Queridos amigos e  irmãos, recebemos uma notícia muito triste.
 
Morre de  desidratação, dentro da área indígena, 
 a pequena Tititu  Suruwahá.
 Muitos  de vocês conheciam este rostinho alegre e sapeca e acompanhavam sua  trajetória. Seus pais, Naru e Kusiumã, procuraram a equipe da JOCUM e  pediram ajuda para salvar a vida de sua filha em 2005.  A menina nasceu com  uma má formação no órgão genital e por conta disso deveria ter sido abandonada  para morrer na floresta logo depois do parto. Mas, contrariando a  tradição, seus pais lutaram para que ela recebesse tratamento médico e  passasse por uma cirurgia corretora do órgão genital. 
 Quem nos acompanha desde aquele  tempo sabe da luta que este casal enfrentou. Conseguimos a autorização da FUNAI  e levamos a família para São Paulo, onde ela foi acompanhada na USP e a cirurgia  foi marcada. Devido a uma denúncia feita por antropólogos  ultra-relativistas a FUNASA não concedeu a autorização para a cirurgia   e os pais entraram em desespero. Tudo que eles queriam era a cirurgia  e o tratamento médico de sua filha, e então retornariam para a aldeia. O assunto  chegou ao conhecimento de uma jornalista da rede globo e o impasse foi parar no  programa Fantástico. Em alto e bom som, em rede nacional, Naru fez um apelo  desesperado:
 "Se o médico  operar minha filha, meu coração vai ser só sorriso.Se o médico não operar eu vou  ter que dar veneno para ela. Meu coração vai ser só tristeza. Eu também acabaria  tomando veneno, eu iria me matar."
 Envergonhada e pressionada com a repercussão do  fato, a FUNASA autorizou a cirurgia na mesma semana. O coração de Naru  voltou a ser "só sorriso."  Em poucos meses a família estava de volta na  ára indígena onde Tititu foi recebida com alegria, e foi totalmente  aceita e amada pelo seu povo. Tudo levava a crer que Tititu tinha vencido -  ela estava crescendo feliz e se tornando uma menina esperta e levada.
 
Mas Naru e Kusiumã tinham consciência que a doença de  Tititu era grave e que ela precisaria de acompanhamento médico pelo resto da  vida. Eles aprenderam a administrar as doses diárias de hormônios e sempre  colaboraram quando chegava a época de ir a Manaus para que Tititu fizesse os  exames de sangue para o controle hormonal. A FUNASA assumiu o compromisso  público de acompanhar a Tititu e garantir que os exames não  se atrasassem e que o remédio não faltasse nunca. Vários relatórios  médicos indicavam que sem o medicamento na dose certa, Tititu sofreria uma  desidratação súbita e poderia vir a óbito em poucos dias.                                                     
 A morte recente de Tititu por desidratação  precisa ser explicada. A equipe da JOCUM não estava na aldeia por  conta de uma determinação da FUNAI, que alega que os índios confiam mais  nos missionários que nos funcionários, e que isso atrapalharia o trabalho das  equipes de saúde. É verdade que os índios confiam mais nos missionários, que  trabalham com eles desde 1985, falam a língua e respeitam a cultura do povo. Não  é verdade que os missionários atrapalham o tratamento médico - pelo contrário,  eles servem como intérpretes para as equipes da FUNASA e ajudam os funcionários  a entender os melindres da cultura indígena para que os procedimentos médicos  sejam compreendidos e  aceitos pelo povo.
 Sem a equipe de missionários, os suruwahá ficam a mercê  de funcionários que não falam a língua nem entendem a cultura. Na verdade, o  enfermeiro nem estava na aldeia quando Tititu passou mal, mas num posto de saúde  afastado. Naru teve que caminhar horas na mata com Tititu doente nos braços. Ela  já chegou no posto com desidratação avançada e não resisitu. 
 Nós da ATINI estamos de luto pela morte de  Tititu. Várias providências já estão sendo tomadas, vamos   exigir explicações. Pedimos que você também entre em contato com a direção  da FUNAI e da FUNASA para cobrar explicações. Denuncie esse descaso - uma  vida não tem preço!  Se permanecermos em silêncio, é assim que as  crianças indígenas continuarão sendo tratadas. Entre em contato com autoridades,  com a imprensa, faça barulho. Escreva também para o Deputado Pompeo de Mattos,  Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, pedindo que  a comissão acompanhe este caso. Os endereços e telefones estão no final desta  carta. Que a morte de Tititu não seja em vão.
  Amigos, queríamos também pedir sua ajuda  para que possamos ajudar essas crianças de maneira mais efetiva.   
 Temos recebido muitos pedidos de ajuda de famílias indígenas com crianças  em situação de rejeição e risco, como a Tititu. Algumas são crianças que  nasceram com alguma deficiência, outras são famílias que tiveram gêmeos  e optaram por sair de suas aldeias. Outras são mães solteiras que não  querem matar seus bebês. Nosso desejo é empoderar essas famílias para que  elas possam ter dignidade e cuidar de seus próprios filhos. Uma das maneiras de  fazer isso é através do nosso programa de apadrinhamento. Precisamos atingir um  certo número de padrinhos para que possamos cuidar das 40 crianças que já  estamos atendendo, e só então poderemos incluir mais crianças. Precisamos de  centenas de padrinhos. Ana Paula Valadão se sensibilizou com a causa e aderiu  nosso programa. 
    Divulgue esse clipe, coloque no site de sua igreja, de sua empresa, no  seu blog, espalhe essa idéia. Temos 60 padrinhos, cada um contribui com 50 reais  por mês. Ajude-nos a conseguir todos o padrinhos que precisamos. Seja você  também UMA VOZ PELA VIDA.
 CONTATO DAS AUTORIDADES 
 Presidente da FUNAI
    Márcio Meira
   comunicacao.funai@gmail.com  (não consegui e-mail pessoal  dele)        
 | Endereço: SEPS 702/902 - ED.Lex CEP.70.390.025 | 
| Telefone: 61 3313.3501 / 3226.8503 | 
| Fax: 61 3226.8782 | 
Coordenador de Saúde Indígena da FUNASA 
    Wanderley Guenka  wanderley.guenka@funasa.gov.br
Departamento de Saúde Indígena (Desai)
SAS - Quadra 05 - Bloco "N" - Lote 2 - 12º andar, Ed. OAB CEP: 70.438-901 - Brasília/DF
Telefone: (61) 3314-6442 / 6356 / 6481 Fax: (61) 3314-6653
 Departamento de Saúde Indígena (Desai)
SAS - Quadra 05 - Bloco "N" - Lote 2 - 12º andar, Ed. OAB CEP: 70.438-901 - Brasília/DF
Telefone: (61) 3314-6442 / 6356 / 6481 Fax: (61) 3314-6653
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos  Deputados
    Deputado Pompeo de Mattos (PDT - RS)  - Esse  é aliado, é para elogiar empenho e pedir mais apoio!!!!
 |         dep.pompeodemattos@camara.gov.br Gabinete 810 - Anexo IV  | 
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