Genebra, quinta-feira, 27 de maio de 2010 (ALC) - Os peregrinos que visitam a Terra Santa devem ir além da mera homenagem a antigos lugares sagrados e mostrar preocupação pelos palestinos, cujas vidas estão severamente restringidas pela ocupação israelense de seu território.
As visitas à Terra Santa deveriam permitir encontros verdadeiros com o povo palestino e sua realidade cotidiana, como, por exemplo, entrar em filas nos pontos de controle para ir ao trabalho, à escola, para visitar a família ou a receber assistência sanitária.
Essa é a mensagem emitida por um grupo de 27 teólogos, ativistas cristãos palestinos, operadores turísticos e representantes de organizações de incidência pública, que se reuniram em Chavannes-de-Bogis, nas cercanias de Genebra, de 18 ao 21 maio.
"O turismo justo finca pé nas realidades políticas. Só experimentando o que os palestinos vivem o tempo todo pode o visitante dar-se conta das injustiças que conformam o seu dia a dia. E ao compreenderem esta realidade surge o desejo de ajudar e acabar com as injustiças acumuladas na Palestina", disse o diretor executivo do Grupo de Turismo Alternativo, Rami Kassis.
Os participantes da reunião pediram aos peregrinos que demonstrassem solidariedade com os cristãos palestinos. Depois de dois mil anos de presença contínua nessas terras, o número deles foi diminuindo constantemente ao longo das últimas décadas já que as dificuldades que enfrentam devido à ocupação israelense levam a muitos a emigrar.
Os peregrinos que vêm à Terra Santa em visitas convencionais organizadas por operadores israelenses com freqüência ignoram os palestinos e a situação em que se encontram. O fato de que só escutarem - e portanto reforçarem a versão israelense - pode contribuir a agravar o problema, concluiu o grupo.
"Eles crêem que trazem esperança, mas na realidade socavam a esperança da região", afirmou o representante de Kairós Palestina, Rifat Kassis. Kairós é uma iniciativa cristã inspirada no documento Kairós África do Sul, que proporciona um fundamento teológico às recomendações de ação em favor de uma paz justa.
O turismo na Palestina foi identificado como uma oportunidade para fazer uma "peregrinação de transformação" que represente uma experiência cristã mais profunda. Nesse tipo de peregrinação se convida os participantes para um encontro verdadeiro com o Corpo de Cristo através do contato com seus irmãos e irmãs palestinos na fé.
Os teólogos reunidos em Chavannes-de-Bogis recomendaram encarecidamente que os peregrinos sigam o Código de Conduta para o Turismo na Terra Santa, um documento redigido por rede palestina que oferece orientação sobre a preparação da viagem, o comportamento e as medidas complementares.
Eles expressaram profunda preocupação ante o monopólio que Israel exerce sobre o turismo na Terra Santa e sobre as severas restrições impostas aos operadores turísticos, hotéis e guias palestinos, que limitam o desenvolvimento deste setor chave da economia palestina.
A ocupação israelense repercute profundamente na vida do povo palestino. Cerca de 400 pontos de controle militares israelenses espalhados pela Cisjordânia dificultam o deslocamento dos palestinos para ir ao trabalho, à escola, visitar a família ou receber assistência sanitária.
O muro de separação que atravessa vastas zonas de seu território isola ainda mais os palestinos uns dos outros e os de Jerusalém, cidade centro tradicional de sua vida religiosa, cultural e comercial. As autoridades de Israel também impedem aos palestinos cristãos da Cisjordânia a entrada em Jerusalém, cidade onde costumavam ir com suas famílias para celebrar a Páscoa e outras festividades cristãs.
Relatórios sobre o turismo na Palestina mostram que, apesar das restrições, é um setor dinâmico em plena expansão que oferece experiências únicas e autênticas, bem como uma grande diversidade de visitas e oportunidades destinadas a satisfazer todo tipo de interesses.
Pelo caminho da Natividade, por exemplo, os turistas viajam desde Nazaré até Belém e têm a oportunidade de se relacionarem com habitantes da região, entre os quais figuram cristãos, beduínos e membros de outras comunidades.
A reunião de Chavannes-de-Bogis foi organizada pelo Grupo de Turismo Alternativo em cooperação com o Fórum Ecumênico Palestina-Israel, a Coligação Ecumênica de Turismo e Kairós Palestina.
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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)
Edição em português: Rua Ernesto Silva, 83/301, 93042-740 - São Leopoldo - RS - Brasil
Tel. (+55) 51 3592 0416
As visitas à Terra Santa deveriam permitir encontros verdadeiros com o povo palestino e sua realidade cotidiana, como, por exemplo, entrar em filas nos pontos de controle para ir ao trabalho, à escola, para visitar a família ou a receber assistência sanitária.
Essa é a mensagem emitida por um grupo de 27 teólogos, ativistas cristãos palestinos, operadores turísticos e representantes de organizações de incidência pública, que se reuniram em Chavannes-de-Bogis, nas cercanias de Genebra, de 18 ao 21 maio.
"O turismo justo finca pé nas realidades políticas. Só experimentando o que os palestinos vivem o tempo todo pode o visitante dar-se conta das injustiças que conformam o seu dia a dia. E ao compreenderem esta realidade surge o desejo de ajudar e acabar com as injustiças acumuladas na Palestina", disse o diretor executivo do Grupo de Turismo Alternativo, Rami Kassis.
Os participantes da reunião pediram aos peregrinos que demonstrassem solidariedade com os cristãos palestinos. Depois de dois mil anos de presença contínua nessas terras, o número deles foi diminuindo constantemente ao longo das últimas décadas já que as dificuldades que enfrentam devido à ocupação israelense levam a muitos a emigrar.
Os peregrinos que vêm à Terra Santa em visitas convencionais organizadas por operadores israelenses com freqüência ignoram os palestinos e a situação em que se encontram. O fato de que só escutarem - e portanto reforçarem a versão israelense - pode contribuir a agravar o problema, concluiu o grupo.
"Eles crêem que trazem esperança, mas na realidade socavam a esperança da região", afirmou o representante de Kairós Palestina, Rifat Kassis. Kairós é uma iniciativa cristã inspirada no documento Kairós África do Sul, que proporciona um fundamento teológico às recomendações de ação em favor de uma paz justa.
O turismo na Palestina foi identificado como uma oportunidade para fazer uma "peregrinação de transformação" que represente uma experiência cristã mais profunda. Nesse tipo de peregrinação se convida os participantes para um encontro verdadeiro com o Corpo de Cristo através do contato com seus irmãos e irmãs palestinos na fé.
Os teólogos reunidos em Chavannes-de-Bogis recomendaram encarecidamente que os peregrinos sigam o Código de Conduta para o Turismo na Terra Santa, um documento redigido por rede palestina que oferece orientação sobre a preparação da viagem, o comportamento e as medidas complementares.
Eles expressaram profunda preocupação ante o monopólio que Israel exerce sobre o turismo na Terra Santa e sobre as severas restrições impostas aos operadores turísticos, hotéis e guias palestinos, que limitam o desenvolvimento deste setor chave da economia palestina.
A ocupação israelense repercute profundamente na vida do povo palestino. Cerca de 400 pontos de controle militares israelenses espalhados pela Cisjordânia dificultam o deslocamento dos palestinos para ir ao trabalho, à escola, visitar a família ou receber assistência sanitária.
O muro de separação que atravessa vastas zonas de seu território isola ainda mais os palestinos uns dos outros e os de Jerusalém, cidade centro tradicional de sua vida religiosa, cultural e comercial. As autoridades de Israel também impedem aos palestinos cristãos da Cisjordânia a entrada em Jerusalém, cidade onde costumavam ir com suas famílias para celebrar a Páscoa e outras festividades cristãs.
Relatórios sobre o turismo na Palestina mostram que, apesar das restrições, é um setor dinâmico em plena expansão que oferece experiências únicas e autênticas, bem como uma grande diversidade de visitas e oportunidades destinadas a satisfazer todo tipo de interesses.
Pelo caminho da Natividade, por exemplo, os turistas viajam desde Nazaré até Belém e têm a oportunidade de se relacionarem com habitantes da região, entre os quais figuram cristãos, beduínos e membros de outras comunidades.
A reunião de Chavannes-de-Bogis foi organizada pelo Grupo de Turismo Alternativo em cooperação com o Fórum Ecumênico Palestina-Israel, a Coligação Ecumênica de Turismo e Kairós Palestina.
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