A FÉ
Primariamente, a fé é uma atividade que busca dar significado. Está voltada para a constituição do ser: senso de pertencer a algo que é maior que ele mesmo (que o transcende); senso de propósito da própria existência; estabelecimento de vínculos de lealdade, de ética e de moral.
Ela faz uso dos cinco sentidos naturais, notadamente da visão, ampliada pela sofisticação intelectual. Investiga textos sagrados através de normas de interpretação predeterminadas. A ciência hermenêutica permite que o fiel atualize sua escritura para que encontre aplicabilidade no mundo atual, contextualizando-a. Discute em academias especializadas este modo de investigação. Usa a imaginação, a analogia e a dedução para atualizar textos antigos.
Mas a fé investiga um mundo que existe por revelação, que somente está acessível àquele que crê. E a infinitude de divisões e subdivisões parece sugerir que a unanimidade (portanto, a certeza) está longe de ser alcançada.
A fé supre uma demanda humana que a ciência não logrou completar: o sentido da dor e da morte, o mal no mundo, a justiça e a liberdade.
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