terça-feira, 3 de março de 2009

Minha é a vingança

"A vingança é como o vinho: quanto mais velha, melhor", diz o ditado. Humilhar aquele que nos humilhou antes; "dar o troco" aos que detêm mais poder que nós; liberar o ódio ou a raiva acumulado; sentir o fluxo da justiça correr em nossos membros e tomar vida através da nossa voz ou dos nosso atos... Muitas são as emoções que a vingança desperta, e ela mesma se constitui em uma fonte de realização pessoal (o fato de ser discutível não anula esta face) e em um perigo. Não fosse assim, qual a razão da advertência bíblica de que a Deus ela é reservada?

"Minha é a vingança, Eu retribuirei, diz o Senhor".

Paulo deixou bem claro o mandamento: "a ninguém torneis mal por mal". E Jesus foi pior, no Sermão da Montanha: "Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e, ao que quiser pelitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa."

O que eu não havia captado ainda, em linguagem diferente, é a realidade de que os padrões éticos existem para as nossas emoções. Não fossem eles, sentimentos seriam forças soltas, sem propósito direcionado, destrutivas porque nada lhes faria frente, exceto aquelas emoções que lhe fossem contrárias. E o que ocorreria, num contexto de anomia (ausência de lei), quando dois desejos absolutamente livres se chocam?

Ética somente existe porque nos emocionamos, seja positivamente (alegria), seja negativamente (ódio), seja neutramente (depressão). E os padrões éticos das Escrituras passam a ser vontade de Deus manifestada a nós, aqueles que voluntariamente escolheram adotá-las como guia de comportamento. Sendo vontade divina, extrapolam o caráter ético e se tornam mandamentos a serem acatados.

Quando me emocionar novamente, me lembrarei de que meu guia não são elas, por mais razoáveis, sensatas e aparentemente justas elas sejam, mas a Palavra Encarnada.

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