Ariovaldo Ramos, pr
É assim que disse Deus?Estamos todos estarrecidos com o caso da menina de Pernambuco, abusada desde os 6 anos; aos 9 anos, grávida de gêmeos, violada pelo padrasto.
A mãe alega que não sabia de nada. E já é o segundo caso em sua família, sua outra filha, de 14 anos, é vitima da mesma violência. Como explicar essa não sensibilidade aos sinais que suas filhas, certamente, emitiram?
Cumprindo a lei, o aborto foi realizado.
A Igreja Romana deu o seu veredito: excomungou a mãe, e todos os profissionais que prestaram serviço para que o aborto fosse consumado. Só o padrasto foi poupado.
A Igreja Romana fez isso alegando o direito à vida e a obediência à lei de Deus.
Dizer que a Igreja Católica de Roma não pode se pronunciar nessa questão, por ser, o Brasil, um estado laico, não se sustenta, porque é uma questão de ética, que é, por definição, transversal, afetando todos os segmentos da sociedade. Dizer que é um atentado ao direito, também não procede, porque a Igreja Romana usa um código próprio, o Direito Canônico.
Então, a questão é teológica: é assim mesmo que Deus disse?
Jesus Cristo, diante de uma controvérsia sobre o cumprimento da lei do sábado, porque os seus discípulos, movidos pela fome, colheram para comer, em aparente flagrante quebra da lei do dia sagrado de descanso, onde tal colheita constituía crime, disse. em Marcos 2.27: "O Sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado."
Em outras palavras: a lei existe para proteger e servir ao ser humano; logo, colher para comer não viola o dia sagrado, porque o sagrado descanso é para o ser humano, e um ser humano faminto não descansa.
Aqui a questão: quem deve ser protegida, nesse caso, é a menina. Estamos diante do principio estabelecido por Jesus Cristo. Desta feita, o sujeito de direitos é a menina. O sagrado direito à vida por que luta a Igreja Romana e todos nós, agora, tem de ser invocado para proteger a menina aviltada em seu direito à infância e à dignidade. É à menina que está, primariamente, sendo negado o direito à vida. Lamentavelmente, este é um caso em que não é possível proteger a todos. Choramos pelos inocentes que não puderam vir, mas Deus entende que estamos a resgatar a inocente que já está entre nós.
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