A repatriação de documentos do período da ditadura militar, vindos de Genebra, foi celebrada no dia 14 de junho de 2011 num ato público dos mais belos e comoventes. O acervo Brasil: Nunca Mais, guardado a sete chaves pelo Conselho Mundial de Igrejas, lançará luz sobre o período de exceção dos direitos humanos, onde todas as formas de violência sobre a vida humana eram usadas sem piedade pelos “auto-intitulados” defensores da pátria brasileira.
Dentre as inimagináveis formas de tortura, a violência sexual, de homens e mulheres, muitas vezes acontecia diante de cônjuges e filhos de prisioneiros; uma verdadeira destituição da humanidade, tantos dos algozes como das vítimas.
Não se questiona o fato de que a repatriação desses documentos traz um mínimo de justiça para a memória dos mortos, seus familiares e um conforto indescritível de dever comprido para tantas pessoas que sobreviveram e ainda continuam atuantes na defesa dos direitos humanos.
Caberia à nação brasileira e seus governantes uma homenagem mais contumaz a esses heróis e heroínas: eliminando toda forma de tortura na sociedade brasileira.
Não obstante, os governantes desse Brasil, absolutamente livres dos algozes da ditadura militar, vergonhosamente entregam-se para outros tipos de algozes: O poder, o dinheiro e o conforto. E por isso, fecham os olhos para a tortura sistemática que ocorre nas prisões de todo o País.
E nem é preciso estatísticas para elucidar esse triste fato. É sabido e notório que violentadores de mulheres e crianças são julgados por parceiros de cárcere, em cenas com estupro coletivo e que parte da população aplaude esse tipo de “justiça”. Isso, sem contar as torturas proferidas por agentes policiais, que via de regra, são pagos para garantir que haja tratamento justo para todo ser humano.
Do outro lado das celas fétidas e super lotadas, estão juízes, desembargadores, governadores de Estado; etc... Ou seja, existe todo um aparato para tortura nas prisões desse Brasil “supostamente”, zeloso dos direitos humanos. Maior hipocrisia que essa? Somente a propagada nos porões ditadura militar.
Segundo o Instituto Brasil Verdade, entre 1997 e 2009, foram registrados 211 casos de tortura em prisões brasileiras. Evidentemente, esses dados não ilustram completamente a realidade dos presídios superlotados onde as condições de vida e higiene estão aquém do que seria aceito até para animais. Segundo o Instituto Brasil Verdade “Apesar de o Brasil ter ratificado diversos tratados e convenções de combate à tortura, a prática ainda continua sendo recorrente no país.”
Todas as denúncias sobre torturas no Brasil entre pessoas que vivem em cárcere encontram fôlego no relatório da Organização das Nações Unidas – ONU de 2006.
Dito isso, fica o alerta: Vivemos tempos de Brasil: Nunca mais; mais ainda não! Pois enquanto houver tortura em solo brasileiro, só resta a nós brasileiros/as o papel de cúmplices ou agentes de transformação.
De que lado você está? Pense! Faça todo possível para que Nunca Mais, haja tortura no Brasil.
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Para aprofundar leia:
http://www.institutobrasilverdade.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=6015&Itemid=99
Maria Newnum
Maria Newnum
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