segunda-feira, 14 de maio de 2012

Organismo lembra evangélicos que negros continuam fora das esferas decisórias

Brasília, segunda-feira, 14 de maio de 2012 (ALC) - A Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil (ANNEB) encaminhou pedido a lideranças de igrejas do protestantismo histórico, pentecostal e neopentecostal para que pregadores dessas denominações apresentem no domingo, 13, homilia baseada nas negras e negros da Bíblia ou em passagens que mostram que Jesus não era preconceituoso e racista.

"Historicamente, as igrejas evangélicas no Brasil sempre se omitiram em relação às questões racial, social e de gênero, e desconhecem os anos de luta da negritude pelo reconhecimento de sua identidade no contexto do segmento evangélico", lembrou a presidenta da ANNEB, pastora e professos Waldicéia de Moraes Teixeira da Silva. 

O organismo entende que é preciso alertar as lideranças evangélicas sobre "a persistência de um sistema que ainda mantém o negro e a negra longe das esferas de decisão, reproduzindo, com frequência, nas estruturas das igrejas, a discriminação, o preconceito e o racismo ao qual afirmam se opor".

Ontem, foi lembrado no Brasil o Dia Nacional de Denúncia contra a Discriminação, o Preconceito e o Racismo. Pesquia Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2005, demonstra que das 27 unidades da Federação em 21 a população negra é majoritária. Somente em seis Estados – Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – o negro é minoritário.

A presidente da ANNEB arrola que negros e negras constituem 73% da população mais pobre do país e apresentam os piores índices de empregabilidade, os menores salário, a mais baixa formação educacional e são maioria nas favelas, cortiços e presídios.  

Fundada em 2003, a ANNEB tem por objetivo elaborar e implementar em todas as esferas do segmento evangélico do Brasil o debate da questão racial e da negritude, com ações afirmativas teológicas sob a ótica da população negra, assegurar o pleno exercício de sua cidadania e promover a justiça e a igualdade social.
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