segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Madre Teresa de Calcutá



fonte original

"Madre Teresa - Venha, seja minha luz", Brian Kolodiejchuk, Ed. Thomas Nelson Brasil, 2008-11-28

Neste livro, resplende a frase lapidar: "Se alguma vez vier a ser Santa – serei certamente uma Santa da"escuridão". Estarei continuamente ausente do Céu – para acender a luz daqueles que se encontram na escuridão na Terra" (Madre Teresa de Jesus). À imitação de santa Teresinha, Madre Teresa afirmou de forma ainda mais angustiante que o céu não será para ela um lugar de descanso. Como a carmelita francesa, no céu, "trabalharia pelo bem das pessoas"; isto é, do seu canto obscuro, Madre Teresa, fora do céu, iluminaria muitos corações atormentados nas trevas. Arroubos místicos, dirão! Na mística cristã, grandes santos padeceram a "noite escura" de São João da Cruz. Sem nenhuma consolação, vitimados por uma angústia abissal, estes, entre os quais Madre Teresa se inclui, serviram a Deus na pessoa dos crucificados na história, sem se preocupar com paz interior ou alegria do coração. Infelizmente, somos só sentimento. Na onda "Paulo Coelho" e pensamento positivo, só apreciamos o que levanta o nosso "astral". O deserto nos assusta. Neste livro, conhecemos a aridez espiritual da "Santa de Calcutá". Madre Teresa viveu crises de fé, que todos vivemos. Nós fugimos dos desertos, como fugimos de Deus e de nós mesmos. Somos narcisos. Recomendo este livro, pois ele confirma: crer não é um exercício da razão. É um abandonar-se nos braços do Deus escondido, atravessando as penumbras interiores. Como santa Teresinha, Madre Teresa falou e viveu de um amor, que na verdade, em breves ocasiões, experimentou.

Pe. Antonio Damásio em O Absurdo e a Graça

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