terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Pirataria da igreja


Eduardo Ribeiro Mundim

A informática contribuiu com alguma coisa para o culto, principalmente nas igrejas evangélicas. Muitas passaram a projetar na parede ou em uma tela os textos da liturgia ou os hinos e cânticos. Aparente medida ecológica, ao menos do ponto de vista da economia de papel.

Recentemente uma questão foi-me colocada pela imagem invasora, ao pé da projeção intencional: "cuidado, seu computador pode estar em risco. Esta não é uma cópia legal do windows." (ou mensagem equivalente)

Como diz uma piada, atire a primeira pedra que nunca usou um programa não-licenciado ("pirata", "alternativo", etc - os eufemismos são muitos). E é exatamente aí, no uso continuado do cachimbo que faz a boca torta, que reside a questão. A cultura do usar sem pagar está tão enraizada na nossa cultura que não nos vexamos do uso de programas que nossos amigos nos emprestam (mas seus desenvolvedores não recebem um centavo pelo seu trabalho, modo como eles sustentam suas famílias), ou que compramos a preço de banana dos "shoppings populares", ou que pescamos pela internete afora.

O preço, muitas vezes extorsivo para o usuário doméstico, é um analgésico para a consciência; a ubiquidade dos programas da Microsoft tornam o uso dos programas abertos (broffice, as várias distribuições linux, mozilla thunderbird e mozilla firefox, por exemplo) pouco atrativos, devido a dificuldade de intercambiar arquivos. (ao menos neste aspecto parece que vai ocorrer mudança, já que a notícia de que a Microsoft vai adotar o reconhecimento do padrão odf está circulando)

O quê testemunhamos como igreja de Cristo quando usamos abertamente um programa pelo qual não pagamos? Desobediência civil?

Temos de repensar nossa prática, coletiva e individual, para que não nos "conformemos ao presente século".

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