terça-feira, 1 de novembro de 2011

Declaração aos Líderes Políticos sobre nossa Esperança para a Criação


Esta declaração foi elaborada por um pequeno grupo de pessoas que atuam na
promoção e defesa de direitos que estão trabalhando na campanha Hope for
Creation - A Day of Prayer and Action on Climate Change (Esperança para a
Criação Um Dia de Oração e Ação sobre a Mudança Climática) e é dirigida aos que irão participar de negociações importantes e decisivas sobre a mudança climática, que acontecem em Durban, em novembro deste ano.

Esta declaração será entregue no início da Conferência das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas (COP 17) para:
Christiana Figueres, Secretária Executiva da Convenção Quadro das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e
Maite Nkoana-Mashabane, Ministra das Relações Internacionais e Cooperação,
que é a presidente do COP 17.
Também serão enviadas cópias aos Chefes das Delegações presentes na COP 17
para todos os países que estão representados na carta.

Nós convidamos Líderes de Igrejas, Presidentes e Diretores de ONGs e grupos para-eclesiásticos para assinarem esta declaração em nome de suas organizações.

Favor considerar a possibilidade de assinar a carta, enviando seu nome, cargo, organização e país para info@hopeforcreation.org até 14 de novembro de 2011. Favor incentivar a outros para que também assinem a declaração.


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Declaração aos Líderes Políticos sobre nossa Esperança para a Criação
Nós pessoas de fé pertencentes a igrejas, comunidades e organizações dedicadas
a cuidar da Terra e das pessoas pobres apelamos aos líderes mundiais para que ajam de maneira urgente e ambiciosa no enfrentamento à mudança climática.

Vocês têm a oportunidade de forjar o caminho para um desenvolvimento sustentável
e justo para todos os povos do mundo. Se agirem com coragem e clareza moral, cremos que vocês serão aclamados como a geração de líderes que foram os
pioneiros na mudança transformacional que é necessária para a preservação de um clima seguro para todas as gerações que ainda virão.

Nós não subestimamos a dimensão do desafio que se apresenta perante vocês e perante nós todos, mas sabemos que a inação não é uma opção. Não podemos permitir respostas fracas ou que visem ao interesse pessoal para esta crise, levando, assim, o mundo a uma catástrofe.

As emissões humanas de gases de efeito estufa continuam aumentando. A perda de gelo oriunda do derretimento dos mantos de gelo da Groenlândia e da Antártica está acontecendo mais rapidamente do que o previsto.

O aumento do nível do mar ameaça os meios de sobrevivência e os lares de
dezenas de milhões de pessoas em regiões costeiras de baixa altitude e ameaça até mesmo a própria existência de pequenas ilhas-estado. A elevação das
temperaturas, as mudanças nos padrões de precipitação pluviométrica e os
desastres naturais relacionados ao clima têm aumentado a insegurança alimentar, e outros milhões de pessoas estão ameaçadas se tais tendências continuarem.

Seca e escassez de água estão se tornando uma realidade para milhões de pessoas, enquanto as Nações Unidas estimam que até 2050 o mundo terá de
abrigar pelo menos 150 milhões de refugiados do clima, aumentando a pressão sobre regiões vulneráveis, o que levará a tensões e conflitos.

Em resposta ao desafio climático, nós pedimos que vocês estabelam um acordo mundial para limitar o aumento da temperatura média global em até 1,5 grau a fim
de proteger as pessoas mais pobres e vulneráveis dos impactos mais devastadores da mudança climática.

Resta pouco tempo para agir. As emissões globais de gases de efeito estufa devem atingir o pico, no máximo, até o período compreendido entre 2015 e 2020, e serem reduzidas a quase zero até a metade do século, se quisermos evitar impactos de mudança climática que sejam potencialmente impossíveis de serem gerenciados.

Os países desenvolvidos carregam a maior responsabilidade pela liderança. Nós pedimos a vocês para que estabelam alvos e mecanismos para que se atinjam reduções nas emissões de, pelo menos, 80-95% abaixo dos níveis de 1990 até o ano 2050.

Pedimos que vocês definam medidas que garantam financiamentos de longo prazo para a adaptação em países pobres. Isto deve ser feito tanto através da provisão de recursos públicos adicionais, previsíveis, adequados e sustentáveis quanto através
de medidas inovadoras, tais como um imposto sobre transações financeiras internacionais e recolhimento de taxas nos transportes reos e marítimos
internacionais.

Aos líderes dos países desenvolvidos, nós lhes pedimos para que se comprometam em fazer e tornar público um plano concreto de ação para aumentar o financiamento para o clima até, pelo menos, o compromisso do Acordo de Copenhagen de prover US$ 100 bilhões anualmente até 2020 para apoiar as necessidades dos países em desenvolvimento. Tal financiamento deve ser dado em forma de subvenção e não
como empréstimo.

Sem um foco em ações que ajudem as comunidades a se adaptarem à mudança climática e se prepararem para desastres, a escassez de alimento e água irá se tornar cada vez mais comum e terrível.

Aos líderes dos países em desenvolvimento, nós lhes pedimos que garantam que os países pobres sejam apoiados na implementão de respostas de adaptação que beneficiem os grupos e comunidades mais vulneráveis.

Aos líderes dos países em desenvolvimento, nós lhes pedimos que garantam que os planos de adaptação nacionais e locais sejam participativos, sensíveis às questões
de gênero, transparentes e vinculados aos planos nacionais de desenvolvimento e redução da pobreza. Os grupos e comunidades mais pobres e mais vulneráveis
devem ser empoderados para o desenvolvimento sustentável e a resiliência.

Em resposta à generosidade e à graça de Deus, nós nos comprometemos em trabalhar com as pessoas e comunidades mais afetadas pela mudança climática.
Nós nos comprometemos em proteger e preservar as belezas da Criação. Nós nos comprometemos em orar e clamar por justiça para o mundo e seus povos, bem
como por vocês, nossos líderes.

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