sábado, 8 de outubro de 2011

Luteranos destoam de católicos e evangélicos na avaliação da lei que regula uniões de pessoas homoafetivas

Héctor Carrillo


Santiago, sexta-feira, 7 de outubro de 2011 (ALC) - O pastor presidente da Igreja Evangélica Luterana, Luis Álvarez, apoia a proposta de lei que regula uniões de pessoas do mesmo sexo, ora em tramitação no parlamento chileno.

"Temos que ser sinceros", disse em carta distribuída à imprensa, "e reconhecer que as mudanças de paradigmas socioculturais
impuseram diversas formas de vida familiar".

Álvarez destacou que já não existe um modelo absoluto de família e de vida comum "porque as circunstâncias, de diversa natureza em nossa sociedade e em nossa cultura, mostram um pluralismo de propostas de contenção afetiva que são objeto de nosso atendimento pastoral e reflexão fraterna".

O líder luterano entende que a proposta que tramita no Legislativo não se constitui numa ameaça ao matrimônio. A posição de Álvarez contraria o posicionamento manifestado por líderes de outras denominações religiosas.


Em análise no Congresso desde maio, o projeto que regula uniões de pessoas do mesmo sexo recebeu uma saraivada de críticas, de modo especial de líderes de igrejas evangélicas pentecostais e da Igreja Católica, que encaminharam documento a autoridades dos três poderes bombardeando a proposta. O documento frisa que a união do homem com a mulher é o fundamento e a base da sociedade, e que é obrigação do Estado promovê-la e preservá-la.

"A saúde ou a doença de uma sociedade e de seu Estado se reflete na situação das famílias", aponta o documento dos católicos e evangélicos pentecostais.

Pedem, bem por isso, a rejeição do texto que pretende incluir no ordenamento jurídico as uniões de pessoas do mesmo sexo. "Cremos que aprovar essa iniciativa, tal como proposta no projeto apresentado ao Parlamento, implica por si mesmo discriminação que atenta contra o bem da instituição matrimonial e injusta na contramão da vida", argumentaram.


O Movimento Integração e Libertação Homossexual (MOVILH) acusou as igrejas de agredirem pessoas que valorizam a diversidade sexual. O documento enviado às autoridades dos três poderes apresenta "uma linguagem ofensiva e violenta, que procura torpedear o avanço da lei contra a discriminação e a regulação das uniões de fato", alegou.

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