Eduardo Ribeiro Mundim
Leitor da Folha de S Paulo, morador daquela capital, enviou ao Painel do Leitor (pag A3), no dia 04/11/09, manifestação sobre a cobertura dada pelo jornal à Marcha para Jesus. Sintetizando, aponta que a cobertura optou pelo viés político, omitindo "a verdadeira razão de ser da marcha: o culto e a adoração a Jesus"; que o fato de, nos anos anteriores, o casal Hernandez não ter participado, mostra a inverdade da tese da marcha enquanto desagravo ao casal; o aspecto ordeiro, respeitoso, onde não se viu "drogas, cigarros ou desrespeito, somente alegria, amor e respeito ao próximo"; termina dizendo que gostaria que a marcha tivesse sido tratada com a mesma importância da Parada Gay.
Como cristão evangélico questiono o termo "adoração a Jesus" - ela causa-me certo desconforto, pois sempre penso que adoro ao Deus eternamento Triúno, Pai, Filho e Espírito Santo. Pela experiência e psicologia de massas, desconfio de grandes ajuntamentos, onde se perde a individualidade - acredito nas intenções de louvor de muitos, mas duvido do todo.
O senador Marcelo Crivella, pastor da IURD, em coluna publicada à página A3 no dia 05/11/09 intitulada "A marcha da legalidade" contraria o leitor. Afirma:
"reafirmo: foi o ato mais solene de revogação popular de todas as injúrias e calúnias que nos irrogaram os ódios e as paixões". Para minha surpresa, sai em defesa do casal nos termos seguintes: "o que ocorreu com o casal Hernandes, que ingressou nos Estados Unidos da América, sem declarar o valor em espécie que levava, é que foi punido com o máximo de rigor por conta da atmosfera de espetáculo, digna do coliseu romano, constituida de denúncias, insinuações e suspeições que, embora não provadas, emularam circunstâncias, as quais, estas sim, preponderaram no julgamento do fato em si, porque foram maciçamente divulgadas pela imprensa....foram sumariamente condenados por supostamente se 'evadirem' do Brasil e adentrar nos EUA com a extraordinária e mirabolante quantia de menos de R$ 50 mil cada um." (grifo meu)
O senador reflete sobre acusões que lhe foram feitas, pelas quais foi exposto publicamente, e que não foram comprovadas ao final. E termina:
"os milhões de evangélicos que marcharam para Jesus ao lado de seus líderes, reafirmo, foi o ato mais solene e majestoso de revogação popular de todas as injúrias e calúnias que, ao longo dos últimos anos, nos irrogaram os ódios e as paixões."
Confesso que pensei ter sido por demais cruel no texto anterior, ao ler a carta do leitor. Cheguei a cogitar em retirá-la do ar (incluindo a página do Ultimato). Mas o posicionamento do Senador Crivella apontou que ambos, o leitor e eu, vimos aspectos diferentes do mesmo fenômeno, e refletimos sobre ele a partir deles. E mantenho o texto anterior.
Quanto ao político, apequenou-se, mostrou-se igual aos outros, digno da casa onde trabalha.
E, curiosamente, no seu texto, agradece ter foro privilegiado em qualquer circunstância, diferente de todos os outros cidadãos...
Quanto ao político, apequenou-se, mostrou-se igual aos outros, digno da casa onde trabalha.
E, curiosamente, no seu texto, agradece ter foro privilegiado em qualquer circunstância, diferente de todos os outros cidadãos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário