domingo, 23 de fevereiro de 2014

Uma carta a Sardes, e a nós - revitalização já!

Rev. Jorge Eduardo Diniz

A glória da cidade de Sarde estava no passado. Foi a capital da Lídia no século VII a.C, e era uma das cidades mais magníficas do mundo nesse tempo. Situada no alto de uma colina, amuralhada e protegida e jamais derrotada por um confronto direto. Seus habitantes eram orgulhosos e arrogantes. Mas, por duas vezes, a cidade fora derrotada por um buraco em sua muralha. un único lugar vulnerável. A igreja entende claramente o que Jesus estava dizendo, quando afirmou: “Sede vigilantes!... senão virei como ladrão da noite”. A cidade foi reconstruída e dedicada à deusa Cibele, divindade creditada com o poder especial de restaura vida aos mortos. Depois disso, Sardes também passou por um terrento que a destruiu parcialmente, mais uma reconstrução! A cidade tronou-se famosa pelo alto grau de imoralidade que a invadiu e a decadência que a dominou. Quando João escreve esta carta de Jesus à Sades, ela era uma cidade muito rica, mas totalmente degenerada.

A igreja tornou-se como a cidade. Em vez de influenciar, foi influenciada. Era como sal sem sabor ou uma lâmpada escondida. A igreja de Sardes era poderosa, dona de um grande nome. Uma igreja que tinha nome e fama, mas não tinha vida. Tinha performance, mas não integridade. Tinha obras, mas não dignidade. Jesus envia uma mensagem revelando a necessidade imperativa de REVITALIZAÇÃO. O primeiro passo é ter consciência de que há cristãos mortos e outros dormindo que precisam ser despertados. Jesus escreve de forma imperativa: Sê vigilante; Fortaleça o que tens: Lembre-se; Obedeça e arrependa-se. Jesus nos chama a um retorno urgente a sua Palavra. Devemos lembrar, guardar e voltar para a Palavra de Deus – A igreja tinha se apartado da pureza da Palavra. A revitalização é resultado dessa lembrança dos tempos do primeiro amor e dessa volta à Palavra. Deixemos que a história passada nos desafie no presente a voltarmos para a Palavra de Deus. Ele nos desafia à vigilância espiritual. A cidade de Sarde fora invadida e dominada duas vezes porque se sentia muito segura e não vigiou. Jesus alerta a igreja que se ela não vigiar, se ela não acordar, ele virá a ela como o ladrão da noite, inesperadamente. Para aqueles que pensam que estão salvos, mas ainda não se converteram de fato, aquele dia será dia de trevas e não de luz (Mt 7.21-23). E a última chamada de Jesus é a um retorno à santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Uma consciência de que estamos em um processo de transformação contínuo sendo formados à imagem de Cristo até atingirmos a estatura do varão perfeito, sem vestes manchadas, e sim alvas, limpas.

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas! Que Deus envie sobre nós, nestes dias, uma poderosa revitalização.


(boletim 2ª Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte, 23/02/14)

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Linchadores e bandidos - o que têm em comum?

Nos últimos dias, notícias de punições a supostos / verdadeiros bandidos têm surgido na imprensa nacional. Hoje foi noticiado que um grupo de justiceiros amarrou alguém julgado culpado por alguma ação ilegal e o jogou sobre um formigueiro...


Na Folha de S. Paulo de hoje (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/152988-linchadores-e-bandidos.shtml), o psicanalista Contardo Calligaris traz algumas reflexões pertinentes.

Será que o Brasil existe como nação? Existir como nação é ter um claro sentimento de pertencimento a uma sociedade com destino, passado e futuro; uma sociedade na qual vale à pena estar incluído, uma sociedade da qual não se deseja ser excluído.

Se tal sociedade não existe, então não existe a "coisa pública", não existe Estado. Apenas uma abstração sem vínculo verdadeiro com a realidade, não sendo seu espelho, nem estando a seu serviço.

Tolerância zero?

Tolerância zero não é repressão policial imediata e violenta, mas a certeza de que a comunidade existe para si e por si, e que cuida de si em todos os aspectos, do canteiro no qual ninguém pisará à segurança dos lares. Comunidade que existe nos corações e mentes dos seus membros, dispostos a lutar para defendê-la.

É este projeto de uma sociedade na qual valha a pena estar incluída que falta ao Brasil.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Personalidades negras na bíblia

1. Um escravo negro (cuxita) foi o mensageiro escolhido para levar a Davi a notícia da morte de seu filho e adversário, Absalão (28m 18.21-32). Um escravo ou um mercenário negro, por ser um estrangeiro foi, talvez por isso, preferido pelo comandante Joab, para levar ao rei a trágica notícia.

2. Depois de ter lido em público os oráculos de denúncia e ameaça do profeta Jeremias, Baruque, seu secretário, foi intimado a comparecer diante dos grandes de Judá, levando-lhes o rolo (Jr 36.1- 26). O mensageiro enviado para convocar Baruque foi [[Jeudi], bisneto de um negro (cuxita; Jr 36.14; CNBB e NTLH).

3. Por sua mensagem, que aconselhava abertamente a rendição de Judá a Nabucodonosor, rei de Babilônia, Jeremias foi perseguido como traidor da pátria e entregue pelo rei Zedequias ao arbítrio dos príncipes. Estes o jogaram num poço em que não havia água, só havia lama (Jr 38.1-6). E o profeta se atolou na lama, correndo o perigo de se afogar e morrer. Aparece, então, um negro, um cuxita, cujo nome é dado como Êbed-Mélekh (literalmente, servo, isto é, ministro do rei). Ele vai ao rei, intercede por Jeremias e consegue permissão para salvar a vida do profeta. Esse negro é, portanto, alguém em alta posição na corte, tendo acesso direto ao rei, que o devia ter em alta consideração, e, por isso, atendeu seu pedido, embora fosse em desafio à decisão dos príncipes, diante dos quais o rei se confessara sem nenhum poder (Jr 38.3, 7-13). Essa foi uma ação tão notável que o etíope Êbed-Mélekh recebeu, em recompensa, um oráculo, por intermédio do próprio Jeremias, em que lhe era prometido livramento, quando acontecesse a destruição de Jerusalém pelo exército de Nabucodonosor. Sua vida seria poupada, porque ele confiara no Deus Eterno (Jr 39.15-19).

4. Duas coisas chamam a atenção no cabeçalho do livro de Sofonias (Sf 1.1). A primeira: é o único entre os profetas que tem seus antepassados citados até a quarta geração. Charles Taylor Jr. afirma: "A razão é, sem dúvida, porque o Ezequias mencionado é o rei daquele nome, que governara Judá de 715 a 687 a. C.,, A segunda: Sofonias é declarado filho do Negro (Cuxita). Podem ser formuladas duas hipóteses, para explicar esse caso: uma dama nobre, neta do rei Ezequias, casara-se com um etíope, com um negro, que veio a ser o pai do profeta; ou, então, seu pai, este sim, neto de Ezequias, recebera o nome de Cuxita (etíope), em homenagem ao Egito, pais com que Judá se aliara em oposição à Assíria. Qualquer que seja a hipótese adotada, torna-se evidente a alta conta em que eram tidos os cuxitas (etíopes, negros) pela família real de Judá.

5. Abraão foi o pai dos crentes, para judeus e cristãos, seu primeiro antepassado na fé (Gn 12.1-4a), que teve a honra de ser considerado um dos dois amigos de Deus, no AT (Is 41.8). Para os maometanos, ele foi um dos quatro grandes profetas: Ibraim, Musa, Issa e Maomé. Seu primeiro filho, Ismael, nasceu de sua relação com Agar, escrava egípcia, camita, portanto, negra, visto como Gn 10.6 e lCr 1.8 colocam Etiópia, Egito, Líbia e Canaã como filhos de Cam. Além disso, Deus sustentou, no deserto, essa mulher negra e seu filho e, mais ainda, concedeu-lhe o privilégio de uma teofania, isto é, apareceu diante dela e lhe falou (Gn 16.1-16; 17.23-27; 21.8-21). Através de Ismael, Agar se tornou a matriarca de numerosos povos beduínos que habitavam o sul da Palestina. E, segundo outras tradições, tornou-se uma ancestral de Maomé, o fundador do islamismo, tido como descendente de Ismael.

6.Da máxima importância, neste contexto, é uma tradição que envolve o próprio Moisés, o líder máximo do povo de Deus, no AT, libertador do povo de Israel, em seu Êxodo do Egito, fundador da fé “javista.” Grande profeta, que também teve o privilégio de ser considerado, como Abraão, um amigo de Deus. Homem ímpar, de quem se diz: “Nunca mais surgiu em Israel profeta semelhante a Moisés” (Dt 34.10-12). Existem três diferentes tradições sobre a origem étnica de sua esposa. Uma atribui a ela origem midianita (Ex 2.16-22; 3.1; 4.24-26; 18.1; Nm 10.29). Outra, uma origem quenita (Jz 1.16; 4.11). A terceira fala de seu casamento com uma cuxita (etíope, negra; Nm 12.1). Em todas as três, o grande libertador de Israel tem por esposa uma mulher estrangeira. A terceira tradição fala de uma esposa etíope, embora num texto que contém algumas dificuldades. Qualquer que seja a solução das dificuldades, o texto indica, de maneira suficientemente clara, que se trata de um casamento recente e, por conseguinte, a esposa mencionada não era Zípora. E mais, que a causa da rebelião de Minam foi a posição de Moisés como mediador único entre Deus e o povo (Nm 12.2). Conclui-se, então, que não há nenhuma recusa contra o fato, que é aceito, portanto, como normal, de que o fundador e legislador do povo de Israel, -- o homem com quem Deus falava "face a face", a quem colocara “como responsável” por todo o seu povo, -- o fato de que Moisés tivesse desposado uma cuxita, uma mulher etíope, uma mulher negra.

7. Salomão foi, segundo a tradição, o mais sábio, o mais rico e o mais famoso dos reis de Israel, e construtor do primeiro templo de Jerusalém. Pois bem, entre as mais importantes raínhas-esposas de Salomão, estava a filha de um faraó da 2 ia dinastia, o faraó Shishak (cerca de 945-924 a.C.), pertencente a uma dinastia de famosos mercadores. Essa egípcia era a mais importante das raínhas-esposas. Seu pai tomou a cidade de Guézer dos canaanitas e deu-a como dote à filha, à esposa camita, à rainha-esposa negra de Salomão (1Rs 3.1; 9.16; 11.1).

Por Rev. biblista Joaquim Beato 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Talks on Health

Escrito pelo Dr. Lincoln S. Miyasaka e disponível na amazon (atalho) este pequeno livro fala de saúde nos seus quatro aspectos: física, emocional, familiar e espiritual. Foi elaborado através de frases, comentários e questões apresentadas durante os 5 anos de trabalho na China pelos seus pacientes. Sobre as preocupações apresentadas, acrescenta também seu ponto de vista alicerçado em sólida fé cristã evangélica.

Todos os recursos financeiros auferidos pela venda serão utilizados em diversos projetos sociais nos quais atua.