terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Igrejas pedem intervenção diplomática na Faixa de Gaza

Segunda-feira, 5 de janeiro de 2009 (ALC) - Ao condenar bombardeios na
Faixa de Gaza, uma das áreas mais densamente povoadas do planeta, com
1,5 milhão de habitantes, o secretário-geral do Conselho Mundial de
Igrejas (CMI), Samuel Kobia, conclamou governos da região e de fora a
prover proteção aos que correm riscos nos dois lados da fronteira.
A punição coletiva contra um país vizinho é ilegal e não tem lugar na
construção da paz, declarou Kobia, chamando os governos de Israel e do
Hamas a respeitarem direitos humanos e humanitários. As agressões
precisam parar imediatamente, agregou.

Kobia lembrou manifestação do Comitê Central do CMI, reunido em
fevereiro de 2008 em Genebra, condenando a punição coletiva dos
moradores da Faixa de Gaza, assim como os ataques contra civis em e ao
redor de Gaza.

No período de celebrações pelo nascimento do Príncipe da Paz, "as
notícias que nos vêm da 'terra santa' não são bênçãos, mas de
bombardeios aéreos, de guerra, de morte e de milhares de feridos", diz
a manifestação do Conselho Latino-Americano de Igrejas (Clai),
reportando-se à ofensiva militar aérea iniciada em 27 de dezembro, em
Gaza.

A ação militar israelense, uma resposta aos ataques do Hamas contra
cidades do sul de Israel, "causou o maior número de vítimas mortais
desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967", arrola o secretário-geral
interino do Clai, pastor Nilton Giese. Mais de 400 pessoas, boa parte
civis, morreram na Faixa de Gaza e outras duas mil ficaram feridas,
vitimadas pelos ataques.

Em carta remetida ao presidente do 63. período de sessões da
Assembléia Geral das Nações Unidas, padre Miguel d'Escoto Brockmann,
Giese assinala que o Clai, como igrejas na América Latina e no Caribe,
pede a intervenção da ONU na região, para que consiga introduzir algum
tipo de intervenção diplomática que seja aceita pelos dois lado em
conflito.

O secretário-geral do CMI destaca que as orações das igrejas filiadas
ao organismo ecumênico internacional pedem que o novo ano traga nova
coragem, novas lideranças e novos compromissos para o difícil trabalho
de construção da paz no Oriente Médio.

Nota da assessoria de imprensa da embaixada israelense no Brasil
enfatiza que Israel não tem a intenção de reassumir o controle da
Faixa de Gaza, mas quer, com a expansão da operação militar no dia 3
de janeiro, fazendo incursões também por terra para tentar controlar
as rampas principais de lançamento de foguetes que operam na área,
"atingir os objetivos de destruir a infra-estrutura terrorista e
garantir a segurança de Israel".

------------------------
Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)
Edição em português: Rua Ernesto Silva, 83/301, 93042-740 - São
Leopoldo - RS - Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário