sexta-feira, 12 de junho de 2009

Diário de Wesley, agosto de 1736

Segunda-feira, 2 de agosto. Parti para a casa do representante do governador, aproximadamente trinta milhas de Charlestown, para entregar as cartas do Sr. Oglethorpe. Ela está localizada muito agradavelmente sobre uma pequena encosta, tendo um vale de cada lado, em um dos quais está uma densa floresta, e no outro uma plantação de arroz e milho indígena. Planejei ter voltado pela casa do Sr. Skeene, que tem por volta de cinquenta negros cristãos. Mas como meu cavalo estava cansado, fui obrigado a voltar direto para Charlestown.

Tinha enviado de volta para Savannah o barco que chegamos, esperando passar para o lado de lá, na casa do Coronel Bull. Como ele não ia tão logo, fui para a Travessia de Ashley na quinta-feira, pretendendo caminhar até Port Royal. Mas o Sr. Belinger não apenas me providenciou um cavalo, mas ele mesmo foi comigo dez milhas, e enviou seu filho para me acompanhar até a Travessia de Cumbee, vinte milhas mais afastada, de onde, tendo alugado cavalos e um guia, cheguei em Beaufort (ou Port Royal) na noite seguinte. Embarcamos pela manhã, mas o vento estando contrário, e muito violento, só chegamos em Savannah no domingo à tarde.

Terça-feira, 10. Verificando que o Sr. Oglethorpe tinha ido, fiquei somente um dia em Savannah e, deixando o Sr. Ingham e o Sr. Delamotte lá, parti na manhã de terça-feira para Frederica. Em minha caminhada até Thunderbolt peguei uma chuva tão violenta que todas as minhas roupas estavam tão ensopadas como se eu tivesse atravessado um rio. Nessa ocasião eu só pude observar aquele erro comum, sobre a nocividade das chuvas e dos orvalhos da América. Já fiquei completamente molhado com estas chuvas mais de uma vez, todavia sem qualquer prejuízo. E tenho deitado muitas noites ao ar livre, e recebido todos os orvalhos que caíam, e assim, creio, qualquer um poderia também, caso sua constituição física não tenha sido enfraquecida pela brandura de uma polida educação.

Embarcamos em Thunderbolt, e na sexta, 13 de agosto, chegamos em Frederica, onde entreguei as cartas do Sr. Oglethorphe que tinha trazido da Carolina. No dia seguinte parti para o Forte São Jorge. Desde aquela hora tive cada vez menos expectativa de ser útil em Frederica, muitos lá sendo extremamente zelosos, e incansavelmente diligentes, para impedir isto, e, do restante, poucos ousando mostrar-se contrários, por medo de seu descontentamento.

Sábado, 28. Separei (do pouco que tinha) alguns livros para uma biblioteca em Frederica. À tarde caminhei até o forte do outro lado da ilha. Por volta das cinco rumamos para casa, mas meu guia errando o caminho, logo nos perdemos na mata. Não obstante, caminhamos em frente tanto quanto pudemos, até entre nove e dez, quando, estando bastante cansados, e completamente molhados de suor, deitamos e dormimos até a manhã.

Ao romper o dia, no domingo, dia 29, partimos novamente, esforçando-nos para caminhar sempre em frente, e logo depois do nascer do sol nos encontramos na Grande Savannah, perto de Frederica. Por esta boa providência eu fui liberto de outro medo, o de ficar na mata, o qual a experiência mostrou que era, a alguém com uma saúde razoável, um mero “leão no caminho” [Pv 26.13].

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Tradução: Paulo Cesar Antunes

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