domingo, 28 de setembro de 2008

Infanticídio e missionários na mídia americana

Sent: Friday, September 26, 2008 11:39 AM
Subject: infanticídio e missionários na mídia americana
----- Original Message -----

Queridos amigos e irmãos,
 
A campanha  a favor da vida das crianças indígenas chegou à grande mídia americana. Dan Harris, jornalista da ABC veio ao Brasil, entrevistou vários missionários da JOCUM de Porto Velho, nós da ATINI, membros da FUNAI, de ativistas  de direitos humanos. Como resultado deste trabalho, o debate pegou fogo nos Estados Unidos nos últimos dias. Houve uma matéria no jornal escrito USA Today, uma  reportagem de 8 minutos no Nightline da ABC e uma entrevista no jornal CBN. Além disso o assunto tem sido abordado em programas de rádio e a discussão tem sido acirrada na internet.
 
Em todas as entrevstas ficou claro que há uma  campanha de pessoas da FUNAI para desacreditar a luta a favor da vida das crianças indígenas. Eles dizem que o infanticídio é raríssimo e  tentam confundir e distrair a opinião pública, desviando o foco  da discussão para a questão religiosa. Eles afirmam  que toda essa questão é na verdade um exagero de missionários. 
 
Alegam que o que os missionários querem através dessa campanha é justificar a evangelização das tribos. A FUNAI joga pesado, acusa a JOCUM de crimes terríveis como escravização de indígenas e sequestro de crianças das aldeias. Missionários são retratados como fanáticos e fundamentalistas e até brutais. As falas são editadas - há muita manipulação e sensacionalismo. Mesmo sabendo que a luta contra o infanticídio tem sido levada adiante principalmente pela ATINI, que é uma organização não-religiosa, que inclui vários indígenas em seus quadros, o jornalista omite este fato. A idéia é reduzir tudo a uma guerra religiosa.
 
Na nossa opinião, a maior fraqueza das reportagens é que o lado dos indígenas envolvidos na questão foi completamente omitido. Dan Harris não colocou em nenhum momento que são as famílias indígenas que estão lutando para salvar suas crianças, e estão pedindo ajuda da nossa sociedade. A ausência dessa informação fundamental faz parecer que nosso movimento milita contra os indígenas. Isso é uma grande distorção, pois nosso movimento existe exatamente para dar voz a eles.  
 
Mas mesmo com essas falhas, o problema do direito à vida das crianças indígenas vem à luz com essas reportagens. A luta pelos direitos das crianças indígenas não é uma guerra religiosa. As contradições do relativismo cultural ficam evidentes - uma ativista de direitos indígenas chega a dizer que matar uma criança, em certas circusntâncias, é a "coisa mais gentil que pode ser feita a ela". Depois dos programas já fui entrevistada por uma rádio americana  e o apresentador, Jeff Whitaker, mostrava-se evidentemente chocado com a frieza com que a vida destas crianças é tratada. 
 
 
No final, a matéria da ABC, a maior de todas, aponta para a vida. Ele termina mostrando Hakani brincando, falando, sorrindo, saudável (e linda!). O jornalista termina a matéria dizendo que olhando para ela, feliz e saudável, fica difícil dizer que teria sido melhor que ela tivesse sido morta.
 
Por favor, pedimos que vocês orem pelos missonários da Jocum de Porto Velho, especialmente implicados neste debate - as acusações da FUNAI são terríveis. Orem também por nós, pela nossa equipe e pelas crianças da ATINI, que Deus as proteja de todo o mal. Orem pela Hakani, que ela continue feliz e saudável, e que sua vida continue sendo um exemplo e inspiração para muitos.
 
O link dos programas segue abaixo, assistam e tirem suas próprias conclusões. Pedimos que, se possível, nos envie sua opinião.
 
 
 
 
 
Um abraço e muito obrigado pela participação, pelas orações e pelo apoio. Vamos continuar levantando a voz em nome da vida, mas sem esquecer que há sempre um preço a pagar.
 

Edson e Márcia Suzuki
ATINI - VOZ PELA VIDA
www.atini.org

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