação que tenham suportado as vacas e os bezerros, todos acabarão, sem exceção, no facão do açougueiro. A indústria leiteira é uma fornecedora direta da indústria da carne e dela não pode ser dissociada. Cada vez que você consome produtos lácteos, você envia animais ao abatedouro. Porque então continuar a consumi-los se existem substitutos como o leite de soja, o leite e arroz, o de amêndoas (também em forma de pastas , cremes e queijos) que são tão saborosos e equilibrados quanto o leite de vaca?! Temos à nossa disponibilidade substitutos que não implicam na exploração nem na morte de milhões de animais… 

Se você teme uma deficiência de cálcio, saiba que a maioria dos legumes verdes, cereais integrais e até mesmo a água mineral o contém em grande quantidade. 

Porque recusar os ovos 

A ética

Se o comer galinhas e frangos claramente consiste no fato de assassinar animais, comer ovos não é condenável em si. Que ele seja fecundado ou não, o ovo evidentemente não sente nada. 

Por outro lado, o ovo é um produto oriundo da exploração de um animal, ou seja, de uma galinha que, assim como nós, animais humanos, é sensível á dor. Nós não temos então o direito, assim como em relação a uma pessoa humana, de dispor de seu corpo – um corpo que sente sofrimento e prazer - nós não temos, moralmente, o direito de matar este ser. Suas condições de existência e sua vida possuem uma importância capital para si. 

As condições

Apresentaremos brevemente, em ordem de intensidade de crueldade, os 3 tipos de exploração animal de onde se originam os ovos que estão á venda no comércio. Em primeiro lugar, no que podemos classificar como sendo o sumo da barbárie, se encontram os aviários em 'batterie' (criação intensiva): 0,045 m2 de espaço vital para cada galinha. Este tipo de criadouros representa por sí só cerca de 93% da produção total de ovos. O resto da produção " ao ar livre" outorga 2,5 m2 para cada galinha. Em ínfima proporção encontramos os criadouros 'libre parcours' (percurso livre): 10m2 por galinha. 

Os aviários de criação intensiva

Estas produções intensivas são verdadeiras usinas de sofrimento e de morte. As galinhas vivem amontoadas em gaiolas de ferro inclinadas para facilitar que os ovos escorreguem para o exterior. O espaço que as galinhas possuem durante toda sua vida não ultrapassam 450 cm2 (ou seja, o equivalente de uma folha A4). Dezenas de milhares de galinhas vivem assim em galpões iluminados artificialmente dia e noite, elas nunca verão o sol, nem conhecerão o repouso de uma noite escura e calma. 

A superpopulação, a barulheira e a luz perpétua levam estes animais a se atacarem entre si, a se auto-mutilarem, levando-os até ao canibalismo. Para limitar as vítimas, os produtores atrofiam bicos e unhas com ferro quente, sendo que esta prática mata muitas galinhas antes de estas atingirem a idade adulta, após longas agonias. 

Todos os machucados e a sujeira ambiente (as gaiolas são limpas apenas uma vez a cada dois anos) provocam infecções e doenças, o que obriga os produtores a colocarem substâncias químicas na ração animal. Os mais modernos aviários reciclam os excrementos das galinhas a fim de misturá-los aos alimentos novos. A única atividade das galinhas é comer… 

Cada dia, centenas de cadáveres são retirados destes pútridos galpões onde os produtores entram somente com roupas especiais e inteiramente mascarados. Em tais condições, as galinhas não conseguem manter um alto ritmo de produção durante muitos meses. Quando se tornam menos rentáveis, elas são abatidas na idade de 18 meses (notemos que seu potencial de vida é de 10 anos) sem ter podido uma só vez ter visto o céu ou caminhar pelo solo do planeta. 

A criação ao ar livre

Contrariamente ao que poderíamos pensar, este tipo de criação não é mais alegre… qualquer que seja o tipo de criação, nada muda quanto ao destino do animal. Nas criações ditas "bio" (biológicas) é a saúde do ser humano que é levada em conta. O acesso entre o galpão e o exterior é permitido ás galinhas durante 3 horas por dia; elas têm a possibilidade de andar um pouco em um estreito corredor gradeado. Neste tipo de aviário elas também não verão nem um pedacinho de grama ou de vegetação. Os produtores, por lhes 'permitirem' andar um pouco têm o direito de chamarem estes animais de 'galinhas felizes" e podem usar nas embalagens desses ovos uma foto, por exemplo, de uma bela galinha ciscando sozinha em um imenso campo verde!

A criação em livre percurso

Este tipo de criação é o menos "cruel" e benéfico do que o "sistema extensivo de criação"; ao contrário dos sistemas precedentes, que são denominados como sistemas de criação intensiva. Esta dualidade de sistemas existe também quanto à criação de vacas leiteiras e de bezerros para carne. 

A regulamentação europeia obriga normalmente o acesso contínuo a um terreno vasto, recoberto, pelo menos em parte, por uma vegetação. O único problema (!) é que todo tipo de criação animal os utiliza como vulgares mercadorias, como simples objetos. E, assim como nos criadouros intensivos ou ao ar livre, é obrigatório que se eliminem os animais pouco ou não produtivos. 

Os ovos fecundados são separados dos outros e, desde a eclosão, os pintinhos machos são automaticamente exterminados. Em cada dois animaizinhos, um sofre 'genocídio'. Eles serão coletivamente eletrocutados, mortos em câmaras de gaz, sufocados em sacos ou esmagados por um rolo compressor.

A conclusão

Eis porque nós recusamos consumir ovos. Ainda devemos ressaltar que nenhum alimento de origem animal é indispensável a nossa nutrição. Bem ao contrário, diversas doenças são causadas por este consumo. Pelas mesmas razões nós recusamos a carne, o couro, o leite das vacas e todas as formas de exploração animal. Nós levamos em consideração os interesses dos animais em função do que eles são: indivíduos sensíveis (à dor).Percebemos rapidamente que nossa alimentação, assim como outras práticas, ultrapassam nossos interesses pessoais. Por essa razão, nossa responsabilidade face ao massacre e ao sofrimento animal é total.

Fontes: Que sais-je? n°374 : l'animal dans les pratiques de consommation,Alliance Végétarienne, PMAF vidéo e reportagens diversas

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Igreja Show

Eis uma ótima reflexão sobre a midiatização da Igreja, ensaiada por Cezar Kuzma, leigo, professor de Teologia da PUC/PR, doutorando em Teologia pela PUC/RJ, que nos faz pensar sobre esse fenômeno da pós-modernidade: religião x midiatismo. Boa leitura.

Neste último domingo, dia 19 de junho (de 2011), assisti a apresentação do Pe. Reginaldo Manzotti no "Domingão do Faustão". Com certeza, o Pe. Manzotti alcançou a fama que procurava há muito tempo e hoje se tornou tão conhecido como o Marcelo Rossi (a quem imitou e seguiu) e outros "midiáticos" da Igreja Católica no Brasil e, também, do mundo da música e do entretenimento. No entanto, tal apresentação me faz parar e refletir alguns pontos: 1) O que representa para a Igreja Católica atual uma personalidade assim? 2) O que ele traz de novo, ou se realmente ele traz algo novo? 3) Que imagem de Igreja estamos passando para a sociedade com uma pessoa assim e, obviamente, para a própria Igreja, hoje tão carente de formação? Cada um destes pontos merece uma análise profunda, que não faremos, a ideia é apenas uma breve reflexão sobre o assunto, crítica, mas respeitosa.

O Documento Lumen gentium do Concílio Vaticano II (1962-1965), que apresenta uma reflexão dogmática sobre a Igreja, destacando sua natureza e missão, começa assim: "Lumen gentium cum sit Christus", ou seja, a Igreja é luz para os povos assim como Cristo. Ser luz, no entanto, é transmitir a mensagem do Evangelho, na qual Cristo é a luz. A Igreja, que somos nós, não tem uma luz própria e não prega a si mesma e, consequentemente, não conduz as pessoas a si, pois ela não é o fim, o destino de todos. A Igreja é iluminada pela luz de Cristo, cujo Espírito a conduz. A Igreja, como "luz do mundo" anuncia Cristo e o seu Reino e conduz as pessoas a este fim, a este éschaton (destino último); assim ela é sinal e sacramento. Este mesmo documento apresenta-nos o papel dos batizados, que compõem a Igreja de Cristo, discernindo a sua vocação e missão. Isso fica claro quando ela nos remete a questão do serviço, um serviço ao Reino, a exemplo de Jesus, que na sua humildade e pequenez conduziu as pessoas à esperança num reino de amor, justiça e paz; um Jesus que declarou bem-aventurados os pobres e, a partir deles, iniciou o seu testemunho, fazendo-se pobre para de tudo nos libertar, sendo ponto de justiça, caminho e verdade.

Preocupa-me saber o que representa o Pe. Manzotti para a Igreja e para a sociedade brasileira atual. Será que ele representa o seguimento de um Jesus pobre da Galiléia, tão profundamente descrito nos Evangelhos, ou será que ele representa a si mesmo, diante do orgulho e da vaidade, pecado tão sutil aos membros da mídia, ou daqueles que são feitos ou produzidos por ela? Quem fez o Pe. Manzotti e a sua fama e o que ele representa? Será que ele representa a Igreja Católica ou representa as gravadoras e emissoras de rádio e TV em que atua? O Pe. Manzotti anuncia a "boa nova" do Evangelho ou anuncia a "sua boa nova", tão frágil e carente de conteúdo. Com certeza, o Pe. Manzotti não representa a Igreja que eu sigo e acredito, pois sua pregação, atuação e postura estão muito longe (mas longe mesmo!) do que entendo como proposta de seguimento, discipulado e missionariedade. Não falo apenas das letras de suas músicas (muitas delas, por sinal, com graves erros teológicos que educam o povo erroneamente); não falo das suas fotos sensuais nos álbuns dos CDs; não falo dessas situações, pois é pequeno demais e nem vale a pena; mas falo da postura, atuação e pregação que deve ter um cristão, quer ele seja um leigo, um religioso ou um padre, mas uma atuação de seguimento e de exemplo... Lumen gentium! É uma pena, pois um projeto de inculturação da fé deveria ser um serviço de integração com a sociedade e não uma maneira de ser refém desta, juntando seu capital, glamour e aparência. Uma Igreja que propõe discipulado e missionariedade com o Documento de Aparecida (2007) fica a mercê diante desta forma de "evangelizar". O que representa o Pe. Manzotti? Bem, certamente, representa a si mesmo e a sua imagem...

É evidente que sua pregação não traz nada de novo, pois dentro de músicas modernas se esconde uma postura de Igreja fechada e clerical, que coloca o padre (o sacerdote, maneira como ele sempre se apresenta) em destaque diante dos fiéis. Antes tínhamos o padre que apenas rezava a sua missa, deixando o povo na expectativa, como alguém que sempre recebe. Agora temos o mesmo padre com suas vestes carregadas e pomposas (como de antigamente) tornando-se um cantor e animador de auditório em programas de televisão e em praças públicas pelo Brasil. Não negamos que a Igreja deva adotar uma nova postura diante da sociedade moderna e pós-moderna, de maneira a integrar mais as pessoas e seus novos problemas e questionamentos. Acontece que posturas assim envolvem o povo em luzes e sons, transformando o altar num palco e a Eucaristia num show, totalmente oposto aos ensinamentos da Igreja e totalmente contraditório com a proposta de Jesus, que se tornou igual e semelhante ao seu povo e só assim pôde conduzi-los no caminho do Reino (Fl 2,6-9). O Pe. diz que não faz show; fico em dúvida, então, para saber o que ele faz... Um dos seus programas de televisão chama-se "evangeliza show", algo próximo ao "show da fé" de R. R. Soares. Há que se entender que Igreja não é show business. Quando a Igreja passa a ser show ela deixa de ser comunidade, ela deixa de ser o local onde as pessoas se reúnem para partilhar do mesmo pão, ao redor de uma mesma mesa, tornando-se um só, em Cristo. Quando a Igreja se torna show ela deixa de ter eclesialidade, pois tira dos seus membros a participação ativa diante de sua missão, pois ninguém se conhece, todos são "turistas religiosos" atrás de um cantor, que neste caso, também é padre. Quando a Igreja se torna show ela se distancia drasticamente da proposta do Evangelho de Jesus, que nasceu pobre numa estrebaria, que viveu pobre na Galiléia e que morreu pobre e sozinho numa cruz em Jerusalém.

Mas alguém poderá dizer: mas ela fala tão bem, ele atrai tanta gente... Não nego que tenha méritos, e deve haver, mas questiono a forma e o modelo com que faz tais coisas. Até que ponto as pessoas seguem a Cristo e não o Padre? Até que ponto as pessoas vão à missa pelo Padre e não pela comunidade? Até que ponto as pessoas estão usando isso para um alimento pastoral e engajamento, e sim, para um aumento do individualismo e do culto ao "Eu-com-Deus", distanciando-se de uma proposta de Igreja de comunhão? Até que ponto a mensagem do Evangelho é atrair mais pessoas para a Igreja Católica (ou para outra Igreja)? Esta nunca foi a proposta de Jesus Cristo.

Quando questionado pelo rico faturamento que seu projeto traz, ele rapidamente diz que o dinheiro é para o projeto "Evangelizar é preciso" e não para ele. Mas o que é este projeto, que não fazer a divulgação dos trabalhos, CDs, livros, shows e produtos do padre? Evangelizar é preciso, é claro, mas o que é mesmo evangelizar? Se evangelizar for montar um projeto milionário, se for ser amigo do governador do Estado, aliado de pessoas da elite social e fazer shows, gravar CDs e ter programas de televisão e rádio, acho que não sei mesmo o que é evangelizar. Se fosse assim, Jesus deveria ter começado a sua missão no palácio de Herodes, na casa de Caifás e Anás e ter um grande acordo com Pôncio Pilatos, ao invés de começar em uma aldeia de pescadores da Galiléia. Acho que tudo isso é importante e deve e pode ser feito, desde que o horizonte último seja Cristo e o seu Reino, desde que isso possa ser multiplicado nas pequenas coisas e exemplos do cotidiano. Num momento em que Igreja reflete a sua eclesiologia (sobre a Igreja) em tentativa de resgate a pequenas comunidades, menores e mais concentradas, mas com mais vigor e postura evangélica, tal postura do Pe. Manzotti vai contra este pleito.

Preocupa-me saber que imagem nós estamos passando de Igreja, preocupa-me saber que Igreja nós estamos formando para nossos filhos e membros e que mensagem de Reino nós estamos passando à sociedade. Foi-se o tempo em que cantávamos na missa ou nos grupos sem nos preocupar de quem era a música ou o CD (disco ou cassete na época), foi-se o tempo de que as músicas religiosas tinham mais teor evangélico e mais coerências sociais (ainda encontramos isso no Pe. Zezinho e Zé Vicente e em alguns outros), foi-se o tempo em que pertencer a determinada comunidade trouxesse ao cristão uma identidade viva e coerente, capaz de ligar a comunidade a sua vida, e assim por diante. Há um crescimento do turismo religioso motivado por fenômenos como o Manzotti, mas um declínio de conteúdo e discernimento da fé. Parece que damos razão a nossos interlocutores críticos da religião como Marx que disse: "A religião é o ópio do povo". Quando a Igreja se faz show, vemos que Marx tinha razão, pois ao invés de libertar ela aliena, pois o aprisionamento religioso faz parte de sua postura ideológica. Lamentável!

É lamentável entender que a Igreja Católica no Brasil hoje passa a ser representada por padres midiáticos como este, onde sua proposta de missão obedece mais aos interesses das gravadoras como "Som Livre" e outras do que a proposta do Evangelho. Esta representação deixa um Jesus de Nazaré pequeno, quase esquecido, diante das luzes que compõem o grande espetáculo. É triste entender e lembrar que no passado estávamos representados (e muito bem!) por pessoas como Dom Helder Câmara, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Ivo e Aluisio Lorscheider, Dom Pedro Casaldáliga e tantos outros que deram a sua vida de fé em favor da paz, do amor e da justiça, testemunhas autênticas do Evangelho, e hoje, quem diria, somos representados por pessoas assim... É uma pena que pessoas tão importantes e atuantes pelas causas da Igreja só sejam reconhecidas depois de mortas em martírio, como Irmã Doroty e tantos outros, esquecidos por nós (Igreja) e pela sociedade. É uma pena imensa que pessoas atuantes em pastorais sociais e em diversos movimentos sejam muitas vezes esquecidos pela Igreja ou punidos por ela (TdL) por defenderem a causa da justiça contra os ricos e poderosos; ricos e poderosos que sustentam esta estrutura piramidal e patrocinam "novas lideranças" como o Pe. Manzotti, que pela postura, servem a seus interesses.

É triste dizer que a Igreja se fez show...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Crítica de europeus aos cristãos

Texto reproduzido pela Revista Ultimato, na internet (aqui), traz o resultado sumário, sem a descrição da metodologia e demais detalhes, de uma pesquisa envolvendo jovens, adultos, adolescentes, pastores evangélicos jovens e pastores mais idosos.

A questão é, independente das questões estatísticas, se o levantado por eles não explicaria, também no meio de uma parcela da população brasileira, as razões para a rejeição do Evangelho:
- os cristãos demonizam tudo o que não tem a ver com Igreja

- as igrejas ignoram os problemas do mundo real

- as igrejas parecem muito preocupadam em apontar impactos negativos de filmes, músicas e videogames

 - os cristãos perecem confiar no fato de que conhecem todas as respostas

- o cristianismo é contra a ciência

- Deus parece estar ausente da igreja

- as igrejas têm medo do que as outras fés acreditam

- a igreja é pouco amistosa em relação às pessoas que têm dúvidas

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Cinco problemas do neopentecostalismo

Desde que escrevi o artigo A preocupação com o neopentecostalismo: o caso da Igreja Universal do Reino de Deus, publicado na revista Ultimato nº 328 (jan-fev/2011), senti que deveria apresentar as razões que o justificam. Mencionei que a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e demais igrejas similares têm contribuído para a “crise soteriológica no Brasil, imunizando muitos contra o Evangelho, embora pensem ser crentes”. Tanto o presente artigo quanto o anterior não têm o propósito de fragilizar os seguidores do neopentecostalismo, pelo contrário, a minha intenção é abençoá-los. Além disto, desejo chamar a atenção de meus colegas evangélicos para o ensino de base não evangélica proveniente de certos segmentos religiosos.

O termo “evangélico” só deveria ser concedido a um grupo cujo ensino fosse coerente com o Evangelho de Jesus Cristo conforme revelado nas Escrituras. Embora algumas igrejas possam levar seus adeptos a experimentar certos benefícios, contam com falsos mestres que deveriam ser descartados como evangélicos, juntamente com seus respectivos grupos, por distorcerem o Evangelho (Gl 1.6,7). Não há ensino que deva ser comunicado com mais fidelidade do que a mensagem evangélica da salvação. Devemos nos lembrar do que está em jogo na vida das pessoas: o céu e o inferno. Portanto, este não é um assunto qualquer (1 Tm 4.16).

Procurei destacar cinco problemas existentes na mensagem da salvação pregada pela IURD, que também podem ser encontrados, com algumas alterações, em denominações similares. Minhas evidências se baseiam no intenso acompanhamento de programas de rádio, sermões, conversas com adeptos e leitura de livros do Bispo Edir Macedo.

Jesus disse que podemos identificar uma árvore por seus frutos. Então, examinemos o fruto com base no que realmente é propagado pela denominação.

1º problema: estudo da salvação = teologia = paradoxo
Em "Libertação da Teologia", Macedo afirma que o estudo teológico é uma atividade fútil e contraproducente aos esforços evangelísticos. No entanto, tal afirmação consiste em um dos muitos paradoxos desta denominação. Primeiramente, a IURD apresenta, em sua página na Internet, uma declaração de fé que demonstra a importância de suas crenças. Em segundo lugar, Macedo alega ter concluído diversos graus, alguns dos quais em Teologia, e é chamado de teólogo na capa de seus livros. Por último, em alguns de seus livros como, por exemplo, nas "Doutrinas da Igreja do Reino de Deus Vol. 3", o Bispo adverte seus seguidores contra falsas doutrinas. Além do mais, os líderes eclesiásticos são responsáveis, perante Deus, pelo conteúdo de sua pregação, independente do que pensem acerca da reflexão teológica.

2º problema: A ênfase exagerada na prosperidade gera complicações
Macedo afirma, com frequência, que o Evangelho inclui: bênçãos financeiras, benefícios físicos e salvação eterna, sendo estes três elementos promessas divinas e direitos de todos os seguidores de Cristo. Além disto, alega que o Evangelho é a chave para a libertação de sofrimentos demoníacos tais como a “desgraça” e a “miséria” ("Orixás, caboclos e guias: deuses ou demônios?", 2006, p. 120). Esta premissa compõe o enredo principal e a especialidade ministerial da IURD. O problema é que tal ênfase acaba por redefinir a mensagem evangélica da salvação, colocando-a, dramaticamente, em segundo plano. Mesmo que esta distorção possa parecer sem importância, veremos que suas implicações são muito sérias.

3º problema: fé = sacrifício
É verdade que a IURD afirma que a salvação vem “pela fé no Senhor Jesus Cristo” e que a pessoa deve “aceitar Jesus”. No entanto, estas frases têm seu significado bíblico alterado pelo que o Bispo Paulo Ayres Mattos chama de “teologia sacrificial” de Macedo. Atrelada à ênfase na prosperidade e saúde, a necessária libertação das misérias e mazelas demoníacas é obtida, principalmente, pela fé, e o sacrifício pessoal é a principal manifestação da fé. Na verdade, a fé praticamente se transforma em sinônimo de sacrifício, tendo como carro-chefe os dízimos e as ofertas.

4º problema: salvação = um estado precário
Em uma das obras mais reveladoras acerca de sua visão sobre a salvação ("Nascimento Novo", 2008), Macedo afirma que “a pessoa aceita Jesus, mas, a partir deste instante, tem que manter a salvação através do seu próprio sacrifício com Deus até o último dia”, caso contrário, a salvação é anulada (p. 15). Esta versão da salvação acaba por se constituir em um estado vulnerável, pois é difícil mantê-la. Olhando deste ponto de vista, parece que a pessoa não “é salva”, mas apenas “está salva”. Permita-me ilustrar. O bispo acredita que, provavelmente, foi melhor ao ladrão arrependido, que fora crucificado ao lado de Jesus, ter morrido logo após sua confissão de fé (p. 34). Por quê? Aquele homem não teve tempo de cair no pecado, perder sua fé ou renunciar a Cristo, o que, possivelmente, teria acontecido uma vez que ele não tinha nascido de novo. E isto nos leva ao próximo ponto.

5º problema: visão estranha sobre o novo nascimento
Utilizando João 3.1-21 como um de seus principais textos de prova para sua versão do novo nascimento, Macedo se concentra nas palavras “nascer da água e do Espírito”. A primeira etapa exige que a pessoa “aceite Jesus” e depois que ela passe pelas águas do batismo. Segundo a cosmovisão iurdiana, esta etapa fornece alguma resistência contra as obras da carne, mas a pessoa precisa de algo mais para lutar contra o demônio que ainda pode estar alojado em seu íntimo (p. 24).

A segunda etapa é semelhante à experiência pentecostal do segundo batismo, porém com uma alteração que somente o bispo pode descrever (p. 35). Quando a pessoa entrega todo o seu ser a Jesus e está disposta a obedecer a sua Palavra, naquele exato momento:

...Deus, na Pessoa do Espírito Santo, vem sobre o candidato e, assim como envolveu a Virgem Maria e nela concebeu um Ser divino, também envolve o candidato, transformando-o espiritualmente numa nova criatura, isto é, num ser divino.
É a partir daí que a pessoa se torna, verdadeiramente, filha de Deus. Enquanto isso não acontecer, ela pode até ser salva, mas precisa nascer de Deus.

O Espírito testifica ao seu espírito?
O Espírito Santo prometeu nos guiar a toda verdade. O Espírito testifica ao seu espírito que minhas afirmações estão corretas? Ou seja, que a IURD e outros grupos que ensinam este tipo de discurso contribuem para o crescimento da crise soteriológica em nossa nação?

É importante reafirmar que meu objetivo é oferecer embasamento, mediante a observação da IURD, para a fonte de preocupação que o movimento neopentecostal representa ao avanço evangélico e seu futuro. Agora faz sentido como uma obreira sincera e comprometida, que ama a Deus e a IURD, acredita, erroneamente, em um evangelho baseado no esforço humano e nos rituais religiosos. Infelizmente, uma pessoa pode ser sincera e, ao mesmo tempo, está sinceramente enganada.
______________
David Allen Bledsoe é missionário batista e trabalha com evangelismo, expansão de igrejas e educação teológica, e coordena projetos do Southeastern Baptist Theological Seminary no Brasil. Possui D. Min. e D. Th. em Missiologia. O neopentecostalismo foi o assunto de sua tese de doutorado na Universidade da África do Sul, em Pretória (2010).

fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/cinco-problemas-do-neopentecostalismo

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

ÍTACA


Konstantinos Kaváfis
(Trad. José Paulo Paes)

Se partires um dia rumo a Ítaca,
faz votos de que o caminho seja longo,
repleto de aventuras, repleto de saber.
Nem Lestrigões nem os Ciclopes
nem o colérico Posídon te intimidem;
eles no teu caminho jamais encontrará
se altivo for teu pensamento, se sutil
emoção teu corpo e teu espírito tocar.
Nem Lestrigões nem os Ciclopes
nem o bravio Posídon hás de ver,
se tu mesmo não os levares dentro da alma,
se tua alma não os puser diante de ti.

Faz votos de que o caminho seja longo.
Numerosas serão as manhãs de verão
nas quais, com que prazer, com que alegria,
tu hás de entrar pela primeira vez um porto
para correr as lojas dos fenícios
e belas mercancias adquirir:
madrepérolas, corais, âmbares, ébanos,
e perfumes sensuais de toda a espécie,
quanto houver de aromas deleitosos.
A muitas cidades do Egito peregrina
para aprender, para aprender dos doutos.

Tem todo o tempo Ítaca na mente.
Estás predestinado a ali chegar.
Mas não apresses a viagem nunca.
Melhor muitos anos levares de jornada
e fundeares na ilha velho enfim,
rico de quanto ganhaste no caminho,
sem esperar riquezas que Ítaca te desse.
Uma bela viagem deu-te Ítaca.
Sem ela não te ponhas a caminho.
Mais do que isso não lhe cumpre dar-te.

Ítaca não te iludiu, se a achas pobre.
Tu te tornaste sábio, um homem de experiência,
e agora sabes o que significam Ítacas.

domingo, 9 de outubro de 2011

A existência de um deus pode ser cientificamente comprovada?


Eduardo Ribeiro Mundim

Antes de prosseguir, é necessário definir o que se compreende por ciência, assim como o que se define como deus.

A atividade científica é um trabalho racional. Ou seja, fundamentada na razão e no esforço. Ela inexiste na ausência de ambos, mas não exclui o lúdico. Sendo racional, segue um raciocínio concatenado, onde o fato/a ideia “A” segue naturalmente o fato/a ideia imediatamente procedente, preferencialmente sem saltos sobre lacunas. Não é suficiente o encadeamento lógico, sendo necessária a comprovação experimental do mesmo. Se esta não for possível, por mais consequente que seja o raciocínio será obrigatoriamente refutado como falso.

Trabalhando sobre o real e concreto, o acessível à experimentação e a análise, a ciência descreve as características do objeto em estudo, seu funcionamento (quando aplicável) e sua utilidade. Conforme o campo do saber há maior ou menor grau de incerteza sobre o seu conhecimento. Por exemplo, a metalurgia é um campo menos instável que a medicina, a física clássica menos disputada que alguns ramos da biologia. E isto é facilmente explicável: todo objeto que sofre a menor influência do meio externo a ele mesmo, ou cujas influências sejam passíveis de enumeração e controle, fornece uma terreno sólido para descrições com baixa probabilidade de erro. A biologia, por tratar de seres vivos sujeitos a influências externas inumeráveis/desconhecidas (chamado “sistema aberto”), trabalha, em alguns de seus ramos, sobre grande instabilidade. O mesmo se aplica às doenças humanas, tanto nos aspectos preventivos quanto nos terapêuticos.

Apesar de trabalhar sobre o concreto, o cientista também propõe hipóteses de trabalho, que necessitam de validação empírica. Segundo a atual filosofia da ciência, uma hipótese chamais será provada verdadeira. Ao contrário, ela será tida por “não falsa” enquanto resistir ao mais severo escrutínio e enquanto prover respostas acertadas.

E o cientista sabe que seu conhecimento abarca apenas uma pequena fração da realidade e que estamos bem distantes de uma visão abrangente, organicamente integrada, da mesma. Ele é forçado a aceitar, por honestidade intelectual, que quando descreve, descreve por aproximação, por analogia, que é bem diferente daquela pequena porção da realidade a qual se dedica.

Portanto, a ciência abrange um vasto espectro de atividade intelectual que tem extremos precisos (a descrição de um movimento, pela física clássica) e altamente especulativos (a teoria da evolução). Mas em toda a sua extensão não explica ou propõe mecanismos/causas fora do mundo natural.

Deus forçosamente é um ser autoconsciente e de poder inimaginável. Se assim não fosse, como poderia ser o criador e/ou mantenedor da natureza? Há espaço para o politeísmo, mas esta construção traz um enfraquecimento da ideia de divindade, pois todo o poder não está concentrado em um só, e a realidade seria consequência de um acordo operacional entre vários seres poderosos mas limitados uns pelos outros.

Monoteísta ou não, a existência de deus(es) não pode ser averiguada cientificamente por algumas poucas e boas razões:
  1. Não é compatível com seu status de criador divino o deixar-se esquadrinhar por suas criaturas como se objeto fosse – um ser autoconsciente necessariamente se atribuirá valor e um ser todo-poderoso não se verá como menor que suas criaturas.
  2. A ciência trabalha por comparação, aproximação, analogia. Com o quê se comparará um deus?
  3. Para ser estudado ele tem de se deixar encontrar, se for possível, ou se revelar, se estiver fora do alcance dos cinco sentidos naturais. Como obrigá-lo?
  4. Deus(es) não são acessíveis aos nossos sentidos – pois se o fossem, ateístas negariam a realidade óbvia, em uma situação de insanidade. Seria(am) um dia acessíveis ao esquadrinhamento por parte de nossa tecnologia? E se sua(s) constituição(ões) é(são) desconhecida(s), pela mesma razão, como idealizar um recurso que o(s) encontre(m)?

A existência ou não da divindade somente pode ser disputada no campo das ideias, e não da experimentação. Não há como obrigá-la a participar de um ensaio cientifico qualquer, não há como construir hipóteses e demonstrá-las não falsas a respeito de um deus – forçosamente um ser autoconsciente e todo-poderoso. Se fosse bem humorado, brincaria com nossos pobres esforços à exaustão (nossa).

sábado, 8 de outubro de 2011

Luteranos destoam de católicos e evangélicos na avaliação da lei que regula uniões de pessoas homoafetivas

Héctor Carrillo


Santiago, sexta-feira, 7 de outubro de 2011 (ALC) - O pastor presidente da Igreja Evangélica Luterana, Luis Álvarez, apoia a proposta de lei que regula uniões de pessoas do mesmo sexo, ora em tramitação no parlamento chileno.

"Temos que ser sinceros", disse em carta distribuída à imprensa, "e reconhecer que as mudanças de paradigmas socioculturais
impuseram diversas formas de vida familiar".

Álvarez destacou que já não existe um modelo absoluto de família e de vida comum "porque as circunstâncias, de diversa natureza em nossa sociedade e em nossa cultura, mostram um pluralismo de propostas de contenção afetiva que são objeto de nosso atendimento pastoral e reflexão fraterna".

O líder luterano entende que a proposta que tramita no Legislativo não se constitui numa ameaça ao matrimônio. A posição de Álvarez contraria o posicionamento manifestado por líderes de outras denominações religiosas.


Em análise no Congresso desde maio, o projeto que regula uniões de pessoas do mesmo sexo recebeu uma saraivada de críticas, de modo especial de líderes de igrejas evangélicas pentecostais e da Igreja Católica, que encaminharam documento a autoridades dos três poderes bombardeando a proposta. O documento frisa que a união do homem com a mulher é o fundamento e a base da sociedade, e que é obrigação do Estado promovê-la e preservá-la.

"A saúde ou a doença de uma sociedade e de seu Estado se reflete na situação das famílias", aponta o documento dos católicos e evangélicos pentecostais.

Pedem, bem por isso, a rejeição do texto que pretende incluir no ordenamento jurídico as uniões de pessoas do mesmo sexo. "Cremos que aprovar essa iniciativa, tal como proposta no projeto apresentado ao Parlamento, implica por si mesmo discriminação que atenta contra o bem da instituição matrimonial e injusta na contramão da vida", argumentaram.


O Movimento Integração e Libertação Homossexual (MOVILH) acusou as igrejas de agredirem pessoas que valorizam a diversidade sexual. O documento enviado às autoridades dos três poderes apresenta "uma linguagem ofensiva e violenta, que procura torpedear o avanço da lei contra a discriminação e a regulação das uniões de fato", alegou.

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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)
Edição em português: Rua Ernesto Silva, 83/301, 93042-740 - São Leopoldo - RS - Brasil
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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Entre deus e o professor ateu

O professor, médico (com M maiúsculo) e cartunista (inspirado) Lor, publicou um artigo entitulado "entre deus e o professor ateu". Foi inspirado, explicitamente, na contradição que percebeu em uma dissertação final de pós-graduação onde o aluno agradece a "deus": "o espaço daquela dissertação era pequeno demais para nós dois: eu e deus". Implicitamente, sugere, ao longo do seu provocante texto, ser uma das motivações o direito do ateu de sê-lo, em igualdade de direitos e deveres com os teístas, sejam eles de que matiz forem. No que, aliás, o Lor está certíssimo.

Um acadêmico de medicina do 10 período, à época da redação, Alessyo Patrick de Sá Rocha, publicou uma resposta bem estruturada ao professor, chamada "fé e ciência - resposta".

Ambos valem leitura, meditação e resposta.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Metodistas pedem ações para "extirpar o pecado social da corrupção"

Segunda-feira, 3 de outubro de 2011 (ALC) - O Colégio Episcopal da Igreja Metodista soma sua voz aos brasileiros "empenhados em extirpar o pecado social da corrupção nas estruturas de poder" e pede transparência da gestão pública, o fim do sigilo em votações relacionadas a denúncias de improbidade administrativa e falta de decoro, e o estabelecimento da Comissão da Verdade.
Corrução e tráfico de influência têm causado prejuízos à população brasileira, de modo especial nos setores mais empobrecidos, "pelo desvio de recursos que poderiam ser aplicados a melhorias na saúde pública, educação, saneamento, previdência", dizem os bispos em pronunciamento dirigido à igreja.
Também pedem a efetiva complementação da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010) aprovada pelo Legislativo, mas ainda não praticada por decisão do Judiciário.  A Ficha Limpa é uma campanha da sociedade brasileira com o objetivo de melhorar o perfil de candidatos a cargos eletivos do país, adotando critérios de inelegibilidade.

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