Hannover, quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010 (ALC) - A bispa Margot Kaesemann, da Igreja Evangélica Territorial de Hanover, pediu demissão da presidência da Igreja Evangélica da Alemanha (EKD), uma espécie de federação de igrejas territoriais, depois de ser pega dirigindo alcoolizada, segundo os padrões alemães.
Patrulha da polícia flagrou-a, no sábado 20, quando Margot furou sinal vermelho ao trafegar com seu carro em rua de Hanover, onde reside. Segundo o tablóide Bild, o teste de alcoolemia acusou uma taxa de 1,3 miligrama de álcool no sangue, equivalente, no caso dela, à ingestão de 0,7 litros de vinho ou 1,5 litro de cerveja.
Kaesemann assegurou que bebeu apenas um copo de vinho. Ela teve sua licença para dirigir retida e os policiais levaram-na a uma delegacia, onde realizou exames de sangue. O resultado do exame não foi revelado. A legislação de trânsito na Alemanha é bastante severa e permite uma concentração máxima de 0,5 miligrama de teor de álcool no sangue.
A demissão da bispa, ontem, repercutiu em diferentes segmentos da sociedade alemã. A chanceler Ângela Merkel lamentou a saída da bispa, a quem admirava, declarou ao Serviço Evangélico de Imprensa (EPD).
“Espero que ela continue a se manifestar”, reagiu o presidente do partido da Social Democracia (SPD), Sigmar Gabriel. A EDK perde uma bispa que angariou respeito muito além das fileiras internas, afirmou a líder reformada Maria Flachsbarth.
O vice-líder do Sínodo da EKD, Günther Beckstein, afirmou para o Serviço de Imprensa Evangélico que, de sua parte, a bispa de Hanover poderia continuar na presidência da Igreja.
O bispo Johannes Friedrich, da Igreja Evangélica da Baviera, entende que a demissão de Kaesemann é uma perda inestimável para o protestantismo alemão. “Estou muito triste com todo esse episódio”, assinalou o bispa Maria Jepsen, de Hamburgo.
Fará falta na sociedade alemã a voz da colega de Hanover, sinalizou a bispa Ilse Junkermann, de Magdeburgo. Margot alcançou tantas pessoas porque dirigia-se a elas “com honestidade, de maneira aberta, mas também prudente, a respeito das possibilidades e fracassos que a vida apresenta”, agregou.
Também da Igreja Católica surgiram manifestações lamentando a demissão da bispa Margot. “Conheço a senhora Kaesemann de longa data como uma pessoa que está preparada para assumir responsabilidades”, afirmou o arcebispo Robert Zollitsch, de Freiburg.
Margot Kaesemann também se retirará da liderança da Igreja de Hanover. A presidência da EKD será exercida, até a próxima eleição, pelo vice-presidente, Nikolaus Schneider.
[veja comunicado em http://crerpensar.blogspot.com/2010/03/demissao-coerente-com-principios-eticos.html]
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