O lançamento recente do “Teste da Fé” gerou discussões acaloradas, e
perguntas foram feitas sobre a nossa identidade teológica. Há muito o
que dizer, e não há como resolver isso em um único post. Então decidi
organizar os questionamentos em perguntas principais, e vamos começar
respondendo a 10 perguntas básicas:
(1) Qual é o propósito do “Teste da Fé Brasil”?
Antes de tudo, reabrir a conversação sobre a relação entre ciência moderna e fé evangélica.
O campo evangélico Brasileiro apresenta uma atitude ambígua em
relação à ciência, e em geral não apresenta a estima e a valorização da
vida intelectual e da vida científica que caracterizam o protestantismo
clássico. No seu extremo mais fundamentalista, tendemos a combinar uma
leitura Bíblica questionável com um uso seletivo e pragmático da
evidência científica, sem reconhecer o campo científico como um campo
legítimo e sem ver a ciência como uma vocação legítima para o Cristão.
Por outro lado, no extremo mais “modernista” do movimento evangélico,
onde ele se aproxima do que grosso modo se chama às vezes de
“liberalismo teológico”, vê-se a tendência de revisar a fé evangélica
sistematicamente, em termos de ideologias e cosmovisões seculares que
pululam a academia moderna, apelando-se ao avanço da ciência moderna
como prova de que a doutrina e as formas confessionais clássicas da Fé
Cristã estariam ultrapassadas.
A essas anomalias soma-se um emprego pouco crítico da tecnologia
moderna, em si mesma resultado da ciência, não apenas no uso diário e no
entretenimento, como também na organização e atividades eclesiásticas e
pastorais, numa atitude paradoxal que “coa” as expressões discursivas
da ciência e “engole” seus resultados práticos e sociais.
É urgente, por isso mesmo, uma reconstrução crítica da relação entre
fé evangélica e ciência moderna, e a combinação de esforços para
inspirar uma possível comunidade de cientistas e intelectuais de fé,
capaz de mediar entre a comunidade evangélica e o campo científico e
contribuir para uma teologia evangélica pública consistente com a
vocação integral da igreja.
(2) “O Teste da Fé” é uma defesa do “Evolucionismo Teísta”?
Não exatamente. O livro “O Teste da Fé” apresenta o testemunho
pessoal de dez cientistas sobre como eles chegaram à fé Cristã e como
integraram sua fé e sua vocação científica. O DVD, sim, apresenta uma
introdução ao diálogo de Religião e Ciência hoje, na forma de um
documentário em três partes: na primeira o assunto é cosmologia e a
inteligibilidade do universo; na segunda, origens biológicas e meio
ambiente; na terceira, neurociências e natureza humana. E na segunda
parte, a visão evolucionária é apresentada como plausível.
É verdade que o projeto tem uma atitude positiva em relação à
evolução biológica. Mas esse não é o tema do livro. O tema é a
possibilidade de ser Cristão e cientista ao mesmo tempo. Nesse sentido, é
útil para pessoas de qualquer posição: ateus, católicos, criacionistas
científicos e evolucionistas teístas. Destacamos, inclusive, que a obra é
extremamente útil para ajudar a apresentar a fé Cristã a pessoas que
tem preconceitos intelectuais contra o Cristianismo. Se você quer fazer
evangelização na universidade, ou educação sobre fé e ciência, o Teste
da Fé é um bom recurso.
(3) Como “O Teste da Fé Brasil” interpreta a Bíblia?
A pergunta é essencial, mas sua resposta direta exigiria um estudo de
todos os textos centrais envolvidos na discussão de fé e ciência – algo
que queremos fazer aos poucos, mas que não temos espaço para fazer
aqui. Então vamos fazer algo indireto e mais rápido: vamos apresentar
como pensamos que a Bíblia não deve ser interpretada.
Para começar, quero deixar claro que não arredamos o pé das crenças
evangélicas clássicas (como Adão histórico, queda espaço-temporal,
Providência de Deus, etc), nem da inerrância bíblica. E que o projeto
“Teste da Fé Brasil” está comprometido com uma visão elevada das
Escrituras. Mas não acreditamos que a Bíblia seja um manual de ciências e
que o literalismo seja uma prática hermenêutica sã. Explico:
Muitos cristãos tem enfatizado corretamente que a redescoberta da
interpretação literal das Escrituras foi um grande marco na história da
teologia Cristã, quando os Reformadores protestantes superaram a forma
católica medieval de ler a Bíblia por meio de alegorizações e da
exploração de alegados múltiplos níveis de significado. Esse tipo de
leitura se prestava à justificação de doutrinas teológicas, morais e
regras institucionais que não tinham nenhum fundamento real na intenção
dos autores Bíblicos. A interpretação literal das Escrituras ajudou os
teólogos protestantes (e aos poucos os Católicos começaram a reconhecer
isso) a desenvolver uma teologia realmente Bíblica, atenta à intenção do
texto sagrado, ao invés de introduzir elementos estranhos.
Mas a interpretação “literal” não é o mesmo que a interpretação “literalista”. Interpretar literalmente a Escritura é interpretar cada texto de acordo com a intenção do seu autor e à luz de toda a Escritura Sagrada.
Isso significa que precisamos dar atenção ao gênero e à estrutura de
cada texto, para determinar sua intenção. Se um texto é, por exemplo,
uma prosa, seus elementos narrativos devem ser tomados literalmente (é o
caso, por exemplo, do Evangelho de Lucas); se é uma parábola, sua
narrativa pode ser puramente fictícia (como as parábolas de Jesus).
Literalismo é a prática de tratar toda a Escritura de um modo uniforme,
mesmo quando o gênero nos sugere outra leitura.
‘interpretação “literal” não é o mesmo que interpretação “literalista”.’
O caso é que para Gênesis 1 temos uma mistura inusitada, descrita por
muitos como “Prosa Exaltada”. Não é nem poesia nem prosa pura, mas uma
combinação das duas. Gênesis 2 também apresenta esse traço, mas de um
modo completamente diferente. Por isso muitos exegetas evangélicos
concordam, hoje, que o próprio texto não foi escrito para ser lido
literalmente, em todos os seus detalhes (o espaço não nos permite expôr
isso agora, mas eu recomendo o livro “Como Ler Gênesis”, de Tremper
Longman, editora Vida Nova). Se isso estiver correto (e creio que está),
a leitura literal de Genesis 1 é a de um relato poetizado, ou uma
“prosa metafórica” e a leitura literalista seria tão não literal quanto
uma leitura alegórica.
A outra questão em jogo é a leitura das Escrituras com a finalidade
de construir teorias científicas a partir delas. Isso é o que chamamos,
às vezes, de “presunção enciclopédica”. Há muitas evidências de que a
Bíblia não apresenta um ponto de vista científico. Um exemplo comum é o
emprego do ponto de vista pré-científico, como quando o livro de Josué
nos diz que o Sol parou no céu em Gibeom (Js 10.12-13). Cristãos
geocentristas atacaram Galileu Galilei alegando que isso seria evidência
de o Sol que gira em torno da terra, e não o contrário; mas hoje todo
Cristão heliocentrista entende perfeitamente que não se tratava de uma
afirmação científica abstrata. A verdade no relato não estava na
explicação científica do fenômeno, e sim, unicamente na factualidade do
fenômeno (que o sol parou do ponto de vista do observador, o dia foi
mais longo, e Josué venceu a batalha).
O mesmo se dá quando Moisés nos diz em Gn 7.11 que “as comportas do
céu se abriram” para o dilúvio. Literalmente, significa que havia
janelas no céu que se abriram para que as águas exteriores descessem à
terra. Ora, os antigos acreditavam que o céu era uma abóbada sólida,
assim como acreditavam que o Sol se movia no céu, simplesmente porque
parecia assim de seu ponto de vista. O curioso é que Deus, sabendo que
alguns cristãos fervorosos leriam esses textos literalisticamente no
futuro, nem por isso “corrigiu” a ciência antiga, que nesses casos era
apenas um desdobramento do senso comum.
Mas porque Deus não corrigiu a ciência antiga ao inspirar as
Escrituras? Simplesmente porque isso não interferiria na intenção do
texto. E a intenção do texto não era falar sobre cosmologia antiga ou
senso comum, mas anunciar que houve uma chuva e um dilúvio; que o
fenômeno aconteceu e era um juízo divino. Como ele aconteceu não faz
parte de fato da intenção humano-divina do texto, e a narração
pré-científica usada para comunicar a mensagem não corrompe ou diminui a
veracidade e factualidade do texto. Por isso mesmo, a interpretação
literalista não é uma interpretação fiel do texto. Pelo contrário, ela
preenche o texto com um nível de significado científico abstrato que
nunca esteve na mente dos autores, assim como os católicos medievais
introduziam níveis de sentido moral e teológico para justificar suas
doutrinas preferidas. Ela desrespeita a intenção do texto sagrado. O
texto Bíblico fala sobre Deus, sobre seus atos criadores e salvadores no
tempo e no espaço, e sobre a condição humana diante disso, e apresenta
toda a precisão necessária para comunicar essa mensagem de modo
infalível.
“a interpretação literalista não é uma interpretação fiel
do texto. Pelo contrário, ela preenche o texto com um nível de
significado científico abstrato que nunca esteve na mente dos autores,
assim como os católicos medievais introduziam níveis de sentido moral e
teológico para justificar suas doutrinas preferidas.”
“Mas isso não seria desmitologização?” De jeito nenhum. A noção de
desmitologização da religião envolve a negação do sobrenatural,
milagres, e providência especial. Isso não se aplica ao nosso caso por
duas razões: (1) não negamos que o dilúvio aconteceu, e que foi uma
intervenção divina; (2) mito é uma coisa, ciência antiga é outra. Vamos
tratar mais disso em outro post.
Essa percepção hermenêutica não é nova; é antiga, tendo origens em
Agostinho, e mesmo João Calvino sabia reconhecer o fato de que Deus se
“acomodou” às limitações humanas ao inspirar as Escrituras. Acomodou-se,
não no sentido de permitir erros factuais, falsidades teológicas ou
mitologias, mas no sentido de não eliminar a finitude do autor inspirado
(e finitude é criaturidade) ao mostrar por ela sua infinitude; de falar
de um modo acessível ao público original, que recebeu a mensagem.
Colocando de um outro modo: a inspiração Bíblica é econômica,
no sentido de que não implica uma correção sistemática de absolutamente
tudo o que o homem antigo pensava, mas de tudo o que era necessário
corrigir para que seu discurso fosse a própria palavra de Deus,
verdadeiro e infalível em sua intenção.
Mas não quero dizer, com isso, que fatos Bíblicos não tenham em
alguns momentos uma sobreposição em relação à ciência moderna. Como
muitos evangélicos, reconheço que o ensino Bíblico sobre a natureza do
homem, do pecado, e da obra redentiva exigem um Adão histórico, e que o
relato de Genesis 2 e 3 tem traços literários que não permitem lê-lo
como mera parábola, por exemplo. Isso certamente significa que a
doutrina Bíblica do homem tem implicações para uma teoria antropológica
Cristã. Ainda assim, ela não significa que a “fonte” primária para uma
teoria paleoantropológica seja a Bíblia. Ela não implica, por exemplo,
que a Criação do homem foi necessariamente especial, nem nos diz se Deus
fez o homem a partir de um ancestral, ou se havia pré-adamitas (entre
os quais Caim foi habitar e se casou). A Bíblia fala da água, mas a
“fonte” primária para estudar a água é a própria água, e não a Bíblia.
Nunca encontraremos a composição química da água na Bíblia. Também não
encontraremos uma teoria biológica ou paleoantropológica na Bíblia,
embora devamos rejeitar toda teoria biológica ou paleantropológica sobre
o homem que seja demonstravelmente incompatível com a antropologia
Bíblica.
Entendo que a leitura “enciclopédica” das Escrituras, buscando nelas a
fundamentação cognitiva para as ciências (e negando assim a sua
soberania relativa), é um erro gravíssimo, corretamente chamado de biblicismo.
Eu diria aos meus irmãos criacionistas-da-terra-jovem que eles estão
lendo a Bíblia errado, na minha opinião, e com isso estão forçando um
conflito inexistente com a ciência moderna.
Enfim, a leitura literalista e enciclopédica das Escrituras pratica
uma espécie de “docetismo revelacional”: a Bíblia tem a “aparência” de
ser um livro humano, mas na verdade não é; na verdade é um livro
puramente divino. O divino absorveu completamente o humano, de modo que
não há mais acomodação divina. Essa visão não compreende a natureza das
Escrituras, nem o sentido da intepretação literal dos Reformadores
protestantes, e cria uma hermenêutica que é ultimamente incompatível com
a Cristologia ortodoxa.
(4) O “Teste da Fé” propõe que a interpretação Bíblica seja controlada pela Ciência Moderna?
Essa é uma boa pergunta, e a resposta é não. O questionamento da
interpretação literalista da Bíblia não tem o propósito de acomodar as
Escrituras à Ciência Moderna. Na verdade a interpretação não-literalista
é muito antiga. O teólogo Agostinho de Hipona, reconhecido por
Católicos e Protestantes como um dos principais doutores da Igreja,
defendeu uma interpretação não literalista de Genesis em seu “Comentário
Literal ao Livro de Gênesis” escrito no final do século IV AD. Há uma
longa tradição de teólogos e cientistas que se recusaram a usar as
Escrituras como os defensores do literalismo Bíblico usam agora.
Mesmo assim, isso não significa que a ciência não possa ter um papel
na interpretação da Bíblia. Mesmo os criacionistas científicos admitem
que a evidência arqueológica pode nos ajudar a ler a Bíblia e até mesmo
alterar detalhes de interpretação, como a descoberta dos rolos do mar
morto, por exemplo, que lançaram nova luz sobre o judaísmo antigo. Assim
também, um desdobramento da ciência moderna pode mostrar que a nossa
interpretação da Bíblia está errada. No caso de Gênesis 1, concordo com
os que acreditam que tanto os desdobramentos recentes na interpretação
de Gênesis, quanto a evidência científica, são testemunhas independentes e complementares a favor de uma hermenêutica não literalista.
(5) A Teoria da Evolução é incompatível com a Cosmovisão Cristã?
A afirmação de que a teoria da evolução corrompe a cosmovisão cristã é
falsa, no meu julgamento. Ela confunde sob um único termo (“evolução”)
três (ou até mais) usos distintos:
(i) “Evolução” como representação diacrônica e progressiva da vida na terra,
envolvendo aumento de complexidade e de diversidade biológica ao longo
do tempo. Vamos chama-la aqui de História Natural Evolucionária (HNE),
que simplesmente reconhece essa dimensão temporal e uma ou outra forma
de gradualismo. Michael Behe, por exemplo, um dos “pais” do Design
Inteligente, aceita a teoria nesse ponto e em outros, como a hipótese do
ancestral comum. Isso foi negado recentemente pelos líderes brasileiros
do DI, mas Behe é muito claro:
“Muitas pessoas pensam que questionar a evolução darwiniana
significa defender o criacionismo. Da forma habitualmente entendida, o
criacionismo implica a crença em que a Terra foi formada há apenas dez
mil anos, uma interpretação da Bíblia ainda muito popular. Desejo deixar
claro que não tenho motivos para duvidar que o universo tem os bilhões
de anos de idade que os físicos alegam. Acho a ideia de ascendência
comum (que todos os organismos tiveram um mesmo ancestral) muito
convincente e não tenho nenhuma razão particular para pô-la em dúvida.
Respeito muito o trabalho de meus colegas que estudam o desenvolvimento e
o comportamento de organismos dentro do arcabouço evolucionário, e acho
que biólogos que assim pensam deram enormes contribuições ao nosso
conhecimento do mundo.”
Michael Behe, A Caixa Preta de Darwin. Zahar, 1997, p. 15.
(ii) “Evolução Darwiniana” como mecanismo darwiniano clássico, neodarwiniano ou posdarwiniano.
Aqui encontramos o que se pode chamar de Teoria Darwiniana da Evolução
(TDE), e seu interesse é explicar porque a história natural sugere uma
visão gradual ou semi-gradual do fenômeno da vida terrestre. O mecanismo
neodarwiniano envolve processos conhecidos como mutação genética,
transformações epigenéticas, seleção natural, deriva genética,
especiação, convergência, etc.
(iii) “Evolucionismo”, isto é, evolução transformada em
metafísica geral para explicar tudo, e até a moralidade e a
racionalidade, como no Naturalismo filosófico. Segundo essa
perspectiva, tudo o que o homem é pode ser explicado de forma suficiente
por meio das ciências biológicas, e as outras ciências do homem são
ultimamente redutíveis à biologia, e esta à física. Essa posição é às
vezes chamada de Grande Teoria da Evolução (GTE), e caracteriza a
posição, por exemplo, dos neoateístas. Não era essa, no entanto, a
posição de Darwin e de muitos cientistas no século XX.
“Respeito muito o trabalho de meus colegas que
estudam o desenvolvimento e o comportamento de organismos dentro do
arcabouço evolucionário, e acho que biólogos que assim pensam deram
enormes contribuições ao nosso conhecimento do mundo.”
Michael Behe, líder do movimento do Design Inteligente
Há muitos biólogos evolucionários evangélicos como Simon Conway
Morris (Cambridge University) que aceitam (i), problematizam (ii)
movendo-se para posições posdarwinianas (não “anti” darwinianas), e
rejeitam (iii), mantendo a fé evangélica clássica sem problemas. A GTE
ou “evolucion-ISMO” é certamente incompatível com a fé Cristã. Como
qualquer outro “ismo”. Sua falha central é a absolutização de um nível
explanatório particular (a partir da abstração de um recorte específico
da realidade temporal, que é a dimensão biótica) e a redução dos outros
níveis a esse nível. Esse procedimento se baseia no chamado “dogma da
autonomia religiosa da razão”, e é um erro intelectual e espiritual.
Mas a HNE não exige o evolucionismo para funcionar, no entanto. Nem
mesmo a TDE implica a metafísica evolucionista. Pelo contrário, há
evidências de que mesmo a TDE, que tem seus problemas, não pode se
manter de pé a não ser dentro de uma cosmovisão teísta, como o filósofo
evangélico Alvin Plantinga demonstrou recentemente. Desse modo, mantida
estritamente como teoria da história biológica da terra, a teoria da
evolução não tem nenhuma força contra a fé evangélica. Se aceita, ela
pode e deve ser lida dentro da narrativa Criação-Queda-Redenção que funda a cosmovisão Cristã.
“mantida estritamente como teoria da história biológica
da terra, a teoria da evolução não tem nenhuma força contra a fé
evangélica.”
Quanto à TDE, eu concordo com o movimento do Design Inteligente em
que a síntese neodarwiniana é insuficiente para dar conta da diversidade
e complexidade da vida biológica na terra, e por isso me considero
posdarwiniano. Mas uma posição posdarwiniana não implica de forma alguma
a mera negação de Darwin. Do fato de que o DI apontou o problema, não
significa que tenha a solução. O que se espera é uma nova síntese que
seja capaz de lidar com as fragilidades da síntese neodarwinana
(apontadas pelo DI e por outros críticos) de modo a contê-la e
superá-la, mais ou menos como a física relativística de Einstein superou
a física newtoniana tornando-a um caso particular de uma teoria maior.
Um dos traços de uma teoria posdarwiniana será certamente algo que o DI
deseja incluir: a presença de design (mesmo que não seja o microdesign
proposto pelos defensores do DI) e a irredutibilidade entre níveis
diferentes de realidade (como entre a “vida” e a “matéria”).
Por isso mesmo, a expressão empregada por muitos cristãos que aceitam
a teoria da evolução é “criacionismo evolucionário”, ao invés de
“evolucionismo teísta”. Destaco ainda que, grosso modo, os criacionistas
progressivos e os criacionistas evolucionários concordam em aceitar o
ponto (i), concordam em rejeitar o ponto (iii) e discordam no ponto
(ii). Além disso, a classificação é difícil. Como eu, por exemplo,
acredito que uma singularidade (ou um “milagre”) seria necessário para
produzir a primeira forma de vida, sou frequentemente considerado um
“criacionista progressivo”. Mas eu mesmo me descrevo como criacionista
evolucionário, já que não considero a TDE satisfatória mas nem por isso a
considero uma fraude, e aceito a HNE.
Mas o ponto chave, aqui, é que, corretamente compreendida, a teoria da evolução é meramente uma teoria biológica, e não uma cosmovisão.
Ela não responde às grandes questões sobre Quem é Deus, de onde veio o
mundo, porque ele é inteligível, porque há beleza na Criação, sobre a
natureza do mal, sobre o que é o homem, sobre o seu destino, sobre a
existência da liberdade, ou mesmo sobre o que é a “vida”. Como ela pode
ser uma “cosmovisão”, a não ser se for forçada a trabalhar como escrava
para um falso senhor chamado “Naturalismo Filosófico”? O evolucionismo é
uma fraude; a teoria da evolução não.
Uma palavra final quanto a esse ponto: há outras questões específicas
que precisam de respostas mais detalhadas: por exemplo, a questão do
problema do mal dentro de uma visão evolucionária ou não evolucionária
da biologia. Vamos tratar dessas questões em artigos posteriores no blog
do Teste da Fé Brasil.
(6) Há precedentes para Evangélicos aceitarem a teoria da Evolução?
Muitos cientistas, intelectuais, teólogos e pastores evangélicos
aceitaram a possibilidade da teoria da evolução, com graus variados de
convicção; homens como Asa Gray, um presbítero e professor de Harvard,
colega de Darwin; ou Benjamin Warfield, teólogo presbiteriano de
Princeton (com restrições); mesmo Abraham Kuyper ventilou essa
possiblidade. Mas podemos citar alguns autores evangélicos populares: C.
S. Lewis, John Stott, Alister McGrath, William Lane Craig, N.T. Wright,
Alvin Plantinga e o pastor Tim Keller, da Redeemer em NY; e exegetas
recentes como Bruce Waltke, editor da Bíblia de Genebra e ex professor
do RTS (cujo comentário de Gênesis é publicado pela Cultura Cristã),
Tremper Longman (autor do “Como Ler Gênesis”, EVN) e John Walton, do
Wheaton College, uma das mais importantes instituições educacionais
evangélicas dos Estados Unidos.
“Os nomes não provam nada”, já me disseram. Mormente porque alguns
deles têm pontos doutrinários questionáveis. É verdade que nada provam
sobre o mérito da questão. Mas indicam, sim, que o
criacionismo-da-terra-jovem não é uma ortodoxia. Não tem o status
elevado de uma “doutrina agostiniana da queda” ou de uma “cristologia
calcedônica”. É apenas uma opinião dominante.
Esse ponto é muito importante, já que muitos líderes cristãos e
pastores insistem em tratar esse ponto como um aspecto essencial da fé
Cristã histórica, como se o seu questionamento abalasse a fé evangélica.
Mas nada poderia estar tão longe da verdade. Pelo contrário, desde o
século XIX a tendência geral dos teólogos e intelectuais evangélicos era
de aceitar a evidência geológica e física de uma terra muito antiga, ou
o “tempo profundo” (deep time), e a viabilidade da evolução biológica,
senão aceita por todos e seu discussão, emergia como possibilidade
viável para cristãos.
“o criacionismo-da-terra-jovem não é uma ortodoxia. Não
tem o status elevado de uma “doutrina agostiniana da queda” ou de uma
“cristologia calcedônica”. É apenas uma opinião dominante”
Foi em 1923 que o geólogo amador George McCready Price, membro da
igreja Adventista do Sétimo dia, escreveu um livro para defender a
posição Adventista sobre geologia, e essa obra acabou influenciando
Henry Morris e John Withcomb, fundadores do Criacionismo Científico após
a segunda guerra mundial. Poucos cristãos evangélicos sabem que as
bases para o moderno Criacionismo Científico foram construídas por
Adventistas, cuja leitura do Antigo Testamento era notavelmente
literalista não apenas quanto ao Gênesis, mas quanto à aplicação de
ordenanças da Lei na Nova Aliança. A história toda foi contada em
detalhes no livro de um ex-Adventista que está hoje entre os maiores
historiadores do mundo no campo da ciência & religião: Ronald
Numbers (The Creationists: from Scientific Creationism to Intelligent Design,
Harvard University Press). A vinculação do Criacionismo Científico com
uma igreja heterodoxa, às margens da identidade evangélica, não é prova
isolada contra essa posição, mas no mínimo deveria nos levar à reflexão.
O fato é que temos mestres o suficiente na igreja Cristã em geral e
na igreja evangélica nos dizendo o contrário para suspeitarmos de
qualquer um que afirme ser o criacionismo-da-terra-jovem um distintivo
evangélico essencial. Repetindo: o criacionismo-da-terra-jovem não é a
posição Cristã ou evangélica ortodoxa, mas apenas uma posição entre
outras.
(7) Até que ponto o Cristão deve aceitar a autoridade da Comunidade Científica?
Sem dúvida nenhuma a regra final de fé e prática do Cristão é a
Bíblia; a ciência moderna é um empreendimento falível, em processo de
aperfeiçoamento constante, cheio de becos sem saída e condicionada por
pressuposições filosóficas de todo tipo.
Mas essa não é toda a história. Penso que os cristãos evangélicos
deveriam mostrar mais respeito pela comunidade científica moderna.
Afinal de contas, ela nasceu sob a influência da Reforma Protestante, a
partir de um fundamento Bíblico. Foram os protestantes e os calvinistas,
principalmente, os atores que libertaram a ciência, tanto do domínio da
metafísica aristotélica, abrindo-a para a empiria, quanto das amarras
do biblicismo (à época chamado de “ciência mosaica”), reconhecendo
(antes de Kuyper explicar o que ocorria) sua “esfera de soberania”. É
verdade que a “moderna ciência moderna”, como escreveu Schaeffer, sob o
influxo do Naturalismo filosófico, produziu anomalias; mas temos boas
razões para considerá-las exceções.
Me parece extremamente contraditório invocar a Reforma e a Bíblia
para explicar a ciência moderna, e em seguida negar sua autoridade em
seu próprio campo.
Acontece que o reconhecimento da soberania de Cristo sobre o todo da
vida nos leva naturalmente a compreender que ele governa cada campo da
vida diretamente, e de um modo singular, por meio dos instrumentos que
ele mesmo estabeleceu. Ele é o Senhor na Criação e na Redenção, e todas
as coisas encontram coerência Nele. E daí veio o reconhecimento da
autoridade da ciência pelos protestantes, que viabilizou a revolução
científica.
Isso nos leva de volta à questão da hermenêutica enciclopédica, e
porque ela nos parece problemática: a Bíblia é a autoridade máxima em
nossa vida e pensamento, mas não é a autoridade máxima em matemática,
pois as propriedades associativas dos números são realidades objetivas,
independentes da nossa interpretação da Bíblia. E na medida em que
apreendemos as leis matemáticas, as empregamos na leitura da própria
Bíblia. A Bíblia também não é a autoridade máxima em gramática da língua
portuguesa. Pelo contrário, precisamos aprender gramática com outras
pessoas e outros livros, e então conseguimos ler a Bíblia. As leis da
lógica também não se baseiam na Bíblia; nem nossos cinco sentidos.
Precisamos aceitar a “autoridade” dos olhos para ler a Bíblia, e não faz
sentido depender da visão para ler, dos ouvidos para ouvir, e depois
negar que os cinco sentidos sejam formas de conhecimento independentes,
sustentadas pelo próprio Deus por meio de Jesus Cristo.
“as Escrituras não substituem as outras fontes de
Conhecimento e as outras autoridades cognitivas, mas nos habilitam a
reconhecê-las e, eventualmente, a corrigi-las”
Nada disso significa que a Bíblia tenha menos autoridade. É que Deus
se revela no livro da Criação e também no livro da Graça, mas o mesmo
Deus se revela nos dois livros. As leis da lógica são leis de Deus, não
dos lógicos. E não dependem da Bíblia para funcionar. Mas a Bíblia abre
os nossos olhos para reconhecer toda a revelação de Deus, e para nos
submetermos a todas as autoridades que Deus estabeleceu. Em outras
palavras: as Escrituras não substituem as outras fontes de Conhecimento e
as outras autoridades cognitivas, mas nos habilitam a reconhecê-las e,
eventualmente, a corrigi-las.
“Mas isso torna a Palavra de Deus sujeita à Criação!” De modo algum. A
Criação também é o texto da Palavra de Deus. Não foi a Palavra de Deus
quem a estabeleceu e a sustenta? Não é o mesmo logos da Bíblia o logos
do mundo? Considero perverso procurar meios de colocar a palavra
redentiva das Escrituras em contradição com a palavra criativa do
espaço-tempo. Além disso, a nossa teologia é a manjedoura da palavra
redentiva, assim como a ciência é a manjedoura da palavra criativa.
Sejamos humildes quanto às nossas manjedouras.
“a nossa teologia é a manjedoura da palavra redentiva,
assim como a ciência é a manjedoura da palavra criativa. Sejamos
humildes quanto às nossas manjedouras.”
Sem dúvida todas as nossas experiências cognitivas devem estar
submetidas à Palavra de Deus; mas o jugo de Cristo é suave. Sua graça
geral não deixou que a experiência humana se tornasse completamente
obscura e enganosa. Isso significa que não precisamos ter uma posição
“cartesiana”, duvidando de tudo o que conheço até que encontre um
versículo da Bíblia para provar aquilo. Essa crença e prática de recusar
a legitimidade das outras fontes e autoridades cognitivas, é o que
chamamos de biblicismo, que considero uma forma de idolatria cognitiva.
Pelo contrário, como as Escrituras já tratam a Criação como obra de
Deus, posso estudar a Criação com a expectativa de que minhas
descobertas lá serão coerentes, em última instância, com tudo o que a
Bíblia diz, mesmo que devido à minha ignorância ou pecado, eu seja
incompetente para demonstrar essa coerência.
Enfim, meu sentimento geral é de que a Ciência pertence, em certo
sentido, ao solo Cristão, e merece ser ouvida com simpatia e humildade.
Isso dito, precisamos reconhecer que a ciência tem becos sem saída,
ideológicas estranhas e conflitos de paradigmas.
Recentemente, por exemplo, descobertas arqueológicas na Geórgia
(leste europeu) sugeriram que a narrativa paleoantropológica dominante
hoje, que distingue, dentro do Gênero “Homo”, várias espécies como “homo
habilis”, “homo erectus” e “homo ergaster”, estaria errada – seriam
todos variações de uma única espécie, o “homo erectus”, e este, por sua
vez, teria dimensões mais próximas do homem moderno do que se pensava.
Isso acontece com a ciência; novas descobertas, novas teorias. O mesmo
acontece com autoridades políticas: quantas vezes elas já erraram, até
mesmo se levantando contra Deus e realizando coisas terríveis? Isso
acontece até com a teologia, embora de um modo diferente. A mudança da
teologia católica medieval para a teologia da Reforma é um exemplo.
O que fazer então? Eu gosto de uma metáfora frequentemente repetida
para dizer isso: assim como um trem só anda sobre dois trilhos, que não
podem nem se afastar, nem se unir (do contrário o trem descarrila),
devemos manter teologia e ciência paralelas, sem se fundirem nem se
ignorarem. Elas devem ficar numa conversação constante, e isso pode
ajudar tanto aos cientistas quanto aos teólogos. Em suma: a ciência não é
nem absoluta nem irrelevante. Ela tem uma autoridade relativa que deve
ser reconhecida, e a própria Bíblia nos dá base para aceita-la.
“a ciência não é nem absoluta nem irrelevante. Ela tem
uma autoridade relativa que deve ser reconhecida, e a própria Bíblia nos
dá base para aceita-la.”
(8) A editora Ultimato foi “unilateral”, apresentando apenas uma visão das coisas no projeto “O Teste da Fé Brasil”?
A editora Ultimato não foi “desonesta” ou “unilateral”, como alguns
irmãos maldosamente declararam, ao publicar “apenas um lado” – no caso, a
obra “O Teste da Fé”. Pelo contrário; se não me engano, a querida
editora Ultimato é a ÚNICA editora evangélica brasileira que apresenta
OS DOIS LADOS da questão! Ela publica um importante livro do Dr. Philip
Johnson (“Ciência, Intolerância e Fé”), advogado do “Design
Inteligente”, e “O Teste da Fé”, que favorece o Criacionismo
Evolucionário. E nos eventos de lançamento do projeto, ambos foram
vendidos lado a lado, por decisão minha. Eu desafio os irmãos
criacionistas-da-terra-jovem que levantaram essa crítica a fazerem o
mesmo com suas editoras, e a terem a honestidade de vender esses livros
da editora Ultimato lado a lado em seus eventos daqui em diante.
A propósito, o principal advogado da posição DI no Brasil havia sido
convidado para um dos eventos de lançamento do Teste da Fé, e não apenas
rejeitou vir no último momento, como declarou nas redes sociais não ter
nenhum respeito pela posição representada pelo Teste da Fé. O fundador
do movimento do DI no Brasil assumiu comportamento semelhante, com
acusações infundadas de “liberalismo teológico” e “heresia”. Tendo em
vista o comportamento belicoso e intolerante dos representantes do
Design Inteligente no Brasil, só podemos dar por encerrada a conversação
antes mesmo de iniciada; mas não sem antes recomendar aos
criacionistas-da-terra-jovem que mantém a sobriedade uma atitude melhor –
ao menos próxima à de nossos oponentes ateístas.
(9) Mas a Teoria da Evolução não leva à incredulidade e à apostasia?
Como já argumentamos antes, eu não creio que a evolução biológica, em
si, seja razão para incredulidade ou apostasia. Acredito que o problema
está com seu aprisionamento pelo Naturalismo Filosófico, que é o nosso
verdadeiro inimigo. Concordamos com o criacionismo científico no combate
ao Naturalismo, mas discordamos quanto a jogar o bebê fora com a água
suja do banho.
Na verdade, a julgar por meus contatos pessoais pelo Brasil, temo que
o criacionismo-da-terra-jovem seja não o salvador, mas o responsável
pela alienação de muitos cientistas em relação à fé cristã, e de muitos
jovens cristãos aspirantes à ciência. Certamente muitos falham em manter
a ousadia cristã diante da oposição secular; mas para vários o problema
é antes o sentimento de não poderem honestamente abandonar a ciência
moderna em favor de um criacionismo científico com credenciais
questionáveis. Muitos o fazem em campos como a engenharia ou a
bioquímica; mas sob a ótica biológica isso parece extremamente difícil,
chegando às raias da irracionalidade. Não penso que a explicação seja a
falta de fé, apenas. O fato é que a identificação desnecessária de uma
fé genuína com o criacionismo científico torna a solução do dilema algo
impossível para muitos jovens universitários. E assim eles ganham mais
uma razão para abandonar a igreja.
O que acontece, na minha opinião, é que o criacionismo científico
torna-se involuntariamente aliado dos Naturalistas e Neoateístas, quando
concorda com eles sobre a absoluta incompatibilidade entre a biologia
evolucionária e a fé Evangélica. Essa tensão desnecessária acaba
dificultando ainda mais a vida do estudante Cristão.
“o criacionismo científico torna-se involuntariamente
aliado dos Naturalistas e Neoateístas, quando concorda com eles sobre a
absoluta incompatibilidade entre a biologia evolucionária e a fé
Evangélica”
(10) O “Teste da Fé” defende a revisão da teologia evangélica à luz da evolução?
De forma alguma. Cada trilho tem que permanecer no seu lugar!
Quanto a isso, devo mencionar um fato interessante. Devido à reação
negativa de alguns conservadores contra o Teste da Fé, alguns irmãos que
assumem posições revisionistas quanto à teologia evangélica se
solidarizaram comigo. Eu agradeço as palavras e apoio, mas quero deixar
claro que não pretendo me tornar um revisionista gratuitamente. Continuo
sustentando uma visão conservadora sobre autoridade Bíblica e sobre os
fundamentos doutrinários do Cristianismo. Não vejo absolutamente nenhum
futuro em coisas como “teísmo aberto”, “teologia relacional”,
hermenêuticas libertárias da Bíblia, etc. Continuo considerando o
anarquismo de esquerda, por exemplo, (como em Ellul) pobre, incompatível
com o Cristianismo clássico (católico e evangélico) e insuficiente para
uma teologia política evangélica. Digo isso porque aqueles que
identificam o criacionismo evolucionário com liberalismo teológico são
pessoas desinformadas ou desonestas, estejam elas no extremo
fundamentalista ou no extremo liberal do espectro cristão contemporâneo.
“aqueles que identificam o criacionismo evolucionário com
liberalismo teológico são pessoas desinformadas ou desonestas, estejam
elas no extremo fundamentalista ou no extremo liberal do espectro
cristão contemporâneo”
Não quero dizer com isso que o desenvolvimento da ciência não possa,
eventualmente, nos ajudar a interpretar melhor um texto Bíblico, ou a
pensar melhor sobre uma dimensão da vida humana também tratada nas
Escrituras, como já mencionamos anteriormente. Considere, por exemplo, o
grande auxílio da arqueologia recente da Corinto Romana nos estudos das
Cartas de Paulo realizados por Bruce Winter (em “When Paul Left
Corinth”), ou os fabulosos resultados da pesquisa de N. T. Wright em “A
Ressurreição do Filho de Deus”. Ocorre que não temos que mudar a
teologia para nos tornar palatáveis ao mundo moderno. Se mudarmos a
teologia, a mudaremos porque a verdade exige; e a verdade pode aparecer
vestida com a ciência moderna. Mas no caso particular da teoria da
evolução, aparentemente não há nenhuma necessidade de alterar
radicalmente nenhum ponto fundamental da fé Cristã clássica.
Fico por aqui gente. Em posts futuros, tanto originais quanto
traduzidos, a equipe do Teste da Fé Brasil continuará a responder a
perguntas de teologia, filosofia e ciência relacionadas com esse tema.
E que o Senhor nos ilumine!
Guilherme