segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

CONSELHO COORDENADOR DA IGREJA PRESBITERIANA UNIDA DO BRASIL – CCIPU
PRONUNCIAMENTO Nº 3
 SOBRE AS DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS

O Conselho Coordenador da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil - CCIPU, no exercício de sua ação pastoral junto à Igreja e tendo em vista o imperativo de as igrejas cristãs, os governos nas três esferas de poder e a sociedade civil organizada tomarem medidas urgentes que visem a reduzir e/ou eliminar os efeitos nocivos das drogas lícitas e ilícitas sobre o homem, imagem e semelhança de Deus, resolve expedir o seguinte PRONUNCIAMENTO em que a IPU:

 1 – Denuncia a ação dos fabricantes de cigarros no sentido de reduzir ou eliminar os efeitos das medidas de controle ao tabagismo no país e conquistar consumidores cada vez mais jovens;

2 – Alerta para a ação nociva da indústria do tabaco ao agregar aditivos aromatizantes aos cigarros com a finalidade de atrair o público jovem ao tabagismo;

3 – Denuncia a estratégia da indústria do tabaco de conquistar o mercado do futuro, afinal quanto mais precocemente uma pessoa começar a fumar, mais cedo ela fica dependente e mais tempo vai consumir o produto e alerta para o fato de que 8 (oito) em cada 10 (dez) fumantes adultos começam a usar o cigarro antes dos 20 anos de idade e, por isso, conclama os pais, pastores, presbíteros  e demais  líderes de suas igrejas a exercerem com amor o ministério da orientação, para que nossos jovens e adolescentes não se enveredem pelo caminho do tabagismo;

4 – Alerta ao público em geral e aos membros de suas igrejas, em particular, sobre os efeitos psicotrópicos do álcool sobre o corpo humano e propõe aos seus pastores, presbíteros e demais líderes que adotem medidas de desencorajamento do uso do álcool, mesmo sob forma recreativa, lembrando que as drogas lícitas, álcool e tabaco, são a porta de entrada para o uso das drogas ilícitas;

5 – Denuncia a estratégia mercadológica dos fabricantes de bebidas alcoólicas com o fito de atrair o público jovem, ao oferecer ao mercado as bebidas ice, com baixo teor alcoólico e assim fugir às limitações da propaganda impostas pela Lei Federal n. 9.294/96, dessa forma a IPU apoia a proposição de projeto de lei específico a favor da proibição total da propaganda de bebidas alcoólicas, independentemente do teor alcoólico das mesmas;

6 – Apoia as alterações na Lei Federal n. 11.705/08 (Lei Seca), que alterou o Código de Trânsito Brasileiro, no sentido de impor tolerância zero ao teor alcoólico no sangue de motoristas infratores;

7 – Reconhece, baseada em dados de pesquisa divulgada pela UNIFESP – Universidade Federal do Estado de São Paulo em agosto de 2011, a importância da religião e sua eficácia na recuperação de pessoas que buscam a independência do alcoolismo e, por isso, incentiva seus pastores, presbíteros e demais lideranças a oferecer apoio espiritual, psicológico e material a quem necessitar e buscar assistência de nossas comunidades de fé;

8 – Lamenta o alto índice de mortes de pessoas dependentes do álcool em nosso país, semelhante ao número de mortes provocadas pelo crack, perfazendo 17% em pessoas que buscam apoio para se livrar de sua dependência, em um período analisado de 5 anos, em flagrante contraste com o índice do Reino Unido que atinge tão somente 0,5%, conforme dados da pesquisa da UNIFESP;

9 – Posiciona-se contra, considerando que a maconha é, geralmente, a primeira das drogas ilícitas a dela se fazer uso, devido a seu aspecto falsamente inofensivo, o uso recreativo dessa droga, feito às custas de vidas inocentes, vítimas do tráfico, e é igualmente contra a descriminalização do comércio dessa droga;

10 – Alerta a sociedade e às suas igrejas em geral para os efeitos nocivos da cocaína, do crack (lixo da cocaína) e do oxi (lixo do crack), todos de um mesmo princípio ativo (cocaína), mas, principalmente os dois últimos, de efeitos letais sobre o organismo humano e socialmente desagregadores.

 Em vista do exposto, a IPU conclama seus presbitérios, igrejas, organismos eclesiásticos, pastores, presbíteros, diáconos e demais lideranças a exercerem seu papel pastoral e a oferecer apoio a quem precisar para superar a dependência das drogas, sejam lícitas ou ilícitas.

 A IPU também recomenda a seus presbitérios e igrejas que, em nenhuma hipótese, seja admitido o uso, mesmo que recreativo, de qualquer droga em eventos e celebrações oficiais da igreja, exceto o vinho da eucaristia, para as igrejas que mantêm tal costume.

 A IPU conclama o povo de Deus que se reune nesta igreja que se una em oração e esforços, para que tenhamos uma juventude saudável e que todas as pessoas tenham vida com qualidade, vida plena, vida em abundância, como nos afirma o Senhor Jesus Cristo: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10.10).

 Belo Horizonte, 15 de janeiro de 2012.
 Conselho Coordenador da IPU – CCIPU/2011-2014

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