Logo após o terremoto no Haiti que comoveu o mundo, muitas pessoas se mobilizaram para ajudar e foram lá levando tudo o que podiam e muito mais. Pr. Seung foi três vezes ao Haiti como médico para socorrer os acidentados e eu fiquei em casa todas as vezes MORRENDO de vontade de ir e fazer alguma coisa pelos haitianos. No ano passado soubemos que havia alguns haitianos em Manaus. Um dia, numa banca da feira que doa para o nosso seminário, descobri que doam também a haitianos, que ficavam num galpão sem paredes, sujeitos às chuvas e ataques de mosquitos! Precisavam urgentemente de outro local para se instalar. Levei-os para a nossa antiga casa que estava vazia. Na semana passada, o padre católico, que cuida de quase 3 mil haitianos em Manaus alugando 600 casas para abrigá-los, declarou ao jornal da cidade que, apesar de 90% destes haitianos serem evangélicos, apenas UMA igreja evangélica estava alugando UMA casa para acolher 30 haitianos. Vergonha para nós, família de Deus, que não sabemos receber os estrangeiros e irmãos em Cristo! (Como não ostentamos uma bandeira de igreja, não se referiu a nós). Podemos ir até eles, mas quando eles vêm a nós, o quê fazemos?
No dia 23 de novembro os 13 primeiros haitianos chegaram. Foi um momento de grande emoção. "O Haiti chegou na minha casa!." Eu não pude ir até o Haiti, então Deus, que move as montanhas, trouxe o Haiti até a minha casa!!!. Esse é o Deus que eu sirvo, Deus de milagres, que nos surpreende, nos honra e nos dá o imenso privilégio de servi-LO. A minha família se multiplicou naquele dia! Os haitianos não param de chegar. Já perdemos a conta de quantos estão em nossa casa e no galpão próximo que fora alugado pela Fundação Alan Kardec (!). Estão dormindo todos no chão e alguns sem colchão. Disseram que a situação em Tabatinga estava caótica. Anteontem, no galpão eram 121 haitianos dormindo no chão. Na casa uns 80. Graças a Deus agora ganhamos muitos colchões. Alguns têm comprado passagens para ir a São Paulo, Campinas, Belo Horizonte e Paraná para tentarem a vida. Temo que sem ter ninguém os esperando, ficarão perdidos. Se tivéssemos contatos que se dispusessem a ajudá-los, seria muito bom. Agora são cerca de 5 mil haitianos em Manaus. Na Polícia Federal e o Ministério do Trabalho tem enormes filas de haitianos que para tirar a carteira de trabalho está levando 3-4 meses. O desespero deles é tão grande que a polícia foi acionada para controlar a turba. Alguns foram presos. Um deles foi assassinado. Desconheço os detalhes. Existe preconceito. Existe exploração da mão de obra e grande dificuldade de comunicação devido à língua. Os últimos grupos que estão chegando quase não falam espanhol e são poucos os que falam francês. A maioria fala crioulo.
Nos abrigos faltam mão de obra para cozinhar. Falta água para beber por falta de carro e de gente para carregar os galões. Há voluntários, mas eles também tem os seus empregos. Deixo muitas tarefas para ajudá-los. Só de gasolina é R$1500,00 por mês para acompanhá-los. Mas o Senhor tem nos abençoado muito, 3 dos nossos filhos entraram em escolas do governo, assim, grande economia nas despesas. Na semana passada começamos a servir o café da manhã para eles e o Pr. Seung começou o atendimento médico. Muitos têm problemas de vários anos sem nunca terem passado por um médico, muito caro no Haiti. Ficam maravilhados pelo atendimento gratuito no Brasil. Mas aqui também está abarrotado e leva meses, madrugadas e muitas idas e vindas para conseguir consultas, exames e tratamentos. Imagine para quem não fala portugu&ecir c;s e não tem passagem de ônibus... Recentemente surgiram voluntários que ensinam português e outros com doações de toda espécie. Algumas pessoas procuram mão de obra disponível para trabalhos avulsos, mas às vezes existe exploração da mão de obra, não pagam pelo trabalho realizado e os haitianos não sabem como reclamar. Até chegar a Manaus eles passaram por muita luta. Venderam seus bens, pegaram empréstimo bancário e enfrentaram viagem de 2 aviões e 3 barcos, tendo que esperar 3 meses em Tabatinga pelo protocolo de entrada no país. Em Tabatinga eram uns 2 mil haitianos passando fome, alguns reviravam o lixo e dormiam no chão da praça da cidade, se aglomeravam dividindo um quarto com outros 30 haitianos. Não havia quase emprego, dinheiro, comida, etc. A única igreja que estava ajudando era a Católica, mas não estava dando conta de tudo sozinha, sem ajuda do governo.
Há diferença cultural. Há pessoas cultas e os iletrados, o educado e o não educado, os honestos e trabalhadores e outros não. A maioria é gente do bem, querem trabalhar para ajudar suas famílias. Me pedem trabalho todos os dias. Vou procurando trabalho para eles. Muitas portas já se abriram, mas não é fácil. Há estudantes de Engenharia Civil que estão trabalhando de pedreiros, um formado em direito que trabalhava como costureiro de dia e de noite era garçom. Pessoas que falam 4 línguas trabalham como garçons. Mas os que só falam Crioulo, analfabetos e sem qualquer formação, como fariam para trabalhar? São como peças de quebra-cabeças que aos poucos vão formando uma figura. Se forem montadas com a ajuda do povo de Deus, poderão formar uma linda paisagem. Sim, o governo participa, mas o que pode ter mais resultado mesmo é o trabalho da formiguinha, que vai cortando folhinha por folhinha. É como Jesus, que se envolvia com o povo. É o trabalho que o Senhor tem nos dado a oportunidade e privilégio de realizar. Não somente a nós, mas a todo o povo dEle. O padre está pedindo socorro, sozinho cuidando de quase 5 mil haitianos. O povo de Deus é muito grande e pode fazer muito, se cada um lançar ainda que só uma gota de água para apagar um incêndio, terá um efeito grande. O que são 5 mil pessoas em um país tão grande como o Brasil? Eles estão querendo ir a outros estados para arrumar emprego e moradia. Muitos precisam aprender português. Não estão pedindo dinheiro, mas pedem trabalho remunerado para ajudar suas famílias no Haiti. Está na hora do povo de Deus praticar o que prega. A oportunidade chega a sua casa e bate à sua po rta, o que você fará?
No amor de Cristo, Margareth Yurie Obara An. Missionária no Amazonas desde 1999. Trabalha na ONG AME Amazonas e atua como Voluntária no Projeto AMA HAITI , juntamente com seu esposo Pr. Seung Yeol An. Contatos: e-mail: brazil32@gmail.com Cel. (92)9122-3055/(92)8204-9002 |
|||||||||||||||||
Crer não é sinônimo de não pensar. Crer implica em pensar, em relacionar fé com a realidade, questionando uma a partir da outra. O conteúdo são pensamentos às vezes rápidos, em elaboração; outros, já mais elaborados. Ambos buscando provocar discussão e reposicionamentos, partindo sempre da confissão de fé protestante. Os artigos classificados como "originais" podem ser reproduzidos desde que com a menção da fonte e autoria. Ano V
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
O Haiti chegando em nossa casa
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Tempo de partir
Ricardo Gondim
Não perdi o juízo. Minha espiritualidade não foi a pique. Minhas
muitas tarefas não me esgotaram. Entretanto, não cessam os rótulos e os
diagnósticos sobre minha saúde espiritual. Escrevo, mas parece que as
minhas palavras chegam a ouvidos displicentes. Para alguns pareço vago,
para outros, fragmentado e inconsistente nas colocações (talvez seja
mesmo). Várias pessoas avisam que intercedem a Deus para que Ele me
acuda.
Minha peregrinação cristã está, há muito, marcada por rompimentos. O
primeiro, rachei com a Igreja Católica, onde nasci, fui batizado e fiz a
Primeira Comunhão. Em premonitórias inquietações não aceitava dogmas.
Pedi explicações a um padre sobre certas práticas que não faziam muito
sentido para mim. O sacerdote simplesmente deu as costas, mas antes
advertiu: “Meu filho, afaste-se dos protestantes, eles são um
problema!”.
Depois de ler a Bíblia, decidi sair do catolicismo; um escândalo para
uma família que se orgulhava de ter padres e freiras na árvore
genealógica – e nenhum “crente”. Aportei na Igreja Presbiteriana
Central de Fortaleza. Meus únicos amigos crentes vinham dessa
denominação. Enfronhei em muitas atividades. Membro ativo, freqüentei a
escola dominical, trabalhei com outros jovens na impressão de boletins,
organizei retiros e acampamentos. No cúmulo da vontade de servir, tentei
até cantar no coral – um desastre. Liderei a União de Mocidade. Enfim,
fiz tudo o que pude dentro daquela estrutura. Fui calvinista. Acreditei
por muito tempo que Deus, ao criar todas as coisas, ordenou que o
universo inteiro se movesse de acordo com sua presciência e soberania.
Aceitei tacitamente que certas pessoas vão para o céu e para o inferno
devido a uma eleição. Essa doutrina fazia sentido para mim até porque eu
me via um dos eleitos. Eu estava numa situação bem confortável. E podia
descansar: a salvação da minha alma estava desde sempre garantida.
Mesmo que caísse na gandaia, no último dia, de um jeito ou de outro, a
graça me resgataria. O propósito de Deus para minha vida nunca seria
frustrado, me garantiram.
Em determinada noite, fui a um culto pentecostal. O Espírito Santo me
visitou com ternura. Em êxtase, imerso no amor de Deus, falei em
línguas estranhas – um escândalo na comunidade reverente e bem
comportada. Sob o impacto daquele batismo, fui intimado a comparecer à
versão moderna da Inquisição. Numa minúscula sala, pastores e
presbíteros exigiram que eu negasse a experiência sob pena de ser
estigmatizado como reles pentecostal. Ameaçaram. Eu sofreria o primeiro
processo de expulsão, excomunhão, daquela igreja desde que se
estabelecera no século XIX. Ainda adolescente e debaixo do escrutínio
opressivo de uma gerontocracia inclemente, ouvi o xeque mate: “Peça para
sair, evite o trauma de um julgamento sumário. Poupe-nos de sermos
transformados em carrascos”. Às duas da madrugada, capitulei. Solicitei,
por carta, a saída. A partir daquele momento, deixei de ser
presbiteriano.
De novo estava no exílio. Meu melhor amigo, presidente da Aliança
Bíblica Universitária, pertencia a Assembleia de Deus e para lá fui. Era
mais um êxodo em busca de abrigo. Eu só queria uma comunidade onde
pudesse viver a fé. Cedo vi que a Assembleia de Deus estava
engessada. Sobravam legalismo, politicagem interna e ânsia de poder
temporal. Não custou e notei a instituição acorrentada por uma tradição
farisaica. Pior, iludia-se com sua grandeza numérica. Já pastor da
Betesda eu me tornava, de novo, um estorvo. Os processos que mantinham o
povo preso ao espírito de boiada me agrediam. Enquanto denunciava o
anacronismo assembleiano eu me indispunha. A estrutura amordaçava e eu
me via inibido em meu senso crítico. A geração de pastores que ascendia
se contentava em ficar quieta. Balançava a cabeça em aprovação aos
desmandos dos encastelados no poder. Mais uma vez, eu me encontrava numa
sinuca. De novo, precisei romper. Eu estava de saída da maior
denominação pentecostal do Brasil. Mas, pela primeira vez, eu me sentia
protegido. A querida Betesda me acompanhou.
Agora sinto necessidade de distanciar-me do Movimento Evangélico. Não
tenho medo. Depois de tantas rupturas mantenho o coração sóbrio. As
decepções não foram suficientes para azedar a minha alma, sequer fortes
para roubar a minha fé. “Seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso”.
Estou crescentemente empolgado com as verdades bíblicas que revelam
Jesus de Nazaré. Aumenta a minha vontade de caminhar ao lado de gente
humana que ama o próximo. Sinto-me estranhamente atraído à beleza da
vida. Não cesso de procurar mentores. Estou aberto a amigos que me
inspirem a alma.
Então por que uma ruptura radical? Meus movimentos visam preservar a
minha alma da intolerância. Saio para não tornar-me um casmurro
rabugento. Não desejo acabar um crítico que nunca celebra e jamais se
encaixa onde a vida pulsa. Não me considero dono da verdade. Não carrego
a palmatória do mundo. Cresce em mim a consciência de que sou
imperfeito. Luto para não permitir que covardia me afaste do confronto
de meus paradoxos. Não nego: sou incapaz de viver tudo o que prego – a
mensagem que anuncio é muito mais excelente do que eu. A igreja que
pastoreio tem enormes dificuldades. Contudo, insisto com a necessidade
de rescindir com o que comumente se conhece como Movimento Evangélico.
1. Vejo-me incapaz de tolerar que o Evangelho se
transforme em negócio e o nome de Deus vire marca que vende bem. Não
posso aceitar, passivamente, que tentem converter os cristãos em
consumidores e a igreja, em balcão de serviços religiosos. Entendo que o
movimento evangélico nacional se apequenou. Não consegue vencer a
tentação de lucrar como empresa. Recuso-me a continuar esmurrando as
pontas de facas de uma religião que se molda à Babilônia.
2. Não consigo admirar a enorme maioria dos
formadores de opinião do movimento evangélico (principalmente os que se
valem da mídia). Conheço muitos de fora dos palcos e dos púlpitos. Sei
de histórias horrorosas, presenciei fatos inenarráveis e
testemunhei decisões execráveis. Sei que muitas eleições nas altas
cupulas denominacionais acontecem com casuísmos eleitoreiros imorais.
Estive na eleição para presidente de uma enorme denominação. Vi dois
zeladores do Centro de Convenções aliciados com dinheiro. Os dois
receberam crachá e votaram como pastores. Já ajudei em “cruzadas”
evangelísticas cujo objetivo se restringiu filmar a multidão, exibir nos
Estados Unidos e levantar dinheiro. O fim último era sustentar o
evangelista no luxo nababesco. Sou testemunha ocular de pastores que
depois de orar por gente sofrida e miserável debocharam delas, às
gargalhadas. Horrorizei-me com o programa da CNN em que algumas das
maiores lideranças do mundo evangélico americano apoiaram a guerra do
Iraque. Naquela noite revirei na cama sem dormir. Parecia impossível
acreditar que homens de Deus colocam a mão no fogo por uma política
beligerante e mentirosa de bombardear outro país. Como um movimento, que
se pretende portador das Boas Novas, sustenta uma guerra satânica,
apoiada pela indústria do petróleo.
3. No momento em que o sal perde o sabor para
nada presta senão para ser jogado fora e pisado pelos homens. Não
desejo me sentir parte de uma igreja que perde credibilidade por
priorizar a mensagem que promete prosperidade. Como conviver com uma
religião que busca especializar-se na mecânica das “preces poderosas”? O
que dizer de homens e mulheres que ensinam a virtude como degrau para o
sucesso? Não suporto conviver em ambientes onde se geram culpa e
paranoia como pretexto de ajudar as pessoas a reconhecerem a necessidade
de Deus.
4. Não consigo identificar-me com o
determinismo teológico que impera na maioria das igrejas evangélicas. Há
um fatalismo disfarçado que enxerga cada mínimo detalhe da existência
como parte da providência. Repenso as categorias teológicas que me
serviam de óculos para a leitura da Bíblia. Entendo que essa mudança de
lente se tornou ameaçadora. Eu, porém, preciso de lateralidade. Quero
dialogar com as ciências sociais. Preciso variar meus ângulos de
percepção. Não gosto de cabrestos. Patrulhamento e cenho franzido me
irritam . Senti na carne a intolerância e como o ódio está atrelado ao
conformismo teológico. Preciso me manter aberto à companhia de gente que
molda a vida, consciente ou inconsciente, pelos valores do Reino de
Deus sem medo de pensar, sonhar, sentir, rir e chorar. Desejo desfrutar
(curtir) uma espiritualidade sem a canga pesada do legalismo, sem o
hermético fundamentalismo, sem os dogmas estreitos dos saudosistas e sem
a estupidez dos que não dialogam sem rotular.
Não, não abandonarei a vocação de pastor. Não negligenciarei a
comunidade onde sirvo. Quero apenas experimentar a liberdade prometida
nos Evangelhos. Posso ainda não saber para onde vou, mas estou certo dos
caminhos por onde não devo seguir.
Soli Deo Gloria
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
D. Robinson Cavalcanti e esposa são assassinados
(Diário de Pernambuco) O
pastor da Igreja Anglicana, cientista político e ex-reitor da
Universidade Federal Rual de Pernambuco (UFRPE), Edward Robison
Cavalcanti, de 64 anos, e a esposa dele, a professora aposentada Mirian
Nunes Machado Cotias Cavalcanti, também de 64 anos foram assassinados na
casa da família, na Rua Barão de São Borja, número 305, em Jardim
Fragoso, Olinda.
De acordo com a policia, o autor do crime é o filho adotivo do casal Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, de 29 anos. O rapaz morava nos Estados Unidos desde os 16 anos de idade e teria voltado ao Brasil há cerca de 15 dias depois de ter sido preso no país estrangeiro várias vezes por envolvimento com drogas e outros delitos.
De acordo com a policia, o autor do crime é o filho adotivo do casal Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, de 29 anos. O rapaz morava nos Estados Unidos desde os 16 anos de idade e teria voltado ao Brasil há cerca de 15 dias depois de ter sido preso no país estrangeiro várias vezes por envolvimento com drogas e outros delitos.
Segundo
o reverendo Hermany Soares, amigo da família, quando Eduardo chegou ao
Brasil, ele foi buscá-lo no aeroporto e ainda no desembarque teria
perguntado onde compraria uma arma.
Ontem pela manhã, o
rapaz saiu de casa, foi beber na praia e voltou à tarde. À noite ele foi
visto amolando uma faca na frente do portão de casa. Por volta das 22
horas da noite, Eduardo começou a discutir com o pai, pegou a faca e
começou a golpear o idoso. A mãe foi defender o marido e também foi
esfaqueada.
O bispo Robison morreu no quarto. Já a mãe
ainda foi levada para o Hospital Tricentenário, em Olinda, com uma
facada no peito esquerdo, mas já chegou morta. Após o crime, Eduardo
tentou cometer suicídio ingerindo uma substância não identificada e
aplicando vários golpes de faca no próprio peito. Ele foi levado para o
Hospital da Restauração (HR) em uma viatura da Polícia Militar. Eduardo
estava passando por um processo de deportação.
Segundo
informações de parentes, o bispo Robinson foi o coordenador regional da
primeira campanha do ex-presidente Lula para presidente da República,
que o teria visitado em casa depois de eleito. O bispo também foi
candidato a deputado federal e proferiu palestras na ONU.
Morre D. Robinson Cavalcante
É
com grande pesar que a Igreja Anglicana - Diocese do Recife, comunica o
trágico falecimento do Reverendíssimo Bispo Diocesano, Dom Edward
Robinson de Barros Cavalcanti, e de sua esposa Miriam Cavalcanti,
ocorrido neste domingo 26/02/2012 por volta das 22h na cidade de
Olinda-PE.
A
família diocesana agradece a Deus pela vida e devotado ministério do
seu Pai em Deus, pastor, mestre e amigo, um verdadeiro profeta e mártir
do nosso tempo, que lutou pela causa do evangelho de Cristo, por Sua
igreja, bem como pela Comunhão Anglicana, e que contou sempre com sua
esposa que, como fiel ajudadora, o apoiou em todos os anos de seu
ministério.
Partiu para a Eternidade deixando um legado de serviço, amor e firmeza doutrinária, pelos quais essa Diocese continuará.
Oportunamente estaremos divulgando dia, horário e local do seu sepultamento.
Revmº Bispo Evilásio Tenório – Bispo Sufragâneo Eleito
Revmº Bispo Flávio Adair – Bispo Sufragâneo Eleito
Rev. Márcio Simões – Presidente do Conselho Diocesano
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Psicóloga perseguida por razões religiosas? Algumas questões
Eduardo Ribeiro Mundim
A página Genizah trouxe a notícia de que a psicóloga Marisa Lobo está sob pressão do Conselho Regional de Psicologia ao qual está jurisdicionada. Esta pressão foi efetivada na forma de uma convocação à sede do CRP para tomar ciência de acusações de desvio ético profissional feitas por ativistas homossexuais e ateus. As supostas infrações seriam, pelo menos:
- fazer proselitismo evangélico através do seu trabalho como psicóloga
- defender posturas preconceituosos em relação aos homossexuais enquanto psicóloga
Marisa se diz vítima de perseguição religiosa - será?
Não parece sensato supor que nossos conselhos profissionais sejam instituições compostas por anjos destituídos de opiniões e agendas individuais; que ao avaliarem o comportamento ético profissional o façam sem nenhum viés pessoal; que ao interpretarem os códigos de deontologia inexistam opções filosóficas subsidiando esta atividade; que eles sejam corporativistas ao extremo para ignorar os clamores da sociedade multifacetada sobre o comportamento profissional de seus inscritos.
O episódio parece ter como fonte de informação a própria Marisa, e as falas atribuídas a ela mesma e ao CRP-8 são do seu próprio relato, sem o contexto no qual foram geradas. Nesta data, a página da instituição não se manifesta sobre o assunto (como é de se esperar em uma atuação legal de um conselho regional).
Há óbvias questões legais envolvidas sobre as quais nada é possível falar por falta de informações.
O mote parecer ser o posicionamento de Marisa a respeito da homossexualidade, em desacordo com o estabelecido por resolução do Conselho Federal de Psicologia em 1999:
Art.
1° - Os psicólogos atuarão segundo os princípios éticos da
profissão notadamente aqueles que disciplinam a não discriminação
e a promoção e bem estar das pessoas e da humanidade.
Art. 2° - Os psicólogos deverão contribuir, com seu
conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o
desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra
aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas.
Art.
3° - os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a
patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem
adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para
tratamentos não solicitados.
Parágrafo
único - Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que
proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Art.
4° - Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de
pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de
modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos
homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.
Esta resolução foi alvo de ação judicial quanto a sua constitucionalidade, e que deu ganho de causa ao CFP.
A situação de Marisa Lobo não é inédita. A psicóloga Rosângela Justino foi punida através de censura pública pelo CRP-5 pela mesma razão (não deve ser por acaso que, em seu perfil do blogger, ela explicite ser seguidora do blog da mesma).
Marisa foi intimada a reformar suas páginas na internet (blog e página pessoal) em consonância com os ditames da resolução acima. Segundo o divulgado, ela não o fará, pois caso o fizesse, negaria sua identidade como psicóloga cristã.
Serão todos os outros psicólogos cristãos apóstatas? Por que apenas Marisa e Rosângela enfrentam problemas ético profissionais? Será a psicologia ciência de segunda categoria, incapaz de auxiliar aqueles que a procuram sem o auxílio da fé cristã? Segundo outra fonte, Marisa teria relatado:
“Quando mandei que me dessem um exemplo de cura da dependência química
só pela ajuda psicológica, ficaram em silêncio, eu disse que conheço
centenas de casos, falei das estatísticas das comunidades e serviços que
trabalham a fé, e dos meus 15 anos de trabalho na área vendo os
milagres da transformação, apenas por dar essa oportunidade as mães e
usuários de saberem que existe um Deus que pode tirá-los desse lixo que a
psicologia não tem conseguido. Claro que a situação ficou mais
crítica.”
Arrisco alinhavar algumas ideias:
- há uma confusão generalizada sobre o que é pregar o Evangelho. Grupos estão em luta aberta contra o que chamam de "ditadura gay-nazista" e tomam um ponto focal, a sexualidade, como o cerne da mensagem da cruz, "que Jesus Cristo veio salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal". Confundem discipulado de novos cristãos com cristianização da sociedade, ou, dito de outra forma, o Reino de Deus é para ser imposto a todos, mesmo contra a vontade de todos. Exemplo maior, Júlio Severo, elogiado em um blog como o "primeiro exilado da ditadura gay brasileira". O blog em questão é um dos acompanhados por Marisa (será por acaso?)
- falta a Marisa no mínimo jogo de cintura: onde está a prudência das serpentes e a simplicidade das pombas, recomendação que Jesus deu aos Seus discípulos ao enviá-los como ovelhas entre os lobos (Mt 10.16)
- a página pessoal, psicologia cristã, a apresenta como profissional da psicologia, vende seus livros, fala de sua agenda junto a igrejas evangélicas, divulga entrevistas concedidas e seu curso sobre dependência química. A quem ela serve: à pessoa ou as ideias por ela defendidas? Qual a necessidade de publicar sua identidade profissional junto com estas ideias? para dar-lhes credibilidade e respeitabilidade?
- como ela está sendo questionada diretamente sobre o cumprimento de uma resolução do seu Conselho Federal (quem, além da Rozângela Justino, desafiou sua legalidade?) dizer-se vítima de perseguição religiosa é deturpar os fatos. Há, certamente, um conflito entre a sua ideia de como deve ser o exercício profissional de uma pessoa com convicção religiosa e o órgão que disciplina este exercício profissional que se destina a todos os brasileiros, teístas ou não. Novamente pergunto: todos os outros psicólogos cristãos são apóstatas e covardes?
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Do fanatismo evangélico
"Bem-aventurado o homem que
não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores,
nem se assenta na roda dos escarnecedores." (Salmo 1)
Por tal razão, deixei de
frequentar igrejas, não participo mais de grupos de oração; o meio evangélico
afronta o Deus que habita em mim... E os princípios bíblicos.
Vivo numa cidade que pretende se
tornar a capital evangélica do Brasil: Palmas/TO. Aqui, constroem-se igrejas
quase que uma em cima da outra, todos andam de Bíblia na mão. E jamais vi, de
forma tão exacerbada, tanta futricagem, tanta promiscuidade, tanto julgamento.
Um fanatismo exasperador, uma ignorância assombrosa, uma prepotência
assustadora, caracterizam os que se julgam salvos e cometem atrocidades em nome
do Senhor Jesus. E há quem, por medo da discriminação, frequente igrejas
evangélicas, para o caso de Palmas se transformar numa Irlanda (ouvi esse
comentário de duas pessoas, há três dias; fiquei completamente atônita!), pois
o mundo evangélico tem em Palmas a sua expressão maior.
Por costume, durante muito tempo
davam tiros numa imagem de Nossa Senhora, colocada numa pequena praça; já
invadiram e vandalizaram um templo do Vale do Amanhecer, só não o incendiando
em razão da precoce chegada de um dos fiéis; os galões de gasolina deixados
para trás atestam a intenção dos "homens de Deus".
O amor ao próximo se resume ao
próximo que cumprimente com a "Paz do Senhor"; os demais não são
merecedores do que seja, pois não são filhos de Deus, apenas criaturas. Sim,
porque há uma diferença entre os dois aspectos: todo crente é filho de Deus; os
não crentes, são reles criaturas.
Sob o pretexto do “ide e pregai”
(ainda não entenderam que o “pregai” é uma atitude de vida, e não a torpe
falação a que pretendem submeter a todos os que encontram), em cada aldeia
indígena deste estado há uma igreja firmemente construída, em flagrante afronta
à história dos primeiros habitantes do país. E costumes, registros ancestrais e
credo milenares dos indígenas, são aniquilados com o rolo compressor do fanatismo.
Agora, os pentecostais resolveram
satanizar a cultura guarani kaiowá, em Mato Grosso do Sul, e incendeiam templos
indígenas; objetos de ritual são tratados como obras demoníacas (assistam ao vídeo).
A limitação de raciocínio desses
pretensos servidores de Cristo, não lhes permite a compreensão de que Nhanderu
é Deus. Da mesma forma que em alemão é Gott ou Dieu em francês. O fanatismo os
cega, lhes entorpece a visão, lhes embota o discernimento (sinal de que pouco
contato possuem com o Espírito Santo...). Não lhes deixa perceber que o culto a
Deus é algo íntimo, pessoal, que não pode ser massificado.
Sim, há exceções. Mas são tão
poucas, que me parece ser necessária a intervenção dos órgãos governamentais
contra esses insanos, que não alcançam compreender ser o respeito, a base de
tudo na vida. Respeito a tudo e a todos, respeito às diferenças étnicas,
culturais, filosóficas. Só o respeito embasa o bom diálogo e a convivência sadia.
É necessário que se ponha um fim à essa sanha de pseudos cristãos.
Assim como a igreja católica
possui a CNBB, que regulamenta, orienta e supervisiona as ações de seus
representantes, também os evangélicos deveriam eleger um Conselho
verdadeiramente cristão, que estabelecesse a forma de atuação de seus membros,
determinando limites de ação e punição aos desatinos que estamos vivenciando.
Os índios são tão filhos de Deus,
do Nhanderu Papa Tenondé, quanto o somos todos nós não indígenas. E é urgente
que isso seja entendido e respeitado.
Peço aos meus irmãos que sejam
cristãos, que tenham em si o olhar do Cristo, manso e humilde de coração, que
jamais discriminou quem fosse, que não julgou, que não condenou e respeitou a
todos, que chamem suas igrejas para um momento de conscientização.
Evangelizar, sem respeito, é
profanar o nome daqu’Ele que personificou o AMOR MAIOR.
Eu agradeço.
Paz em Deus.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
CARTA AOS PASTORES E PASTORAS DA IPU
Estimados/as pastores/as da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil,
Companheiros/as no caminho,
Belo Horizonte, 15 de janeiro de 2012.
Conselho Coordenador da IPU – CCIPU/2011-2014
fonte: http://www.ipu.org.br/cartaaospastores.html
Esperamos encontrar todos/as cuidados/as e supridos/as pelo
Senhor, rogamos que a Paz e que a Graça da parte do Nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo seja com cada um/a.
Reconhecemos o labor, a dedicação, a doação, os sofrimentos, a
capacitação e a qualificação que todos/as buscam em sua formação
pessoal para que a igreja de Jesus, de forma especial a parte dela
congregada em nossa denominação, seja de fato pastoreada, alimentada,
direcionada para o crescimento e motivada à maturidade cristã através
das vidas de vocês. Agradecemos a Deus pelo privilégio de tê-los/as
como companheiros/as de caminhada e oramos continuamente por cada um/a,
confiando que o Nosso Deus é poderoso para fazer muito mais do que
pedimos e pensamos. Ele sabe nos surpreender!
Observando nossa denominação, parte da igreja una e santa de
Cristo, reconhecemos nossas debilidades, nossas limitações relacionais,
eclesiásticas e litúrgicas diante da contemporaneidade. Reconhecemos os
desafios que temos em comunicar Cristo como centro da vida, da
existência e de toda nossa vivência cristã a uma sociedade que caminha,
conforme os observadores deste tempo, para a diluição integral de toda
e qualquer normatização e padrão de vida; sendo nós um organismo
“vivo” em Cristo que interage através de uma organização que,
essencialmente fundamentada nas Escrituras Sagradas, normatiza um
estilo de vida e conserva padrões éticos e morais com o objetivo de
refletir o Sagrado.
Somos conscientes de que em nosso caminho já trilhado na
história, insistentemente, com muita perseverança, sonhamos e tentamos
estabelecer igreja de Cristo verdadeira, livre e responsável, reformada
e sempre em reforma, que se atualiza preservando o inegociável e que
conversa com a atualidade assumindo a responsabilidade de sermos
instrumento do Divino, do único Senhor criador e sustentador de tudo,
no objetivo de gerar transformação onde estivermos. Somos vivos,
comunidade e família, em uma instituição organizada que luta por uma
causa.
Nesse mesmo caminho, como Conselho Coordenador da IPU,
disponibilizamo-nos como conselheiros, irmãos de caminhada, rejeitando a
ideia rasa e superficial do coleguismo e assumindo a irmandade
relacional respeitosa e profunda, cúmplice e perdoadora, recebendo e
ministrando graça e perdão, sendo cuidados e pastoreados mutuamente e
propondo a possibilidade de um pastoreio e de um mentoreamento
significativo e eficaz.
Rejeitamos também a proposta de um “pseudopastoreio” onde a
confiança é desconsiderada e o sigilo inexistente. Ainda é possível
confessarmos nossos pecados uns aos outros e recebermos graça, perdão e
vida nova de verdade. Nossa pretensão é sermos companheiros de
caminhada dizendo a cada um/a dos nossos heróis batalhadores,
pastores/as corajosos/as: Vocês não estão sozinhos/as, contem conosco!
Ocupamo-nos e preocupamo-nos com cada um/a de nossos
companheiros no caminho e chamamos a atenção para pontos importantes na
caminhada:
1 - A priori, a relação pessoal com o Sagrado como
está? Ensinamos, direcionamos e empolgamos muitos para uma vida cristã
com qualidade e para um relacionamento profundo com o Cristo bíblico e
corremos o risco de priorizar muitas outras atividades, caindo para
segundo plano a meditação, a reflexão, a leitura bíblica despretensiosa
e edificante, fugindo dos antigos e retrógrados devocionais.
Temos muitas outras coisas pra fazer: nossos artigos, a
administração eclesiástica, as visitas, os sermões, os relatórios, os
atendimentos pastorais, os boletins e tantas outras impossíveis de
enumerar que acabam se impondo diante do nosso tempo, fazendo com que
não nos dediquemos àquilo que de fato é mais importante: nossa relação
pessoal com Deus é a prioridade e não nossas leituras teológicas, mas
nosso envolvimento com o Pai que nos amou e nos adotou como filhos sem
que encontrasse em nós alguma coisa que O atraísse. Amou-nos sendo nós
mortos e nos vivificou em Cristo apenas por nos amar. Amor que nunca
merecemos nem mereceremos. Rogamos que todos priorizem esse
relacionamento.
2 – Como está cada um/a consigo mesmo? Os sonhos, os planos,
os projetos, a formação, a qualificação, as finanças, as necessidades, o
lazer, o divertimento e seu bem estar? Incentivamos um belo
planejamento para o ano que se inicia, colocando cada uma das áreas onde
atuamos em seu devido lugar conforme sua real importância.
Não podemos deixar de abordar e de expressar a preocupação que
temos com as relações familiares de cada um. Cuidamos de muitas
famílias em detrimento das nossas. Isso não pode ser assim. O cuidado
para com os nossos que são os próximos mais próximos é prioridade.
Também estamos juntos com cada um/a de vocês, nossos pastores heróis,
no caminho de Cristo, integralmente à disposição para ombrearmos, sendo
suporte e sustento para cada um/a e para cada família pastoral.
Despedimo-nos com a certeza de que o Senhor, soberano criador e
sustentador de todas as coisas é conosco, com todos nós da igreja de
Cristo e tem cuidado da IPU que não é apenas uma organização e sim um
organismo vivo em Cristo, buscando, a cada dia, mais saúde e mais
vivência de uma espiritualidade saudável para todos os seus membros, de
forma especial para seus pastores e pastoras que saciam a sede de
muitos, buscando muito mais na fonte com um cântaro maior, sendo todos
nós instrumentos divinos de transformação onde estivermos.
Que o Eterno Criador seja com cada um/a, no amor do Cristo nascido e ressurreto.
Belo Horizonte, 15 de janeiro de 2012.
Conselho Coordenador da IPU – CCIPU/2011-2014
fonte: http://www.ipu.org.br/cartaaospastores.html
Assinar:
Postagens (Atom)