"Sou contra o aborto. Não preciso de religião para viver, não acredito em Papai Noel, sou da elite intelectual, sou PhD, pód-doc., falo línguas estrangeiras, escrevo livros 'cabeça' e não tenho medo de cara feia. Vai encarar?
Prefiro pensar que a vida pertence a Deus. Já vejo a baba escorrer pelo canto da boca do 'habitué' de jantares inteligentes, mas detenha seu 'apetite' porque não sou uma presa fácil.
Lembre-se: não sou um beato bobo e o niilismo é meu irmão gêmeo. Temo que você seja mais beato do que eu. Mas não se deve discutir teologia em jantares inteligentes, seria como jogar pérolas aos porcos.
Esse mesmo 'habitué' que grita a favor do aborto chora por foquinhas fofinhas, estranha inversão..."
É desta forma provocante, atitude comum em suas crônicas na Folha de São Paulo, que Luiz Felipe Pondé, no dia 11/10/10 inicia a discussão do tema aborto. "É claro que esse retorno é retórico", ele afirma. É retórico porque a democracia é um regime político para o discurso bem articulado mas não necessariamente válido.
Pondé afirma que o argumento teológico contra o aborto é desnecessário, pois considera o feto uma criança. E a atitude dos favoráveis à prática que, através de um duro trabalho, procuram des-humanizar o feto é uma evidência da solidez do argumento: o feto é uma criança, um bebê.
Também refuta o apelo à definição científica do início da vida, porque assim que ela for firmada "compraremos cremes antirrugas 'babyskin' com cartão Visa".
Posiciona-se contrário à prática por considerá-la homicídio. Assim sendo, não é possível concordar que cada um faça sua própria escolha, pois seria o mesmo que aceitar que cada um decida se deseja assassinar ou não o seu próximo.
Dentro da retórica das democracias, o marketing é ferramenta antiga, mesmo que o nome seja novo. Onde há necessidade de convencer, há a necessidade de uma técnica que o torne possível. E a face sombria da democracia é o sofisma, a mentira travestida de verdade. E os dois principais candidatos usam o tema para auferir ganhos em votos.
O autor não vê avanço moral na legalização do aborto; o que é evidente, em termos morais, é a des-humanização do feto através da argumentação dele não ser humano. Este fato dá um novo aspecto à expressão "sexo seguro": "se algo der errado, lavo".
Infelizmente não desenvolve a argumentação contrária à noção de que a legalização do aborto seja caso de saúde pública. Cita apenas que esta visão é fundamentada economicamente, e não pelas mortes maternas decorrentes de abortamento por meios invasivos.
Provoca outras argumentações: o feto "é dele mesmo", e não da mãe. Ponto que somente pode ser sustentado, o feto (e porque teimamos em não dizer criança) como um parasita ou órgão descartável da mãe, caso ele seja despojado da condição de ser humano.
Se há diversos países avançados que já o legalizaram, a argumentação apenas estimula a busca por estar na moda, para não ser uma nação exceção, solitária. Neste ponto, toca a ferida que diz aborto permitido = avançado, aborto proibido = retrógrado.
Coerentemente pergunta se não seria mais produtivo discutir-se como podemos receber as crianças indesejadas que debater sua legalização? Por que não imitar a Igreja Católica no seu esforço de criar redes para recebê-las? Por que não facilitar a adoção por casais homossexuais masculinos?
Encerra seu texto com o dedo na ferida correta: "quem é a favor do aborto não o é por razões 'técnicas', mas por 'gosto' ideológico".
Posiciona-se contrário à prática por considerá-la homicídio. Assim sendo, não é possível concordar que cada um faça sua própria escolha, pois seria o mesmo que aceitar que cada um decida se deseja assassinar ou não o seu próximo.
Dentro da retórica das democracias, o marketing é ferramenta antiga, mesmo que o nome seja novo. Onde há necessidade de convencer, há a necessidade de uma técnica que o torne possível. E a face sombria da democracia é o sofisma, a mentira travestida de verdade. E os dois principais candidatos usam o tema para auferir ganhos em votos.
O autor não vê avanço moral na legalização do aborto; o que é evidente, em termos morais, é a des-humanização do feto através da argumentação dele não ser humano. Este fato dá um novo aspecto à expressão "sexo seguro": "se algo der errado, lavo".
Infelizmente não desenvolve a argumentação contrária à noção de que a legalização do aborto seja caso de saúde pública. Cita apenas que esta visão é fundamentada economicamente, e não pelas mortes maternas decorrentes de abortamento por meios invasivos.
Provoca outras argumentações: o feto "é dele mesmo", e não da mãe. Ponto que somente pode ser sustentado, o feto (e porque teimamos em não dizer criança) como um parasita ou órgão descartável da mãe, caso ele seja despojado da condição de ser humano.
Se há diversos países avançados que já o legalizaram, a argumentação apenas estimula a busca por estar na moda, para não ser uma nação exceção, solitária. Neste ponto, toca a ferida que diz aborto permitido = avançado, aborto proibido = retrógrado.
Coerentemente pergunta se não seria mais produtivo discutir-se como podemos receber as crianças indesejadas que debater sua legalização? Por que não imitar a Igreja Católica no seu esforço de criar redes para recebê-las? Por que não facilitar a adoção por casais homossexuais masculinos?
Encerra seu texto com o dedo na ferida correta: "quem é a favor do aborto não o é por razões 'técnicas', mas por 'gosto' ideológico".
Nenhum comentário:
Postar um comentário