segunda-feira, 7 de maio de 2012

O que a bíblia realmente diz sobre a homossexualidade

PARTE I: IMPRESSÕES POSITIVAS
Eduardo Ribeiro Mundim


O livro de Daniel Helminiak é de fácil leitura. Um dos objetivos do autor foi de escrever de forma acessível, mas sem perder na qualidade da argumentação, o que ele consegue. As impressões positivas do livro são:

O Autor

Não é um acadêmico preso às quatro paredes de sua sala, ou perdido nos corredores da biblioteca. Seu currículo acadêmico é respeitável, publica em diversos periódicos, mas trabalha com os homossexuais, travestis e transgêneros. Ele os conhece, sabe que são gente de carne e osso, com sonhos, aspirações, lutas, tristezas, alegrias...enfim, seres humanos iguais aos outros seres humanos. Eles têm diante de si a questão do exercício da sua sexualidade e a pergunta que todo cristão sincero faz: está de acordo com os planos do Criador? agrada a Deus Pai? sou amado por Deus Filho de todo jeito? sou santificado por Deus Espírito Santo independente do meu exercício da sexualidade?

Foi ordenado padre católico romano na juventude, tendo sido professor em diversas disciplinas teológicas. Renunciou ao sacerdócio pela impossibilidade de conciliar sua homossexualidade com as diretrizes da instituição. Sua biografia está em sua página pessoal, http://www.visionsofdaniel.net/index.htm.
 A interpretação das Escrituras
 Este é o ponto que talvez mais dificuldades traga aos cristãos, hoje, e desde a assunção do Senhor Jesus aos céus: como interpretá-las?
 Daniel chama a atenção que esta atividade não é tão simples quanto parece, que certos cuidados e pressupostos são necessários para uma leitura coerente das Escrituras. Ele é honesto nos seus pressupostos. Todo o seu trabalho é calcado na chave história e crítica. Infelizmente, ele não detalha sua chave - basicamente a contrapõe a outra, que denomina literalista. Para o leitor menos avisado, fica a ideia de que há apenas duas formas de se aproximar da bíblia - o que não é bem o caso (conferir http://en.wikipedia.org/wiki/Biblical_hermeneutics).

O método deve ser coerente, aplicável a toda Escritura, verificável por quem lê a interpretação de tal modo que o leitor perceba que o raciocínio aplicado é o mesmo para todos os textos. O respeito às condições históricas da Revelação, os contextos imediato e remoto, a busca pela intenção primitiva do autor sagrado são algumas das questões que devem estar presentes na mente de quem abre a Bíblia.

A homossexualidade não ocupa um espaço importante nas Escrituras

A julgar pelo comportamento de diversos líderes religiosos brasileiros da atualidade, a noção de que as Escrituras cristãs se ocupam primordialmente em regular o exercício da sexualidade das pessoas não seria incorreta. Contudo, Daniel consegue demonstrar, com tranquilidade, que o objetivo das Escrituras é outro. Nas minhas palavras, e não nas de Daniel, as Escrituras revelam a situação do homem frente ao Deus Criador, fornecem pequenos flashes de quem é este Deus Criador Trino, o que Ele faz para resgatar para Si mesmo a humanidade perdida e o padrão ético que espera daqueles que se voltam para Ele.

Não usando os termos que ele lança mão, sendo a homossexualidade um pecado, ela não é diferente de nenhum outro.

Uma determinada leitura da Bíblia tem conduzido pessoas ao erro

E este erro tem resultado em violência física ou moral sobre pessoas comuns, indefesas. A satanização da sexualidade não heterossexual, usando a Bíblia como base, é uma deturpação da Sua mensagem original, uma traição à mensagem do Evangelho, um uso político (no sentido pejorativo) da fé simples das pessoas simples.

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