Eduardo Ribeiro Mundim
Cresci cercado pela história do povo de Israel. Criado dentro da igreja evangélica desde a infância, aprendi ser ele o "povo escolhido", alvo especial do cuidado de Deus.
Na adolescência, devorei, por mais de uma vez, o romance "Exodus", de Leon Uris; bem menos vezes, outro "Mila 18". A bem construída estória do primeiro embalou meus sonhos. Arrepiava ao reler diversos trechos, principalmente a parte do navio Exodus. Ali estava a vitória da justiça sobre a injustiça, do oprimido sobre o opressor, do povo escolhido sobre seus novos captores.
O tempo passa, e novos dados vão sendo agregados ao nosso conhecimento. Sérias dúvidas sobre a intepretação da aliança com o povo de Israel se instalaram. E o apóstolo Paulo deixa bem claro que os cristãos é que são o verdadeiro Israel de Deus. E o comportamento do estado de Israel, de oprimido a opressor me faz relez Leon Uris com outros olhos.
Não há dúvida de que a situação no Oriente Médio é para lá de complexa. Interesses múltiplos e antagônicos se postam lado a lado - e vidas que respondem por eles. Não me parece haver santos nesta história. Tanto do lado judaico quanto do árabe há ódio demais, ambição demais. Talvez tanto ódio e tanta ambição que nunca haja paz.
Mas a abordagem simplista, endeusando o estado de Israel e demonizando o palestino, não auxiliará a nenhum dos lados, exceto por semear mais ódio e sangue.
Certamente a saída não é a aniquilação dos árabes, palestinos ou judeus. Certamente a saída não é pela força das armas - que, ao final, sempre se mostraram impotentes, por mais mortos que façam.
É urgente que as lideranças cristãs se levantem, não para estigmatizar, mas para chamar ambos à mesa de conversação. E isto não pode ser feito com parcialidade.
Que Deus nos ajude a todos!
Amém
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