Eduardo Ribeiro Mundim
o bullying cristão
Na seção curtas e
diretas da Revista Cristianismo Hoje, de julho-agosto 2013 (pg 7 da revista) há uma pequena nota: "adolescentes cristãos
americanos estão se mobilizando contra o que chamam bullying cristão.
Eles protestam por serem considerados "fanáticos" e de "mente fechada"
pelos colegas e pedem mais abertura para expressões de fé nas escolas". (atalho)
Aprendi, no exercício de minha profissão de
médico, a me colocar no lugar do meu cliente / paciente, a fim de ver o
seu ponto de vista, ver sua queixa como se fosse minha. Adotando o mesmo
procedimento, coloco-me no lugar de um ateu que escuta um crente dizer
que ele não tem um comportamento aceito por Deus.
Bem, se meu comportamento é inaceitável,
ele é imoral; e, por extensão, eu sou imoral. Mas eu não acredito nesta
divindade, e não há lei que me obrigue a tal. Portanto, que direito esta
pessoa tem de vir fazer um julgamento moral sobre mim baseada numa
alucinação religiosa?
Ora, se nós queremos o direito de expor o
que acreditamos ser o ensino de nosso Deus, Senhor e Pai, e falarmos
claramente do pecado do outro, por que não dar o mesmo direito a este
outro, que se recusa a reconhecê-Lo como Deus, ou Senhor, ou Pai, de
expressar o que pensa a nosso respeito? Não usamos a expressão
"terroristas islâmicos"? "fanáticos xiitas"? Mas eles não se consideram
assim. Qual é, exatamente, o sentimento que temos ao ler o salmista que proclama "diz o tolo / insensato / néscio no seu coração: não há Deus"? Seria este sentimento o mesmo daqueles que nos chamam de "fanáticos" e de "mente fechada"?
Acreditamos em milagres. Maria era virgem e Jesus Filho do Deus Altíssimo. Morreu pelos nossos pecados.
Para o descrente, o que esta mensagem parece? ignorância? superstição?
Quando não se consegue sentar no lugar do outro, como mero
exercício acadêmico, ou como recurso para um diálogo produtivo, não
seria correto usar o adjetivo de "mente fechada"?
Posso dizer que o outro é imoral, mas ele não pode dizer o que pensa ao meu respeito?
Pelo que depreendi de alguns artigos do Luiz Felipe
Pondé, na Folha de São Paulo, este tipo de comportamento, que se
melindra com a opinião do outro, é infantilidade. Estou inclinado a
concordar com ele quase que em 100%.
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