Eduardo Ribeiro Mundim
A cruz, ou melhor, crucifixo, está na ordem do dia nas últimas semanas, desde que um tribunal com jurisdição sobre a Comunidade Europeia o proibiu em escolas públicas italianas. O assunto extrapola a comunidade cristã, e é alvo de considerações por pessoas diversas. O filósofo Luiz Felipe Pondé publicou, em sua coluna, à página E9 da Folha de São Paulo de 09/11/09, sua visão sobre o assunto, que tento sumarizar abaixo.
A escola filosófica relativista, ilustrada pelo filósofo sofista Protágoras, defende que o "homem é a medida de todas as coisas". Dito de outra forma, verdade é determinada pela subjetividade individual, e ato moral pela subjetividade cultural de uma população em uma determinada área e em certa época (ver tópico em http://www.defnarede.com/r.html).
Esta "invenção ocidental" traz diversos problemas, e Luiz Felipe destaca um: "o relativismo se transformou numa militância política e moral apenas no ocidente". Ou seja, apenas a metade oeste do globo passou a relativizar até a si mesma, enquanto cultura, aceitando que "cada cultura seria um sistema fechado sobre si mesmo, onde um comportamento só poderia ser julgado pelos valores morais da própria cultura".
Ela cita dois autores, o antropólogo recentemente falecido Lévi-Strauss e o historiador Jacques LeGoff, que expõe a tensão da possibilidade da humanidade ocidental perder sua identidade, dissovlendo-se em uma mea culpa permanente, mas poupando todas as outras identidades culturais. Esta postura, atrevo-me a ponderar, é antirelativista, à medida que é aplicada unilateralmente - parece-me, na verdade, que esta mentalidade adotada pelo pós-modernismo é saturada de sentimento de culpa, idolatrando a cultura alheia e demonizando a própria.
A questão da cruz foi avaliada, por unanimidade da corte, como uma violação dos direitos de uma criança não cristã de não ser exposta a um símbolo religioso de uma fé que não compartilhava. Luiz Felipe termina seu artigo dizendo: "Esta decisão é ridícula, porque a cruz é um símbolo, seja eu cristão ou não, das raízes do próprio Ocidente, naquilo que ele mais preza: o amor ao próximo, generosidade e justiça, enfim, um Deus que morre de amor. Nós contemporâneos somos ignorantes de um modo gritante acerca do cristianismo, confundindo-o com alguns de seus momentos mais infelizes e cruéis (toda cultura é infeliz e cruel de alguma forma). Essa proibição cospe na cara de 2.000 anos de história de uma grande parte da humanidade, e os ignorantes que a realizaram deveriam ser obrigados a pedir desculpas aos cristãos,"
A escola filosófica relativista, ilustrada pelo filósofo sofista Protágoras, defende que o "homem é a medida de todas as coisas". Dito de outra forma, verdade é determinada pela subjetividade individual, e ato moral pela subjetividade cultural de uma população em uma determinada área e em certa época (ver tópico em http://www.defnarede.com/r.html).
Esta "invenção ocidental" traz diversos problemas, e Luiz Felipe destaca um: "o relativismo se transformou numa militância política e moral apenas no ocidente". Ou seja, apenas a metade oeste do globo passou a relativizar até a si mesma, enquanto cultura, aceitando que "cada cultura seria um sistema fechado sobre si mesmo, onde um comportamento só poderia ser julgado pelos valores morais da própria cultura".
Ela cita dois autores, o antropólogo recentemente falecido Lévi-Strauss e o historiador Jacques LeGoff, que expõe a tensão da possibilidade da humanidade ocidental perder sua identidade, dissovlendo-se em uma mea culpa permanente, mas poupando todas as outras identidades culturais. Esta postura, atrevo-me a ponderar, é antirelativista, à medida que é aplicada unilateralmente - parece-me, na verdade, que esta mentalidade adotada pelo pós-modernismo é saturada de sentimento de culpa, idolatrando a cultura alheia e demonizando a própria.
A questão da cruz foi avaliada, por unanimidade da corte, como uma violação dos direitos de uma criança não cristã de não ser exposta a um símbolo religioso de uma fé que não compartilhava. Luiz Felipe termina seu artigo dizendo: "Esta decisão é ridícula, porque a cruz é um símbolo, seja eu cristão ou não, das raízes do próprio Ocidente, naquilo que ele mais preza: o amor ao próximo, generosidade e justiça, enfim, um Deus que morre de amor. Nós contemporâneos somos ignorantes de um modo gritante acerca do cristianismo, confundindo-o com alguns de seus momentos mais infelizes e cruéis (toda cultura é infeliz e cruel de alguma forma). Essa proibição cospe na cara de 2.000 anos de história de uma grande parte da humanidade, e os ignorantes que a realizaram deveriam ser obrigados a pedir desculpas aos cristãos,"
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