Eduardo Ribeiro Mundim
Gol de mão vale?
No calor da disputa, na ânsia pela vitória, na busca do sucesso pessoal (no caso, fazer gol), o que é válido?
Luiz Fabiano faz um belo gol, é fato. Belo, porque trabalhado, mostrando perícia e trato com a jabulane. Mas a imprevisibilidade a faz descer por um braço, e ainda parar no outro, antes de ser isolada dentro do gol adversário. Alívio para a torcida num jogo difícil e desleal; alívio para o jogador, em "síndrome de abstinência" de gols. Mas a beleza do gol morre na sua ilegalidade.
A câmara maldosa mostra um diálogo entre jogador e juiz, provavelmente a caminho do centro do campo. O diálogo, deduzido, é posteriormente confirmado pelo atleta. A pergunta, em ar despreocupado do árbitro, é clara: pegou no braço? A resposta, com ar de inocente, uma mentira consciente.
Os bandeirinhas não viram o trajeto da bola, nem o juiz. Apenas as diversas tomadas de imagem pelas inumeráveis câmaras ao longo do estádio mostraram o fato inequívoco.
Não entendo das regras futebolísticas em profundidade. Alguém citou que o gol não poderia ser anulado, já que fora validado. Se assim for, a peça de arte, um gol de "futvolei" passa a história como o gol de Maradona, às custas "de las manos de Dios". Mas a estética é arruinada pela mentira desnecessária, com ar de moleque.
Seria Luiz Fabiano perdoado pelos seus colegas, pelo técnico, pela CBF, pela torcida caso confessasse aquilo que, aparentemente, só ele sabia?
Mesmo em pequenas coisas, decisões éticas são complexas, e duras as suas consequências.
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