Crer não é sinônimo de não pensar. Crer implica em pensar, em relacionar fé com a realidade, questionando uma a partir da outra. O conteúdo são pensamentos às vezes rápidos, em elaboração; outros, já mais elaborados. Ambos buscando provocar discussão e reposicionamentos, partindo sempre da confissão de fé protestante. Os artigos classificados como "originais" podem ser reproduzidos desde que com a menção da fonte e autoria. Ano V
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Debate sobre camisinha é barulho por nada
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Bioética e Fé Cristã n 3 ano V
Bioética em tempos de crise
A Ética Cristã, o Moralismo e o Amor
Ao sugerir que se falasse sobre ética e vida cristã nós, jovens, pensamos a
priori em uma conotação onde se colocasse num paralelo a ética e a moral, avaliando aquilo que tange a vida do cristão, definindo-o como tal e como emergem questões referentes à coerência entre discurso e ação.
Islam y Bioética
conservación de la perennidad genealógica y de la filiación
Bioética e Crença Religiosa: estudo da relação médico-paciente Testemunha de Jeová com Potencial Risco de Transfusão de Sangue
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
O limite ao consumismo
Os caminhos e o mundo estão ganhando formas circulares, que nos conduzem a acreditar determos o poder de enganar o fim, ao o emendarmos em um novo começo. Isto se reproduz em momentos simples do nosso dia a dia, exemplo disto é que não há mais um filme de sucesso lançado na última década que não tenha uma continuação. Os finais deixaram de ser esperados com grande expectativa pelo encerramento, e deram lugar à ansiedade pela continuação. O fim que tanto nos assombra tem sido ocultado por pessoas que desejam vender, e para isto fazem insinuações que convergem com o nosso desejo em não termos limites, mas as pessoas veladamente do luto! O homem deseja com todas as suas forças não ter limites, seja limite de poder, do cartão de crédito ou de chances de fazer algo melhor e principalmente que a sua vida não tenha limites, pois assim pode ignorar a sua impotência inata diante do inevitável fim. Mas não adianta fugir, está escrito na Palavra que nós tornaremos à terra, ao pó, ainda que passemos toda a nossa vida ignorando esta máxima: “no suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.” (Gênesis 3:19)
O consumo desenfreado está relacionado à tentativa de ocultar a inevitável chegada do término, revelando ansiedades e causando angústias de desejo e busca. Mas acontece que vivemos em um planeta onde os recursos, diferente do que dizem as promessas de satisfação eterna e incondicional, são esgotáveis e devemos sim nos preocupar com isto, pois o fim dos recursos está evidentemente ligado ao nosso fim. Os impactos da falta de limite, do conforto e do consumo acima do meio ambiente tem se mostrado lentamente, já se sabe que o mundo funciona de uma forma relacional, ações isoladas produzem conseqüências globais. Eu não vou negar que os limites, bem como o luto, também não me agradam muito, todos desejamos uma infinitude de coisas, trazemos permanentemente conosco a idéia de que é melhor sobrar do que faltar, mas ignoramos que o fato de sobrar, hoje, pode provocar a falta no futuro. Comprar é algo muito bom, gratificante, e movimenta a economia do país, mas devemos ser responsáveis e conhecer os pontos que não convém ultrapassar, pois assim acabamos quebrando uma harmonia que há entre nós e o lar que Deus nos deu. Antes do consumo, devemos pensar no cuidado, o primeiro passo é a reflexão e em seguida pode-se pensar em outros fatores como a reutilização, a reciclagem e a redução do consumo, portanto façam esta reflexão e pergunte-se se o mundo está se transformando conforme você gostaria, pergunte-se também se suas ações são justas, diante do presente recebido por Deus para você cuidar.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Quando o corpo pede um pouco mais de alma
Dizer que vivemos numa sociedade hedonista que cultua o corpo e a beleza física como o fim supremo já virou lugar comum inclusive na boca daqueles que gastam boa parte de seu tempo e recursos em academias e "Estetic Centers".
Fico sempre intrigado com esses paradoxos. Os mais velhos (como eu) lembrarão que o livro predileto das misses foi durante um bom tempo "O pequeno príncipe". A história, que tem como cenário um deserto, fala de amor, conquistas, escolhas, rituais e até da morte. Pois esse livro-cabeça era frequentemente mencionado por lindas representantes de seus estados e países em meio a um julgamento que de forma alguma pretendia descobrir sua "beleza interior". Talvez a preferência das misses de então pelo livrinho de Saint-Exupéry não fosse apenas jogada de marketing. Quem sabe esse pioneiro da auto-ajuda já não era um grito por um pouco mais de alma?
Hoje a coqueluche (inclusive internacional) é Paulo Coelho que, desconfio, atende de alguma forma a essa demanda por mais alma. Mas e nós cristãos? Ainda acreditamos que, como o apóstolo Paulo, a piedade tem imenso e eterno valor enquanto o exercício físico tem pouca serventia (1 Timóteo 4:8)? Não duvido de que haja consenso entre os cristãos sobre o valor da piedade. O problema é: que sentido atribuímos a essa bela palavra?
Alguns sinais recentes (barulhos e silêncios) vindos do mundo religioso brasileiro parecem indicar que, para nós cristãos, a piedade se resume ao ódio ao mundo. Isso não é novo, mas não deixa de ser impressionante ver líderes e liderados evangélicos e católicos ostentando com orgulho um discurso raivoso e prenhe de ódio contra o que consideram as obras do príncipe deste mundo: o diabo.
Em alguns casos ele, o "Não-sei-que-diga", aparece com voz gutural e gestos grotescos em meio a sessões de exorcismo televisionado como parceiro de cunhadas, amantes, sogras assim como concorrentes e desafetos que se utilizam dos serviços das religiões de matriz africana no esforço de "atrapalhar os caminhos", "matar" e "destruir a vida dela". Após o show o "encosto" é humilhado, xingado, amarrado e, só no ato final, expulso daquele corpo que não lhe pertence.
Em outros o "Cramulhão" aparece de terno ou tailleur na figura de políticos comprometidos com alguma conspiração internacional (atualmente gay, comunista ou muçulmana) cujo objetivo é "acabar com a liberdade religiosa no Brasil e no mundo" implantando o "império da iniquidade". Nestes casos, como é fácil odiar os políticos, alguns chegam a espumar em meio a frases de efeito e bravatas virulentas. Diferentemente do primeiro caso, não raro ao invés de expulsar "o coisa ruim", faz-se alguma aliança com um "arrenegado" de outro partido ou grupo político. Poderia ainda citar os video games do mal , as roupas com símbolos satânicos, os desenhos animados, mas de qualquer modo a marca desta visão de piedade é a mesma: o ódio, a raiva o destempero e a violência verbal contra os "instrumentos" do "Cão".
Com isso não quero dar a entender que tudo são flores e não que se deve fazer escolhas com base em nossa fé e valores; minha ênfase visa chamar a atenção para o perigo de fazer dessas coisas o fim da nossa fé. A sutileza da estratégia maligna é impressionante, pois independentemente do objeto do ódio (inclusive pode ser o próprio "Galhardo") aquele que se deixa tomar pelo ódio e faz dele seu motor já se inclina para o "lado sombrio".
O discurso e a prática de Jesus sempre foram marcados por outro tipo de motivação: o amor.
Isso mesmo: o Senhor sempre apostou nessa "colinha" frágil, enigmática, volátil, mas que sempre sabemos quando ela falta.
Será mesmo necessário repetir? "Amarás o Senhor teu Deus... amarás o teu próximo". Quem não ama não conhece a Deus. É preciso dizer o óbvio? Quem cultiva o ódio em vez do amor se afasta de Deus. Ponto. Não importa o objeto do ódio, importa que fomos tomados por ele. Em um mundo que busca um pouco mais de alma é preciso lembrar que não basta por mais alma no corpo, é necessário por mais amor na alma. Do contrário seremos almas obesas de rancor e ressentimento.
Os cristãos que focaram no amor como virtude central de sua fé frequentemente foram alvo do discurso raivoso inclusive de outros cristãos muito preocupados com a "pureza", com os "bons costumes", com a "nossa cultura" e assim por diante. Vide a maneira como o próprio Jesus foi tratado por seus contemporâneos moralistas, ou como os quakers pacifistas e abolicionistas foram tratados ou ainda os irmãos anabatistas que se recusaram a pegar em armas contra "os infiéis".
Será que o sopro do Espírito precisará encontrar outros cenáculos mais receptivos do que a igreja que se diz do Senhor?
* O Reverendo Sandro Amadeu Cerveira além de pastor titular da Segunda Igreja é professor universitário, com formação em Teologia pastoral, graduação em História, mestrado em Ciência Política (UFMG) no momento encontra-se na fase final do seu doutorado em Ciência Política também pela UFMG.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
É NECESSÁRIO PREOCUPAR-SE COM A LIBERDADE RELIGIOSA NO GOVERNO DA PRESIDENTA DILMA?
Sandro Amadeu Cerveira
Em seu primeiro pronunciamento como presidenta eleita, Dilma Roussef fez questão de enfatizar que zelará pela liberdade religiosa no país. Fiquei imaginando o que os observadores externos ficaram pensando desse compromisso. Afinal o Brasil não é uma democracia? A liberdade religiosa nesse país não esta garantida?
De fato, apesar de jovem, nossa democracia político-institucional já pode ser considerada consolidada. A discussão sobre transição democrática se desloca cada vez mais para os estudos históricos e o debate na ciência política sobre a consolidação da democracia, tão intenso nos anos 90, cede lugar às pesquisas sobre as questões da qualidade de nossa democracia. Salvo para os ainda acometidos da síndrome de colono nossas instituições democráticas têm se mostrado de forma geral robustas e eficazes no enfrentamento dos desafios próprios de uma sociedade moderna.
No que se refere à relação igrejas–estado o Brasil pode ser considerado dos mais avançados, com um regime de separação de Estado e Igreja sem dispositivos jurídicos e políticos particulares à Igreja Católica. A concordata Brasil-Vaticano referendada recentemente pelo Congresso brasileiro pode ser considerada um retrocesso em relação a essa tradição isonômica, mas é preciso lembrar que a aprovação só aconteceu após acordo com a bancada evangélica em troca da extensão das prerrogativas as demais confissões. Comparado com a maioria dos países latinoamericanos é correto ainda dizer que o arranjo brasileiro contribui para a igualdade de direitos entre as diferentes confissões religiosas reduzindo as possibilidades de discriminação religiosa estatal.
As igrejas também não podem se queixar do tratamento recebido durante o governo Lula. Apesar do terror disseminado nas eleições anteriores, igrejas não foram fechadas, não foi instituída nenhuma religião civil satanista, padres não foram obrigados a casar divorciados e os religiosos professos não foram discriminados no governo; pelo contrário , os evangélicos, por exemplo, nunca participaram tão ativamente em um governo federal. Marina Silva é agora talvez o nome mais famoso, mas é preciso não se esquecer do papel e destaque de Benedita da Silva, Marcelo Crivela, Magno Malta, Gilmar Machado, Walter Pinheiro entre outros nomes respeitados por sua fé e trajetória política.
De onde vem então a necessidade de desfazer esse medo da perda da liberdade religiosa? Pura fantasia? Delírios persecutórios? Creio que não.
Desconfio que os líderes religiosos saibam muito bem que nos últimos anos não houve nenhuma ameaça real a liberdade religiosa no sentido de perseguição ou discriminação religiosa por parte do Estado. Acredito que a questão é outra, ou melhor, são outras.
A chave talvez esteja no uso nos diferentes sentidos que o termo "liberdade religiosa" pode assumir em distintos contextos. Sob este termo abriga-se uma série de questões relativas a interesses e valores caros ao campo religioso que (como mostrou o final do primeiro turno destas eleições) não podem ser ignorados impunemente. Partindo-se do pressuposto que interessa às instituições religiosas sua manutenção e crescimento aponto dois aspectos que considero cruciais.
O primeiro tem a ver com a preocupação com as facilidades e obstáculos que o poder público possa colocar ao exercício da religião e a busca por novos adeptos. Podemos dizer que há aqui uma dimensão passiva do conceito de liberdade. Em outras palavras liberdade religiosa rima com liberdade de e no mercado religioso. No Brasil, devido a uma série de fatores, as igrejas competem pelos fiéis em uma espécie de mercado religioso aberto. Não uso o termo mercado no sentido comercial ou pejorativo. O que quero enfatizar é que ao contrário de outros países onde uma ou poucas igrejas monopolizam com respaldo político e jurídico o campo religioso , no Brasil temos um cenário de verdadeira competição religiosa pluralista.
Os líderes religiosos sabem o quanto essa liberdade lhes é favorável , assim como sabem que é na esfera política que esse arranjo pode ser mudado ou preservado, diminuído ou ampliado. Os debates no Congresso sobre o novo código civil e a lei de criminalização da homofobia que uniram católicos e evangélicos , e sobre a concordata com o Vaticano, que os dividiu , são exemplos da importância da política para a manutenção da "liberdade religiosa". Neste aspecto a defesa e a proposição de leis "laicistas" que contribuam com a isonomia em relação aos católicos (caso do debate em torno da concordata com o Vaticano) parecem incrementar a liberdade religiosa; por outro lado quando uma lei igualmente laica afirma direitos de outras minorias que possam de alguma forma, gerar empecilhos a pregação religiosa (caso da PL 122) isso é percebido como limitação da liberdade religiosa.
O segundo ponto associado ao primeiro, embora distinto, têm a ver com o desejo e a expectativa dos grupos religiosos de influírem na sociedade na qual estão inseridos , em particular no que se refere a temas morais. Nesse sentido o alinhamento é distinto. Católicos, evangélicos e espíritas parecem convergir em temas morais polêmicos tais como aborto, união civil de pessoas do mesmo sexo, eutanásia, experiências com células tronco entre outros. Neste caso , liberdade religiosa significa liberdade para influir no processo legislativo evitando-se ou criando leis coerentes com seus valores.
Se os valores religiosos vão prevalecer na produção de leis relativas à família, vida, corpo ou se posturas mais laicas serão vitoriosas não caberá a presidenta decidir sozinha. Cabe à sociedade discutir estes temas e em última instância ao poder legislativo deliberar. O debate é urgente e o caso da descriminalização do aborto é sintomático. Durante a campanha presidencial houve um falso debate, ou melhor, nenhum debate e poucos ficaram sabendo, por exemplo, que são raras as igrejas evangélicas que subscrevem ipis literis a posição católica sobre o tema.
Se as palavras da presidenta eleita significam que o Brasil manterá o atual arranjo político jurídico que está na base do pluralismo religioso (e nunca houve qualquer razão para se imaginar algo distinto) então os religiosos estão seguros e devem mesmo comemorar. Na verdade todos aqueles que independentemente de sua crença ou falta dela acreditam que a liberdade de fé e consciência é um direito democrático fundamental devem estar felizes com o compromisso reiterado. Caberá a cada grupo religioso aproveitar as oportunidades para divulgar suas crenças e valores , lembrando sempre que se esse direito não for garantido aos demais grupos ele também não lhes servirá de nada.
De forma similar , se as palavras de Dilma reconhecem e visam respeitar a liberdade de participação política dos que defendem posições coerentes com seus valores religiosos na arena política então também não há motivo de preocupação. Isto é inerente ao sistema democrático. Há sim que se preocupar com a qualificação do diálogo e as estratégias de embate. Nem Deus, nem o "Estado Laico" são argumentos em si mesmos e é preciso discutir caso a caso sem desqualificações a priori. Será preciso que os defensores de valores religiosos e laicos também entrem na disputa aceitando que o resultado final é mesmo incerto. Nas palavras de Adam Przeworski "Ama a incerteza e serás democrático".
* O Reverendo Sandro Amadeu Cerveira foi pastor titular da Segunda Igreja, atualmente pastor colaborador, é professor universitário, com formação em Teologia pastoral, graduação em História, mestrado em Ciência Política (UFMG) no momento encontra-se na fase final do seu doutorado em Ciência Política também pela UFMG.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Leis definindo o início da vida são úteis?
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Um Domingo Espetaculoso - ou Cenas de um novo Bestiário: Réplica
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Reportagem sobre infanticídio na Rede Record
Houve preocupação em demonstrar que os indígenas, ao praticarem infanticídio, não são monstros, ou cruéis. Mas que sofrem profundamente com as mortes, que, muitas vezes, não sabem ser evitável com sucesso.
Esperamos que o debate seja retomado, inclusive fazendo andar a "lei muwaji".
Atitude habitual, a FUNAI não atendeu aos repórteres.
Maiores informações:
www.hakani.org
Não existe morte sem dor
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Postado por Blogger no Lei Muwaji em 11/08/2010 04:49:00 AM
domingo, 7 de novembro de 2010
O Diabo, o cristão e a internete
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Aliança Cristã Evangélica Brasileira - carta de princípios
- Como seguidores de Jesus Cristo confessamos nossa fé no Deus vivo, revelado através das Escrituras como o Deus trino: Pai, Filho e Espírito Santo. Adoramos e servimos a Deus Pai, como criador e sustentador de céus e terra; a Jesus Cristo, como Senhor e Salvador, que busca a reconciliação de todo o universo com ele mesmo; e ao Espírito Santo como o consolador, intercessor e mantenedor da nossa fé, que nos capacita para servir a Deus no mundo.
- A Bíblia como palavra de Deus, diretriz da nossa fé e disciplina das nossas práticas, que registra a revelação divina para a redenção da totalidade da criação.
- Todos os seres humanos são formados à imagem de Deus para amá-lo e adorá-lo e servi-lo. Em decorrência da queda humana, causada pela rebelião contra o Criador, porém, a realidade do mal e do pecado nos separa de Deus e se instala, com todas as suas funestas consequências, em todas as áreas do relacionamento humano bem como em todo o mundo criado por Deus.
- Jesus de Nazaré, o Cristo, é o único mediador entre Deus e os homens e mulheres. Sua encarnação é o nosso modelo de vida e missão. O seu sacrifício na cruz é a expiação dos nossos pecados e a expressão da sua graça redentora. A sua ressurreição é o anúncio de vida nova e a esperança de novos céus e nova terra.
- A igreja como um sinal visível do Reino de Deus é formada pelos que acolheram o evangelho e assim constituíram o corpo comunitário de Cristo, o qual, sob a marca da Palavra e do Espírito, está comprometido com a vivência testemunhal ativa da unidade e missão de Deus no mundo.
- O anúncio da missão redentora e restauradora de Deus no mundo, com o qual nos comprometemos, se concretiza através do compromisso de vida, da palavra anunciada, da voz profética, da ação de fé realizada e do sinal milagroso de Deus entre nós. Missão que é confiada por Deus à igreja e que se realiza a cada geração e em todos os lugares deste mundo criado por Deus, sempre no poder do Espírito Santo.
- A esperança na volta de Cristo, quando ressuscitará os mortos e trará salvação eterna e julgamento final, estabelecendo novos céus e nova terra, onde habita a justiça, conforme a promessa da sua própria Palavra.
- A fé, a esperança e o amor, sendo que o maior deles é o amor, como diz o apóstolo Paulo. Buscamos o amor que se inspira no amor de Deus, a esperança que se nutre da promessa de vida que nos é dada por Jesus e a vivência de uma fé, que é sempre dom de Deus.
- A verdade que liberta. Cremos na verdade que Jesus nos trouxe na sua vida e através dela e que produz profunda liberdade e libertação de todos os mecanismos de opressão, violentação, mentira e morte.
- A construção da comunidade. A fé cristã tem uma vocação comunitária e sempre se expressa em igreja – a comunidade de fé. A igreja é comunidade missionária e, como tal, é comunidade que acolhe e busca o outro, especialmente o marginalizado - a criança, o pobre e o oprimido.
- A prática da oração em sinal de dependência de Deus. Convidados e desafiados pelo Evangelho, praticamos a oração uns pelos outros, bem como a intercessão por todos, especialmente pelas autoridades dos lugares onde exercemos ministério.
- A afirmação da vida. Afirmamos a vida como sendo uma preciosa e amorosa criação de Deus. Ela deve ser valorizada, preservada e nutrida em todos os seus momentos, tempos, expressões e lugares.
- O compromisso com a criação. Afirmamos a criação como uma dádiva de Deus para nela o ser humano construir a vida em comunidade, com responsabilidade ambiental e em adoração ao próprio Deus.
- A prática do perdão. Inspirados na realidade do perdão de Deus, buscamos praticá-lo no decorrer da vida.
- A valorização da diversidade assim como da igualdade. Deus nos criou (homens e mulheres) iguais na nossa humanidade e diversos na expressão desta. Somos fruto da sabedoria e do amor criativos de Deus e rejeitamos práticas e expressões de preconceito, discriminação e intolerância.
- A busca da paz com justiça. Cremos na realidade, possibilidade e necessidade da paz em todos os níveis da vida humana, na consciência de que tal paz só ocorre acompanhada da justiça. Paz e justiça são irmãs gêmeas.
- O compromisso com uma ética individual e coletiva. A fé e a vida formam uma unidade indivisível: uma não pode existir sem a outra. A fé em Cristo precisa seguir a Cristo na construção de uma vida individual e coletiva marcada pelo compromisso com uma ética de amor, justiça, verdade e integridade.
- Amamos porque Deus nos amou primeiro. Na consciência do amor de Deus, que nos acolhe e recebe, pautamos a nossa ação inspirados nesse amor.
- A verdade é vivida em amor. Reconhecendo a Jesus como a verdade, cremos que o seu amor deve pautar a busca e a afirmação da verdade.
- Buscamos a construção da confiança e da unidade. A fé em Cristo produz confiança em Deus e no próximo e essa confiança é vivida e testada na comunidade de fé que busca a unidade.
- Cidadania e serviço – a nossa fé, inspirada no modelo de Jesus, nos ensina a priorizar o bem do outro, servi-lo com amor e zelar pelo exercício de uma cidadania marcada pela justiça, o amor e a verdade.
- Horizontalidade nos processos decisórios. A fé cristã valoriza a comunidade e afirma o princípio do serviço e da igualdade humana.
- Transparência que gera credibilidade. Cremos que a verdade do Evangelho produz confiança e esta gera transparência marcada pela verdade, pela confissão e pelo perdão.
- Liberdade com responsabilidade. Advogamos um estado laico, no qual se observa a liberdade religiosa e o direito ao culto. Liberdade essa que afirma a construção de toda a sociedade e nega direitos a grupos e setores particulares com exclusão de outros.
- Testemunhar a unidade do Corpo de Cristo, mediante o estabelecimento e desenvolvimento de relações fraternais entre os cristãos evangélicos brasileiros e organizações afins, identificados com os objetivos da Aliança Evangélica, sua Carta de Princípios e Diretrizes.
- Testemunhar a unidade do Corpo de Cristo, como Aliança, junto a outras expressões cristãs presentes em nosso contexto e áreas de ministério.
- Servir de espaço de relacionamento para troca de experiências entre cristãos evangélicos, participantes de igrejas, organizações de serviços, redes ministeriais e entidades afins.
- Exercer um papel de informação e comunicação entre os participantes da Aliança e entre estes e a sociedade brasileira.
- Potencializar ações e facilitar parcerias em áreas da vida da igreja, tais como evangelização e ação social, ação pastoral, reflexão teológica, diaconia, direitos humanos, capelanias, ações missionárias e de intercessão, dentre várias outras iniciativas e atuações relevantes à igreja de Cristo, sempre respeitando a diversidade denominacional e a autonomia de seus membros.
- Posicionar-se sobre questões relevantes para os filiados da Aliança e manifestar-se oportunamente sobre seus posicionamentos mediante anuência do Conselho Geral.
- Podem ser filiados à Aliança, com direito a voz e voto, organizações evangélicas, tais como igrejas, denominações, agências, organizações e movimentos, que subscrevam a sua Carta de Princípios e Diretrizes.
- Podem ser recebidos como filiados da Aliança, com direito a voz, pessoas físicas que subscrevam a sua Carta de Princípios e Diretrizes, desejosos de contribuir e participar da vida da Aliança.
- A Aliança realizará o Fórum de Filiados a cada três anos pelo menos ou sempre que o Conselho Geral o convocar.
- O Fórum de Filiados da Aliança escolherá um Conselho Geral, que se reunirá anualmente, composto por 15 membros, que deliberará sobre os interesses da Aliança no período entre a realização dos referidos fóruns.
- Assim que for constituído e sempre que for reformulado, o Conselho Geral escolherá um Grupo Coordenador, composto de 5 membros dentre os seus integrantes.
- O Grupo Coordenador escolherá dentre seus pares um Coordenador e dois Vice-Coordenadores.
- O Grupo Coordenador contratará um Coordenador Executivo.
- O Conselho Geral será renovado a cada três anos em, pelo menos, um terço dos seus membros.
- Os membros do Conselho Geral que vierem a concorrer a eleição político-partidária serão automaticamente desligados do Conselho.
- Os membros do Conselho Geral têm livre acesso a todas as reuniões, foros e organismos da Aliança.
- Em cada Encontro de Filiados a Aliança nomeará de 3 a 5 embaixadores que se identifiquem inteiramente com os propósitos da Aliança e trabalharão no sentido de propagá-los. A nomeação terá duração de 3 (três) anos, podendo ser renovada.
- Compete ao Conselho Geral indicar Grupos de Trabalho que serão constituídos conforme os objetivos da Aliança.
- Convocar o Fórum de Filiados da Aliança, por meio do Grupo Coordenador.
- Conduzir o processo de aceitação de novos filiados.
- Conduzir o processo de desligamento de determinado filiado.
- Comunicar aos filiados da Aliança sobre suas decisões e estimular a participação destes.
- Escolher o Grupo Coordenador da Aliança, constituído de 5 membros, dentre os integrantes do Conselho Geral.
- Nomear os Embaixadores da Aliança.
- Nomear representantes regionais ou estaduais da Aliança.
- Apresentar relatórios financeiros e de atividades.
- Conduzir o processo que resultará na formação dos grupos de trabalho.
- Operacionalizar as deliberações do Conselho Geral.
- Representar a Aliança em todos os foros que se fizerem necessários, podendo para isso convidar outro membro do Conselho Geral ou designar o Coordenador Executivo para que o faça.
- Contratar o Coordenador Executivo, bem como acompanhar e supervisionar o seu trabalho.
- Elaborar, junto com o Coordenador Executivo, o Plano de Trabalho Anual.
- Responsabilizar-se pelas comunicações e manifestação de declarações da Aliança por meio de toda e qualquer mídia (interna e externa).
- Responder e gerenciar a tesouraria e contabilidade.
- Implementar o plano de trabalho anual do Conselho Geral.
- Junto com o Conselho Geral formular, coordenar e acompanhar os grupos de trabalho responsáveis pela execução do plano anual de atividades.
- Manter uma rede de coordenadores regionais ou estaduais.
- Representar a Aliança em reuniões e eventos do interesse desta.