Luiz Longuini Neto 
Cursei  teologia numa escola com forte influência norte americana. O pano de  fundo histórico da igreja a que eu pertencia, lá no interior paulista,  era formado pela ação de missionários norte americanos que aportaram em  terras brasileiras pelos idos de 1860.
Fui  formado teologicamente para entender que os Estados Unidos da América  do Norte tinham uma missão importante no mundo. Salvar não só as almas  dos pobres pecadores do terceiro mundo, como também levar os valores da  democracia, liberdade, livre iniciativa a todos os povos atrasados.
O  nome bonito que os professores davam a essa missão era “Destino  Manifesto”. Essa missão havia sido pactuada entre os “pais peregrinos”,  aquela mistura de gente anglo-saxã, que fugindo das guerras inglesas  navegaram para a “nova Inglaterra” num barco chamado Mayflower. No meio  de uma tempestade, com a bíblia no meio do barco e todos ajoelhados  fizeram um pacto: se Deus os levassem com vida à terra firme eles  constituíram uma nação cujos valores estariam assentados na Bíblia  Sagrada. Esse pacto e a doutrina do “Destino Manifesto” forjaram as  lutas daquele povo, em especial das 13 colônias, e desde 1776, quando  foi promulgada a declaração de independência dos EUA, fazem parte do  ideário ou da mentalidade de cada cidadão norte americano.
O  mais interessante é que 235 anos depois essa mentalidade nada mudou.  Foi esse ideário que levou os norte americanos à marcha para o oeste em  busca de ouro e terras. Mataram índios, dizimaram famílias. O símbolo de  resistência dessa colonização foi Gerônimo (1829-1909) um índio apache  que primeiro lutou contra os mexicanos e depois contra as tropas do  governo norte americano. Foi preso como “índio renegado” e após 22 anos  na prisão foi morto.
Essa  mesma mentalidade sedimentou a escravidão dos negros africanos,  ancestrais do atual presidente Barack Obama, ancestrais apenas na cor da  pele. Foi a mentalidade que forjou as teorias e as ações racistas da Ku  Klux Klan. Perseguiu, torturou, matou, queimou igrejas, estuprou negras  escravas.
Quando  Barack Obama foi eleito presidente dos EUA fiquei feliz, fiz um sermão,  escrevi artigos. Tentei não ser ingênuo e afirmei que apesar de tudo  ele era norte americano, mas um negro como presidente. Puxa!!! Isso me  remetia ao pastor Martin Luther King Jr., Malcon X, aos índios  espoliados e mortos pelos brancos sanguinários, aos negros escravizados e  que só haviam conseguido seus direitos civis após muitas lutas e muitas  mortes.
A  operação secreta que matou Osama Bin Laden recebeu o codinome de  Gerônimo. Que desrespeito contra o líder de um povo bravio. As nações  indígenas orgulham-se de seus líderes e elas tem muito a nos ensinar. A  morte de Bin Laden, como foi noticiada, a covardia do ataque, o  sequestro do corpo, o desrespeito às normas internacionais. Não quero  afirmar ou defender nenhum ato terrorista, venha de onde vier. Tudo isso  mostra que Barack Obama é o mesmo e reflete a mesma mentalidade de 235  anos atrás. A cor da sua pele não significa nada. Por baixo da pele  negra existe um WASP (anglo saxão, branco e protestante), cuja meta  exclusiva na vida é seguir o pacto do Mayflower e o Destino Manifesto,  como a grande nação que é o xerife do mundo. O espetáculo produzido por  esse “presidente” serviu para levar boa parte da nação que foi erigida  sob os valores da Bíblia Sagrada a dançar, pular, gritar nas ruas e se  alegrar com a morte de pessoas. Assim como fizeram no passado  massacrando os índios e os negros.
Ontem  eu fui dormir lendo “A Interpretação dos Sonhos” de Sigmund Freud,  volume 1º. Estava impressionado com todas as informações dos jornais e  com a leitura. Acordei um pouco assustado. Sonhei. É tive um sonho. E no  sonho matei Barack Obama. 
 fonte: http://pastorlonguini.blogspot.com/2011/05/eu-matei-barack-obama.html 
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