Crer não é sinônimo de não pensar. Crer implica em pensar, em relacionar fé com a realidade, questionando uma a partir da outra. O conteúdo são pensamentos às vezes rápidos, em elaboração; outros, já mais elaborados. Ambos buscando provocar discussão e reposicionamentos, partindo sempre da confissão de fé protestante. Os artigos classificados como "originais" podem ser reproduzidos desde que com a menção da fonte e autoria. Ano V
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Avatar, o filme
Santos no mundo: os cristãos e a arena pública
• Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil. É autor de A Caminhada Cristã na História e "Os Pioneiros Presbiterianos do Brasil".
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Bioética e Fé Cristã número 6 ano IV
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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Teologia tem contribuições a dar às questões climáticas
Genebra, terça-feira, 22 de dezembro de 2009 (ALC) - O que diz a Bíblia sobre a mudança climática? Quais idéias teológicas as igrejas podem oferecer ao mundo frente a uma crise ecológica sem precedentes?
Estas perguntas, propostas num seminário sobre "A criação e a crise climática", assistido por representantes de igrejas durante a Cúpula do Clima da ONU, reunida em Copenhague, parecem hoje ainda mais urgentes depois do fracasso do encontro, que não conseguiu produzir um acordo justo, ambicioso e juridicamente vincular que milhões de pessoas esperavam.
"Não há nenhuma relação evidente entre o evangelho e a mudança climática", disse o chefe do Departamento de Teologia Sistemática da Universidade de Copenhague, Jakob Wolf. A Universidade co-patrocinou o seminário junto com o Conselho Nacional de Igrejas da Dinamarca.
Mas como a mudança climática é conseqüência da atividade humana, ela recai sob o imperativo dos princípios éticos, porque os seres humanos são responsáveis de seus atos. A exigência ética de amar ao próximo se aplica aqui porque o "planeta Terra converteu-se em nosso próximo", disse Wolf.
Segundo o acadêmico, uma visão teológica do planeta e da vida que há nele como criação de Deus lhes confere um valor intrínseco, pelo que suscita "respeito e amor". "Quanto mais amamos a vida sobre a Terra mais dispostos estaremos a atuar de forma não-egoísta", sublinhou Wolf.
Esta é a contribuição que a fé e a teologia cristã podem oferecer à luta contra a mudança climática: uma motivação que é abarcadora, profunda e "bem mais vigorosa" do que aquela baseada apenas em "meros cálculos e frias obrigações".
Isto é fundamental, enfatizou Wolf, porque a humanidade "tem à mão todos os instrumentos" para adotar medidas em relação à mudança climática. "A única coisa que falta é a vontade."
A biblista Barbara Rossing, professora na Faculdade Luterana de Teologia de Chicago, Estados Unidos, concordou com Wolf de que "a Bíblia não diz nada sobre a mudança climática". Mas ela crê que os cristãos podem basear na Bíblia sua resposta ao fenômeno.
O ponto de partida de Rossing é a pergunta: "Onde está Deus nesta crise?" Ela recusa a noção de que Deus castiga a humanidade e acredita, antes, que Deus "se lamenta junto com o mundo".
Segundo sua leitura do livro do Apocalipse, "Deus chora pela terra, não a amaldiçoa". As famosas pragas não são predições, senão ameaças e advertências, telefonemas de alarme, projeções do futuro sobre conseqüências lógicas dos atos humanos, se não forem alterados os rumos.
No entanto, para Rossing, o livro do Apocalipse não anuncia o fim do mundo, senão o fim do Império. Por conseguinte, apesar das atuais pautas insustentáveis de consumo e de uma economia baseada no carbono, a teóloga estadunidense encontra nele uma mensagem de esperança: "A catástrofe não é necessariamente inevitável; ainda há tempo para mudar."
Esta "visão de esperança para hoje" é uma contribuição essencial que a teologia e a fé cristãs podem trazer aos esforços mundiais para enfrentar a mudança climática.
"De forma muito ameaçadora e inquietante, a crise do clima nos faz estar unidos como a humanidade una, como a comunidade una de crentes, como a igreja una ", disse o secretário-geral eleito do Conselho Mundial de Iglesias (CMI), Olav Fykse Tveit.
"Somos chamados a mostrar um sinal do que significa ser a humanidade una, do que significa o fato de que Deus ama ao mundo inteiro", disse Tveit. Quando as igrejas se reúnem para oferecer este sinal, a luta contra a mudança climática "nos une de forma muito especial: como igrejas, como crentes".
A mensagem de que Deus ama ao mundo e a cada criatura que há sobre a terra "foi a sensação dolorosa que o movimento ecumênico enfrentou com relação à mudança climática", disse Tveit, recordando a longa história da preocupação do CMI pelas questões ecológicas.
Numa perspectiva ecumênica, a preocupação pela Criação tem estado sempre vinculada à preocupação pela justiça e a paz. "Não se pode dizer que este é um planeta para alguns de nós", disse o secretário-geral eleito, mas"é um planeta para todos nós".
O professor Jesse Mugambi, da Universidade de Nairobi e membro do grupo de trabalho do CMI sobre mudança climática, também destacou esse aspecto. "O mundo é um mundo no qual todos estamos relacionados por parentesco, mas teve algum momentos em que decidimos […] tratar-nos uns a outros como estrangeiros", afirmou.
Mugambi explicou que na África a mudança climática está causando graves secas, por uma parte, e inundações, por outra. Com a ajuda de mapas ele demonstrou que as partes do continente ricas em água e terras cultiváveis são também as zonas de maior conflito. Este conflito "não tem nada que ver com etnicidade, ele está relacionado com os recursos", disse.
Para Mugambi, a função da fé cristã e da religião em geral, por meio de seus líderes e teólogos é a de "fazer-nos voltar às normas" que possam contribuir para enfrentar um problema como a mudança climática.
"Não falamos de 'ajudar' os países africanos", disse Mugambi. "Não é questão de 'ajuda', senão da sobrevivência de todos nós".------------------------
Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)
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terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Agulhas no corpo e bioética
domingo, 20 de dezembro de 2009
Fé e ciência: irmãs gêmeas ou inimigas? parte 2
Passagens bíblicas para meditação:
Sl 25.1-5
Pv 1.7; 2.1-6; 23.23
Dn 2.20-21
Jo 14.6
Rm 12.1-2
Fp 4.8
• Timóteo Carriker é teólogo, missionário da Igreja Presbiteriana Independente, capelão d'A Rocha Brasil e surfista nas horas vagas. É autor de A Visão Missionária na Bíblia e coordena diversos sites (acesse www.tim.carriker.com).
fonte: http://www.ultimato.com.br/?pg=show_conteudo&util=1&categoria=5®istro=1196
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Minha declaração de não-fé
Existem várias e diversas declarações de fé. São documentos históricos importantes que servem como resumo daquilo que uma comunidade ou localidade específica crê. A mais conhecida delas é o Credo Apostólico, em que todo cristão se vê identificado. Há a Confissão de Westminster, a Helvética, a da Guanabara, o Pacto de Lausanne, entre outros.
Porém, como vivemos em um tempo estranho (passamos daquilo que Francis Schaeffer denomina "linha do desespero") onde o "não" significa "sim", o "sim", talvez" e o "talvez", "quem sabe, pode ser, passa lá em casa para tomar um café", resolvo fazer uma confissão de fé diferente. Faço uma confissão de não-fé.
Não creio que o Espírito Santo mude de ideia a cada seis meses, feito barata tonta, teleguiado por gente com desejos inconfessáveis.
Não creio que Deus tenha se "esquecido" de derramar seus dons por dois mil anos, reavivando somente agora alguns dons específicos, como línguas.
Não creio em apóstolos auto-nomeados, auto-ordenados e auto-consagrados. Napoleão Bonaparte sagrou-se imperador e deu no que deu.
Não creio na autoridade bíblica de pessoas que não se submetem a outros, em atitude de total arrogância e prepotência, fazendo do espelho e do afago bajulador os melhores aliados.
Não creio que Deus tenha eleito pessoas especiais dentro de sua eleição salvadora. Tropa de elite é coisa só de filme, ou de polícia.
Não creio na total autonomia humana em fazer escolhas certas sem a ação direta de Deus, especialmente em relação à salvação. Se posso mudar de ideia sobre o que almoçar, quanto mais para algo tão importante quanto seguir a Jesus!
Não creio que meu ego, corrompido pelo pecado, seja um referencial na minha adoração a Deus. Não creio ainda que a adoração deva ser necessariamente individual. A experiência coletiva é altamente benéfica para quebrantar potenciais megalomanias.
Não creio que a submissão, ou melhor, a subserviência da igreja ao Estado seja algo do agrado de Deus. A história se repete como farsa, como bem disse Karl Marx, e Constantino serve de aviso contra a tentação de se aliar ao poder temporal e poder espiritual.
Não creio que constituições, estatutos, manuais, apostilas e coisas parecidas tenham o mesmo peso das Escrituras na vida de um cristão.
Não creio que o ego ou o espelho sejam padrão e medida para a espiritualidade e conduta na vida cristã de outros. Se temos a Bíblia como fonte inesgotável de sabedoria, qualquer tentativa de ir além disso é confissão de farisaísmo.
Não creio em barganhas com Deus. Se eu fosse abençoado única e exclusivamente com a salvação eterna, sem nenhuma bênção aqui na terra, ainda assim teria muito o que agradecer. Afinal, Deus salva e abençoa não por obrigação e pressão, mas por amor e misericórdia.
Não creio no divórcio entre minha vida religiosa e minha vida, digamos, "civil". Os puritanos tinham um lema genial: "Aquilo que você faz fala tão alto que não consigo escutar aquilo que você diz". São separações assim que geram episódios bizarros como a "oração pela propina alcançada".
Não creio em demônios que tomam conta de certas regiões geográficas, ou mesmo de anjos que os combatem nessas mesmas regiões.
Não creio em copo de água em cima da televisão, rosa ungida, toco de carvão, corredor de sal grosso e outras "macumbas gospel". Os sacramentos são elementos comuns (pão, água, vinho) que servem de canal para a graça em nossas vidas. Mas tudo o que citei anteriormente, em vez de ser só uma cópia malfeita dos sacramentos, é, em sua essência, tentativa de manipular um pretenso mundo espiritual a favor daquele que pede.
Vou terminar minha declaração de não-fé com uma declaração de esperança: "Creio e espero que Deus, em sua infinita graça, venha restaurar os corações e as mentes da igreja evangélica brasileira, tornando-a saudável e livrando de seus tumores e mau humores. Derrama sua graça sobre nós, Senhor!".
• Rodrigo de Lima Ferreira, casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, hoje pastoreia a IPI de Rolim de Moura, RO. revdigao.wordpress.com
fonte: http://www.ultimato.com.br/?pg=show_conteudo&util=1&categoria=3®istro=1193
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Fé e ciência: irmãs gêmeas ou inimigas?
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
O circo gospel
Pois é Spyware*, é incrível como esses pastores conseguem surpreender até mesmo a nós que estamos do lado do "nosso pai que está cá embaixo".
Nosso agente Greenbelly* tem feito um ótimo trabalho na região sul do país. Circulando por essas igrejas novas ele vê e ouve coisas das mais pitorescas.
Confesso, Spyware, que eu mesmo, por mais incrível que possa parecer, fico chocado e ao mesmo tempo feliz com esses relatos. O Greenbelly ouviu de um mesmo pastor duas pregações que estão arrancando risos dos nossos colegas da ZonQunran*. Eu gostaria de ter estado lá e ouvido o que ele ouviu. Ele viu e ouviu um pastor pregando em dois cultos, na mesma igreja. Num dos cultos o pastor falou sobre um tal de "Calebe" que, na língua hebraica segundo ele, significa "cão". A partir disso ele elaborou uma mensagem no mínimo estapafúrdia e que seria forte candidata a levar o prêmio de "Mensagem do Ano". Depois de dizer que Calebe significa "cão", ele afirmou que Deus gosta de Calebe. "Assim como o cão marca seu território fazendo xixi, nós temos que marcar nosso território", continuou o erudito pastor. Ele ainda contou sobre uma experiência vivida numa visita que fez a um estádio de futebol. Nessa visita, conforme seu relato pessoal, perante uma plateia de crentes atentos e ao mesmo tempo incrédulos, descobriu que próximo ao estádio havia um ponto de prostituição e resolveu fazer xixi nos lugares onde ficavam as prostitutas. Por ter feito o tal xixi as prostitutas não apareceram mais, concluiu com grande sabedoria o pastor. Enquanto isso algumas das pessoas presentes no culto gritavam "glória a Deus", outros se contorciam nas cadeiras. Os gritos de "aleluia", da parte de alguns, ficaram mais acalorados quando o referido pastor desferiu: "Quando você crê em Deus até o seu xixi tem poder".
Nosso agente Greenbelly pensava que o tal pastor nunca mais seria convidado para voltar àquela igreja. Mas para sua surpresa nesse último final de semana lá estava ele de novo, na mesma igreja, numa cidade turística do sul do Brasil. Não deu outra. Não demorou muito e as pessoas começaram a se contorcer nos bancos. O tal pastor esbravejou umas loucuras que deixou todos boquiabertos, sem reação, especialmente quando ele disse: "Deus vai te penetrar. Abra as pernas para Deus te penetrar. Tem gente colocando preservativo em Deus. Ele vai romper teu hímen espiritual".
Ora, Spyware, enquanto tivermos pastores como este atuando nas igrejas, não precisamos nos preocupar. Eles já fazem o nosso trabalho melhor do que nós mesmos.
* Nomes fictícios
• Robson Ramos é autor de Evangelização no Mercado Pós-Moderno, acadêmico de Direito, bacharel em teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo e mestre em Estudos do Novo Testamento pelo Pittsburgh Theological Seminary, EUA. É também blogueiro, responsável pelo www.mateus21.com.br
fonte: http://www.ultimato.com.br/?pg=show_conteudo&util=1&categoria=3®istro=1187#comentarios