CONSELHO COORDENADOR DA IGREJA PRESBITERIANA UNIDA DO BRASIL – CCIPU
PRONUNCIAMENTO Nº 3
SOBRE AS DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS
O Conselho Coordenador da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil - CCIPU,
no exercício de sua ação pastoral junto à Igreja e tendo em vista o imperativo
de as igrejas cristãs, os governos nas três esferas de poder e a sociedade
civil organizada tomarem medidas urgentes que visem a reduzir e/ou eliminar os
efeitos nocivos das drogas lícitas e ilícitas sobre o homem, imagem e semelhança
de Deus, resolve expedir o seguinte PRONUNCIAMENTO em que a IPU:
1 – Denuncia a ação dos fabricantes de cigarros no sentido de reduzir ou
eliminar os efeitos das medidas de controle ao tabagismo no país e conquistar
consumidores cada vez mais jovens;
2 – Alerta para a ação nociva da indústria do tabaco ao agregar aditivos
aromatizantes aos cigarros com a finalidade de atrair o público jovem ao
tabagismo;
3 – Denuncia a estratégia da indústria do tabaco de conquistar o mercado
do futuro, afinal quanto mais precocemente uma pessoa começar a fumar, mais
cedo ela fica dependente e mais tempo vai consumir o produto e alerta para o
fato de que 8 (oito) em cada 10 (dez) fumantes adultos começam a usar o cigarro
antes dos 20 anos de idade e, por isso, conclama os pais, pastores, presbíteros
e demais líderes de suas igrejas a exercerem com amor o ministério
da orientação, para que nossos jovens e adolescentes não se enveredem pelo
caminho do tabagismo;
4 – Alerta ao público em geral e aos membros de suas igrejas, em
particular, sobre os efeitos psicotrópicos do álcool sobre o corpo humano e
propõe aos seus pastores, presbíteros e demais líderes que adotem medidas de
desencorajamento do uso do álcool, mesmo sob forma recreativa, lembrando que as
drogas lícitas, álcool e tabaco, são a porta de entrada para o uso das drogas
ilícitas;
5 – Denuncia a estratégia mercadológica dos fabricantes de bebidas
alcoólicas com o fito de atrair o público jovem, ao oferecer ao mercado as
bebidas ice, com baixo teor alcoólico e assim fugir às limitações da
propaganda impostas pela Lei Federal n. 9.294/96, dessa forma a IPU apoia a
proposição de projeto de lei específico a favor da proibição total da
propaganda de bebidas alcoólicas, independentemente do teor alcoólico das
mesmas;
6 – Apoia as alterações na Lei Federal n. 11.705/08 (Lei Seca), que
alterou o Código de Trânsito Brasileiro, no sentido de impor tolerância zero ao
teor alcoólico no sangue de motoristas infratores;
7 – Reconhece, baseada em dados de pesquisa divulgada pela UNIFESP –
Universidade Federal do Estado de São Paulo em agosto de 2011, a importância da
religião e sua eficácia na recuperação de pessoas que buscam a independência do
alcoolismo e, por isso, incentiva seus pastores, presbíteros e demais
lideranças a oferecer apoio espiritual, psicológico e material a quem
necessitar e buscar assistência de nossas comunidades de fé;
8 – Lamenta o alto índice de mortes de pessoas dependentes do álcool em
nosso país, semelhante ao número de mortes provocadas pelo crack, perfazendo
17% em pessoas que buscam apoio para se livrar de sua dependência, em um
período analisado de 5 anos, em flagrante contraste com o índice do Reino Unido
que atinge tão somente 0,5%, conforme dados da pesquisa da UNIFESP;
9 – Posiciona-se contra, considerando que a maconha é, geralmente, a
primeira das drogas ilícitas a dela se fazer uso, devido a seu aspecto
falsamente inofensivo, o uso recreativo dessa droga, feito às custas de vidas
inocentes, vítimas do tráfico, e é igualmente contra a descriminalização do
comércio dessa droga;
10 – Alerta a sociedade e às suas igrejas em geral para os efeitos
nocivos da cocaína, do crack (lixo da cocaína) e do oxi (lixo do crack), todos de um mesmo princípio
ativo (cocaína), mas, principalmente os dois últimos, de efeitos letais sobre o
organismo humano e socialmente desagregadores.
Em vista do exposto, a IPU conclama seus presbitérios, igrejas,
organismos eclesiásticos, pastores, presbíteros, diáconos e demais lideranças a
exercerem seu papel pastoral e a oferecer apoio a quem precisar para superar a
dependência das drogas, sejam lícitas ou ilícitas.
A IPU também recomenda a seus presbitérios e igrejas que, em nenhuma
hipótese, seja admitido o uso, mesmo que recreativo, de qualquer droga em
eventos e celebrações oficiais da igreja, exceto o vinho da eucaristia, para as
igrejas que mantêm tal costume.
A IPU conclama o povo de Deus que se reune nesta igreja que se una em
oração e esforços, para que tenhamos uma juventude saudável e que todas as
pessoas tenham vida com qualidade, vida plena, vida em abundância, como nos
afirma o Senhor Jesus Cristo: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em
abundância” (João 10.10).
Belo Horizonte, 15 de janeiro de 2012.
Conselho Coordenador da IPU – CCIPU/2011-2014
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